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Seu celular pode dizer para onde você está indo durante a pandemia do novo coronavírus. É isso que espera o novo serviço de monitoramento lançado pela In Loco. A empresa recifense, que cresceu oferecendo serviços de geolocalização, desenvolveu um mapa que mostra como está o nível de isolamento nos estados e municípios do país. A ideia é deixá-lo disponível para ajudar órgãos públicos e autoridades no combate à disseminação da Covid-19.

Como funciona

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A partir de uma base de dados com mais de 60 milhões de dispositivos móveis em todo o Brasil, a empresa criou o Índice de Isolamento Social. Dessa forma é possível mapear a movimentação de pessoas dentro de regiões específicas e medir quais apontam maior distanciamento social, porém respeitando a privacidade de cada usuário. 

De acordo com a empresa, a tecnologia utilizada é 30 vezes mais precisa que o GPS e é integrada em aplicativos de parceiros da companhia para fins de segurança, autenticação e contagem de visitas a estabelecimentos. A única informação coletada dos dispositivos móveis é a sua localidade. Os dados coletados são criptografados e agregadas por bairro, tornando-se dados estatísticos e preservando a privacidade das pessoas. 

A companhia tem disponibilizado os resultados de forma gratuita, para órgãos públicos de todo o Brasil. Governos estaduais de Alagoas, Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e as prefeituras do Recife, Teresina e Aracaju, são alguns dos parceiros da iniciativa que permite intensificar as ações de conscientização para a população. 

 Dados de Pernambuco

Com informações atualizadas a cada dois dias o Mapa da Covid-19 mostra que o ápice da quarentena no estado se deu no dia 22 de março, com quase 70% da população em isolamento. Porém, dados da InLoco mostram que os cidadãos pernambucanos estão burlando o distanciamento necessário entre a população, uma vez que esse número caiu para 55,9% de "isolados". Mesmo assim, Pernambuco aparece como o terceiro estado em que mais pessoas aderiram a quarentena. 

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Mas é seguro?

Uma das preocupações desse tipo de monitoramento é justamente quanto a segurança de dados pessoas. A respeito desse ponto, a empresa afirma que não consegue identificar diretamente os usuários dos smartphones mapeados. “A única informação coletada é a localidade do aparelho, por meio de sensores presentes nos smartphones, como Wi-Fi, Bluetooth, GPS, entre outros. Portanto, não temos acesso aos dados de identificação civil como nome, RG, CPF e endereço de e-mail, por exemplo. No caso do Índice de Isolamento Social, os relatórios enviados para os órgãos públicos e autoridades contém apenas dados cartográficos e estatísticos. Neles é possível ver o percentual de pessoas que não se deslocaram de seus bairros”, explicou André Ferraz, CEO da In Loco.

A startup pernambucana InLoco, anunciará hoje um novo aporte de US$ 20 milhões, liderado pelo fundo norte-americano Valor Capital e pelo brasileiro Unbox Capital. Dona de um serviço de geolocalização que traça perfis de consumo de usuários de smartphones para empresas, a InLoco tem cerca de 400 clientes no Brasil. Com os novos recursos, a startup pretende expandir sua atuação no País e iniciar operações nos EUA.

A empresa quer ainda abrir pelo menos cem vagas este ano, ampliando a equipe atual de 180 funcionários. "Nosso produto atingiu maturidade e identificamos que era hora de acelerar o crescimento", diz André Ferraz, presidente executivo da empresa.

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Fundada em 2014, após nascer como trabalho de graduação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a InLoco usa hoje sua tecnologia para auxiliar empresas a direcionarem anúncios pela internet. Para isso, clientes como Grupo Boticário, Hyundai e OLX acoplam o software feito pela pernambucana em seus aplicativos.

A partir dos dados de localização dos usuários, uma marca de cosméticos pode direcionar propagandas para quem esteve recentemente em um salão de beleza. A tecnologia permite também que a localização atual do usuário seja usada como comprovante de residência em cadastros.

Rumo aos EUA. O primeiro passo da expansão para os EUA é a abertura de um escritório em Nova York, a fim de sondar o mercado. Para isso, a empresa tem um aliado: líder desta rodada, o Valor Capital trabalha há tempos com empresas brasileiras. O fundo já ajudou a firma de pagamentos Stone a abrir capital em Nova York e a Gympass, uma espécie de "Netflix das academias", a chegar a 14 países.

Para Michael Nicklas, sócio do fundo americano, a tecnologia da InLoco tem enorme potencial a longo prazo em outros mercados, especialmente considerando a "internet das coisas" - nome dado à revolução que vai conectar todos os objetos à nossa volta. "A precisão da geolocalização da InLoco será um diferencial no cenário de internet das coisas", diz. "Poderá servir, por exemplo, que um aparelho de ar-condicionado seja ligado ao se identificar que um smartphone 'entrou' numa sala."

Para David Kallás, coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, ir para o exterior é natural, mas será um desafio. "Negócios que dependem da coleta de dados precisam que muitas pessoas o utilizem", afirma. "Por outro lado, é um negócio que precisa de volume para funcionar, então não deve haver muitos competidores."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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