O maior hospital de campanha construído no Recife durante a pandemia do novo coronavírus vai ser desativado a partir da quarta-feira (12). A decisão foi tomada com base na tendência de queda ao longo de quase três meses nos indicadores da Covid-19. O Hospital Provisório Recife 2 (HPR2), nos Coelhos, contava com 260 leitos ativos, sendo 100 de UTI e 160 enfermarias.
Segundo o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), a cidade chegou à menor taxa de ocupação de UTIs, somando os leitos da prefeitura e do governo do estado. "Hoje 63% desses leitos estão ocupados. Nos hospitais de campanha da Prefeitura, nós temos 124 pacientes em UTI, sendo apenas 46 do Recife. E já chegamos a 90 dias de redução nos casos graves de Covid-19 e nos óbitos em nossa cidade. Por isso a gente vai dar prosseguimento à reorganização da rede emergencial", disse Geraldo Julio.
##RECOMENDA##Em julho, já haviam sido desativados 90 leitos do Hospital Provisório Recife 2. "Agora nós vamos desativar a segunda enfermaria e também as UTIs. Esse hospital, a partir de amanhã, não receberá mais novos pacientes, que serão encaminhados para outros hospitais da rede. A Prefeitura do Recife permanece com 242 leitos de UTI ativos porque a pandemia não acabou", disse o prefeito.
O hospital de campanha foi erguido em uma área de antigos galpões na Rua Largo dos Coelhos e chegou a ter 350 leitos ativos, 250 de enfermaria e 100 de UTI. A desmobilização completa da unidade só deverá ser concluída conforme os pacientes internados forem recebendo alta. Nesta terça-feira (11), há 39 pacientes internados nas 100 UTIs ativas e outras 47 pessoas nas 160 enfermarias em funcionamento.
No início de julho, a Secretaria de Saúde do Recife abriu 53 UTIs e desativou 300 enfermarias em cinco hospitais de campanha. Além das 90 enfermarias fechadas no HPR 2, foram desativados leitos nos hospitais construídos nas áreas externas do Hospital da Mulher do Recife (HMR - Curado) e das Policlínicas Barros Lima (Casa Amarela), Amaury Coutinho (Campina do Barreto) e Arnaldo Marques (Ibura). No HMR e nas policlínicas, foram removidas as estruturas provisórias erguidas nas áreas externas das unidades, mas todas permanecem com leitos de Covid-19 nas áreas internas. Com o fechamento do HPR2, a prefeitura terá desativado um total de 460 leitos, 100 deles de UTIs.
Atualmente, a Prefeitura do Recife está com 724 leitos em funcionamento, sendo 342 de UTI e 382 de enfermaria. Com a aproximação desativação, a rede municipal ficará com 564 leitos ativos.
De acordo com a Prefeitura do Recife, os equipamentos médico-hospitalares retirados dos leitos desativados nos hospitais de campanha municipais estão sendo levados para outras unidades que serão entregues este ano, como o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa (Estância), Unidade Pública de Atendimento Especializado (UPAE) do Ibura, assim como para as maternidades municipais Bandeira Filho (Afogados), Arnaldo Marques (Ibura) e Barros Lima (Casa Amarela). Algumas camas serão levadas para casas de acolhimento de idosos. Outra parte dos equipamentos ficará temporariamente guardada em galpões para caso a curva epidêmica volte a subir e seja necessário abrir novos leitos.
A Prefeitura do Recife destaca que a capital foi responsável por apenas 16% de todos os novos casos de Pernambuco. Em abril, a cidade chegou a ser responsável por 54% dos registros. O município também identificou uma queda de 60% no número de atendimentos nas emergências das policlínicas em cujas áreas externas foram erguidos hospitais de campanha. Em abril, a rede registrou mais de cinco mil atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios, mas no último mês o número caiu para cerca de dois mil.