Tópicos | Imóvel centenário

Em plena Rua da Aurora, às margens do Rio Capibaribe, uma casa, em meio aos prédios, resiste desde 1855. Porém, o risco de danos à sua estrutura tem sido um medo das pessoas que utilizam, visitam e conhecem o endereço. O local onde funciona a Organização Não-Governamental, Aurora Filmes, pode deixar de existir, de acordo com a proprietária, Sandra Ribeiro. 

Isto porque no terreno lateral, de quatro metros, será construída a sede da Associação dos Auditores do Tribunal de Contas de Pernambuco. Com a residência prestes a ser engolida, Ribeiro criou uma mobilização social para salvar o imóvel. “A casa não suportaria uma possível construção de um prédio de três andares no terreno vizinho com apenas quatro metros, para abrigar a sede”, disse ao LeiaJá.

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Diante desse cenário, foi travado um embate. A cineasta relata ter passado por reuniões e afirmou ter sido coagida pelos envolvidos na realização da obra. “No dia da reunião o Sr. Fábio Lyra, presidente da Associação, disse que gostaria de explicar como seria o projeto. A reunião aconteceu numa sala pequena em frente ao TCE. Chegando lá, fui surpreendida com a presença do advogado da Associação. Eles me mostraram o projeto impresso e ficaram fazendo pressão para que eu concordasse com a proposta deles”, declarou. 

“O arquiteto foi escrevendo uma ata enquanto a reunião acontecia. Houve momentos de muita tensão porque eles não queriam me escutar alegando que já estava tudo aprovado pela Prefeitura, que eles tinham outros compromissos e que precisava da minha assinatura na ata para terminar a reunião”, acrescentou Sandra Ribeiro. 

A proprietária do imóvel centenário alega ter lido a ata e encontrado uma contradição. “Lendo a ata, vi que não constava a proposta do jardim de inverno. Eu falei: ‘meu advogado disse que eu não assinasse nada’. A tensão aumentou por parte dos três, chegaram a dizer que a obra vai acontecer de qualquer jeito, eu querendo ou não, e o fato de não assinar a ata não me daria o direito de levar uma cópia do projeto”, contou, pontuando que a obra era orçada em R$ 300 mil. 

Se um lado, a dona do antigo imóvel alega o risco do comprometimento da estrutura do imóvel, do outro, a Associação defende a legalidade da obra. O presidente da entidade, Fábio Lyra, emitiu uma nota ao LeiaJá dizendo que o assunto “já foi amplamente explanado, em reunião, com a proprietária da casa vizinha ao imóvel do TCE que foi cedido à Associação para construção da nossa sede” e lembrou da negativa dela em assinar a ata detalhando o projeto. 

Além disso, ele esclareceu que “o projeto está na fase inicial e que está sendo submetido aos órgãos de controle para sua aprovação. Na ocasião [na reunião], foi dito também a ela que JAMAIS [sic] o TCE-PE, bem como nós auditores iríamos permitir que se fizesse uma construção que prejudicasse qualquer imóvel em seu entorno e muito menos um imóvel centenário como o dela”. 

O porta-voz detalhou ainda que “o projetista estrutural a ser contratado vai apresentar solução técnica para que não afete o prédio dela e, caso necessário, até reforço pode ser feito na parede do casarão sob nossa responsabilidade”.

Um evento no Facebook denominado “Amigos da Aurora Filmes” foi criado e conta com mais de cem pessoas. Nele está disponível um abaixo assinado online para agregar nomes a fim de impedir a construção da estrutura da Associação.

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