Tópicos | IMD

O Brasil perdeu duas posições e agora está à frente de apenas quatro países - África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela - no ranking feito anualmente pela escola de educação executiva suíça IMD que avalia a competitividade de 63 países.

Da 57ª posição no levantamento de 2021, o Brasil caiu para o 59º lugar no ranking deste ano, que tem a Dinamarca como o lugar do mundo que oferece as melhores condições para uma empresa prosperar e concorrer em mercados internacionais. O resultado se deve, sobretudo, à pior percepção dos empresários em temas como economia doméstica, sistema tributário, produtividade, infraestrutura básica, oferta de mão de obra qualificada e acesso ao ensino superior no País.

##RECOMENDA##

Pela dificuldade em superar fragilidades - entre elas, o complexo sistema tributário -, o Brasil, exceto uma curta interrupção da tendência entre 2018 e 2020, vem perdendo posições na lista desde 2010, quando estava entre as 38 economias mais competitivas.

Em geral, os países mais competitivos do mundo têm em comum um desempenho relativamente estável em produtividade, educação e tecnologia. Entre os países da América Latina, que ocupam a parte de baixo da tabela, o Chile é o melhor colocado, na 45ª posição.

Desta vez, em função da guerra no leste europeu, que provocou mudança radical do ambiente de negócios nos dois países, Rússia e Ucrânia foram excluídas do ranking. Os indicadores econômicos, a maioria relativa ao ano passado, têm maior peso no levantamento (2/3). Porém, a posição dos países também leva em conta, com peso de 1/3 no resultado final, pesquisas de opinião, realizadas entre fevereiro e maio, com gestores de alto escalão das empresas nos mercados analisados. No Brasil, as coletas de dados econômicos e a pesquisa foram realizadas pela Fundação Dom Cabral (FDC).

A nova colocação do Brasil no ranking é resultado das preocupações dos empresários com os impactos da inflação no poder de compra das famílias - um fenômeno global, mas que tem efeitos mais perversos em países onde a população vulnerável é maior -, o aumento dos juros no custo de capital e diversos outros obstáculos como a dificuldade das empresas em reter talentos frente às oportunidades oferecidas em outras economias.

Segundo o professor Carlos Arruda, do núcleo de inovação e empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC), o rebaixamento do Brasil aconteceu mais pela piora na avaliação do empresariado do que propriamente pelos últimos resultados da economia. "Há um certo desânimo dos empresários com o contexto brasileiro", comenta.

Enquanto a produtividade da força de trabalho no Brasil segue abaixo da média internacional, a disponibilidade de mão de obra qualificada, assim como o número, considerado baixo, de graduados em ciência e tecnologia, não acompanha as novas habilidades e competências demandadas pela revolução tecnológica. Da mesma forma, a avaliação entre empresários é de que a educação universitária no Brasil não é compatível com as necessidades das empresas.

O avanço do desmatamento em biomas nacionais, que prejudica a imagem do País e a presença de empresas brasileiras em mercados internacionais, é outro motivo por trás da piora da competitividade brasileira, assim como o atraso do Brasil, se comparado a outros países, em realizar mudanças significativas do sistema tributário.

Para Arruda, embora o País tenha reduzido a burocracia na abertura de empresas e avançado na digitalização de serviços públicos, a defasagem em áreas como legislação empresarial, educação e infraestrutura segue pesando na competitividade brasileira, tornando ainda mais urgente avançar nas reformas, principalmente a tributária e a administrativa. "Fica claro que o Brasil precisa de ajustes com certa urgência. Apesar de alguns avanços, o Brasil ainda é visto como um país pouco competitivo", observa o professor.

A empresa de produtos alimentícios Nestlé está recebendo inscrições até o dia 30 de setembro para o programa Nestlé Scholarship for Women, que oferece bolsas de estudos para mulheres em MBA na escola de negócios International Institute for Management Development (IMD), com sede na Suíça e em Singapura. A bolsista selecionada receberá 25 mil francos suíços (equivalente a quase 22 mil euros ou 81 mil reais) para custeio do curso, que terá início em janeiro de 2018. 

As candidatas devem estar com a candidatura previamente enviada ao IMD, ter entre 25 e 35 anos, ter diploma de graduação e experiência mínima de três anos no mercado de trabalho, demonstrar necessidade financeira, ter conhecimento avançado de inglês e falar também uma terceira língua. 

##RECOMENDA##

Para oficializar a candidatura, as candidatas devem enviar um ensaio com 750 palavras em inglês sobre o tema “Muitos argumentam que uma maior diversidade na equipe administrativa principal de uma organização é um fator positivo para os lucros e para os consumidores. O que você recomendaria como forma de atingir essa maior diversidade?”, formatado de acordo com o modelo definido pelo instituto. Também é preciso preencher o formulário de inscrição, o MBA Financial aid application form, e enviá-lo junto ao ensaio para mbafinance@imd.org

LeiaJá também

--> Programa anuncia bolsas de estudos para professores

--> UNINASSAU Petrolina oferece bolsas de estudo integrais

A economia mundial crescerá a uma taxa de 2,9% a 3% neste ano, disse em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o ex-diretor de Relações Exteriores do Banco Mundial na Europa e atual professor de Política Econômica Internacional do IMD (International Institute for Management Development), de Lausanne, Suíça. Carlos Braga. De acordo com ele, do ponto de vista da tendência de longo prazo, o ritmo não é ruim. "Mas a verdade é que se você pegar uma instituição como o FMI, em termos de projeções para a economia mundial, e perguntar quanto o organismo esperava que a economia mundial fosse crescer em 2013 em meados de 2012, a expectativa era de um crescimento de 4%", disse.

O porquê dessa fraqueza, de acordo com Braga, se deve em parte à crise que continua na Europa. "Se olharmos ao redor do mundo, na Europa há vários países que só agora estão saindo da recessão. Mas de uma maneira geral a zona do euro vai fechar com crescimento negativo neste ano, por volta de 0,4%", previu o professor do IMD. Para ele, esse número é uma média, já que países como a Alemanha e os nórdicos fecharão o ano com crescimento positivo.

##RECOMENDA##

Para Braga, não é um desastre a economia mundial crescer 2,9%, num ambiente em que as economias emergentes têm expansão de quase 5%. "Nestes 5%, naturalmente a China continua a ter um peso muito grande. Desacelerou um pouco, mas ainda mantém um crescimento muito robusto", lembrou. E o desempenho do grupo não será melhor porque houve desaceleração em países emergentes como a Índia, por exemplo, que vai entregar neste ano um crescimento de 4%. Na metade do ano passado, a previsão do FMI era de uma expansão do PIB indiano da ordem de 6,6%.

O recuo, segundo Braga, se deve a uma série de problemas similares aos do Brasil. "A Índia possui uma burocracia altamente complexa. O marco regulatório da Índia, como o do Brasil, é muito complicado. Basta olhar o número de anúncios de investimentos feitos na Índia e comparar com o que realmente é implementado. A diferença é de quase 50%", informou Braga, acrescentando que isso acontece porque as empresas anunciam mas não conseguem executar os investimentos.

A Rússia, em 2012, de acordo com a previsão feita em julho do ano passado pelo FMI, deveria crescer na ordem de 3,9% em 2013. Na prática, de acordo com o economista, o PIB russo crescerá 1,5% neste ano. "É outro país grande dentro dos Brics em que o crescimento caiu. Agora, o maior problema são os Estados Unidos, que tiveram um austeridade fiscal muito mais elevada do que seria o ideal para a situação da economia americana", disse Braga.

Segundo ele, como não houve acordo entre republicanos e democratas no Congresso em torno da elevação do teto da dívida dos EUA, chegou-se ao ponto de se paralisar de setores da economia. "Era para o PIB americano crescer 2,2% neste ano e está crescendo por volta de 1,6%. E como é ainda a maior economia do mundo, o resultado acaba afetando a média de crescimento mundial", observou.

O Brasil, de acordo com ele, melhorou e pode-se argumentar que as contas fiscais não estão ruins. Na opinião dele, o governo poderia até gastar um pouco mais. "A questão é a qualidade dos gastos. Nos EUA é diferente. O que acontece é que o Congresso encontra-se no momento mais polarizado da história. Teríamos de retornar à guerra civil, no século 19, para encontrar um momento de polarização tão grande como o atual", comparou Braga.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando