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O ex-ministro Gilberto Carvalho (PT) subiu o tom e afirmou nesta quinta-feira, 10, que a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, autorizada pela Justiça Federal, foi algo "bom" para que a Polícia Federal e o Ministério Público parem de incomodá-lo com "acusação descabida". Ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), o petista disse que decisão judicial não representa "nenhuma novidade" para ele, pois já tinha colocado seus sigilos telefônicos, fiscal e bancário à disposição da Justiça, quando prestou depoimento voluntário à Polícia Federal no último dia 26 de outubro.

Atualmente presidindo o Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi), Gilberto Carvalho é investigado pela Procuradoria-Geral da República e pela PF sob suspeita de ter participado de esquema de "compra" de medidas provisórias editadas entre 2009 e 2013, que prorrogaram benefícios fiscais para montadoras das regiões Norte e Nordeste. O esquema está sendo investigado em um desdobramento da Operação Zelotes, que apura suspeita de venda de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

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Relatório da Polícia Federal apontou suposto "conluio" entre Gilberto Carvalho e lobistas suspeitos de pagar propinas para conseguir aprovar as MPs que beneficiaram o setor automotivo. Apesar de ser apontado como suspeito do esquema, o ex-ministro petista não foi alvo de mandados de buscas nem de condução coercitiva que atingiram investigados da Operação Zelotes.

O filho do ex-presidente Lula Luís Cláudio Lula da Silva também é investigado pela Operação. O sigilo de sua empresa, que recebeu R$ 2,5 milhões de um escritório de um dos lobistas contratados por montadoras, teve o sigilo quebrado na quarta-feira, 9.

"Esta decisão para mim não representa nenhuma novidade, já que tinha tomado a iniciativa de abrir meus sigilos no depoimento à PF. Acho bom que vejam tudo para que parem de me incomodar com uma acusação descabida", disse Carvalho, que foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff e chefe de gabinete durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é bastante próximo. O tom da declaração foi mais forte do que o adotado em nota oficial enviada na quarta.

No texto da quarta, o ex-ministro reafirmou que não tem medo de ser investigado e que considera "dever da Polícia Federal, da Receita Federal e de qualquer órgão de controle realizar a investigação que julga necessária". "Faz parte do ônus e dos deveres inerentes da ida pública", disse.

Ele também reiterou seu depoimento à Polícia Federal, em que negou ter recebido qualquer benefício. "Desafio que provem o contrário", afirmou na nota de quarta, ressaltando: "Ao longo dos 12 anos que passei no Palácio do Planalto, me orgulho de não ter acumulado bens."

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