Tópicos | inauguração de um espaço

Os movimentos que integram a Rede de Povos e Comunidades Tradicionais vão iniciar um debate político visando fortalecer o segmento negro no estado. Para isso eles inauguraram, neste sábado (21), a sede da Rede que funcionará no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. De acordo com um dos coordenadores do grupo, Dário Júnior, o local será usado como um “espaço permanente de debate e formação” para o movimento negro pernambucano.

“Aqui vamos identificar quais são os vetores que fortalecem o nosso reconhecimento e fazem com que tenhamos elementos para uma perspectiva política mais efetiva”, destacou Dário. Segundo ele, temas como cotas raciais, tolerância religiosa, igualdade política, racismo institucional e representações legislativas estarão na pauta de discussão dos grupos.

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Indagado quanto às ligações partidárias da instituição, Dário afirmou que não será segmentado, mas múltiplo. “É uma rede, temos pessoas de sindicatos, de partidos, de terreiros”, observou. “Se a gente fica partidarizando tudo o que faz, não vai para frente. Vamos entender a conjuntura diante do segmento do nosso povo”, acrescentou. 

Sobre possíveis candidaturas para os pleitos municipais de 2016, o coordenador enfatizou que nomes devem ser construídos. “Temos algumas indicações, pessoas que já são da luta. Mas se isso vai continuar ou não será visto a partir de uma construção. Não vamos ficar parados, tudo é muito possível”, adiantou. Entre os políticos que estão envolvidos com a causa está o presidente do PT do Recife, Oscar Barreto, que participou da inauguração.

O coordenador nacional de organização do Movimento Negro Unificado, Miguel Cruz, também participou do evento. Segundo ele, a Rede de Povos e Comunidades Tradicionais deve “construir políticas públicas para negros e negras” no Estado. “Devemos debater sempre o direito que tantas pessoas já tem direito, como a liberdade de culto”, cravou.  

Dia Internacional Contra a Discriminação Racial 

A inauguração do espaço aconteceu neste sábado por ser a data em que se celebra o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória à tragédia que vitimou 69 pessoas e feriu outras 168 no dia 21 de março de 1960, em Joanesburgo (África do Sul). 

A festa de abertura da Casa Rede de Povos e Comunidades foi marcada pela menção dos orixás em orações e por apresentações culturais. Grupos como a Tribo Taquaraci e o Coco dos Pretos, ambos do Recife, animaram o evento.

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