Tópicos | Grafite quadros de mestres

Apesar de alguns compararem a arte do grafite ao vandalismo do espaço urbano, as pinturas murais com aerossóis e as "tags" (assinaturas) são consideradas cada vez mais uma forma artística de vanguarda, sugere uma exposição em Paris que põe o Brasil em lugar de honra.

A exposição Grafite, quadros de mestres foi aberta ao público nesta sexta-feira (15) no Palácio de Tóquio, em Paris, e reúne cerca de 60 quadros de artistas de grafite de Brasil, França e Estados Unidos, que serão leiloados na noite de segunda-feira em prol da associação SOS Racismo.

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Os artistas brasileiros, país que ganhou fama internacional pela riqueza e diversidade de seu grafite, são os convidados de honra nesta exposição, que reúne alguns dos pioneiros desta arte. O grafite nasceu nos vagões dos metrôs de Nova York e, paulatinamente, ganhou espaços nos museus das grandes capitais.

O curador da mostra, Alain Dominique Galliza, um apaixonado por esta arte, disse à AFP que a estrela desta exposição é a obra do brasileiro Nunca, que "embelezou" duas partes do muro de Berlim. Para Galliza, o grafite é uma arte que tem códigos e uma linguagem específica, diferenciando os elaborados murais dos "tags" (as assinaturas) e das caligrafias.

A obra do brasileiro Nunca, que está estimada entre 250.000 e 350.000 euros, será leiloada na segunda-feira pela associação Pierre Verger, em prol do trabalho que desenvolve o SOS Racismo para ajudar às crianças de camadas desfavorecidas.

Do Brasil viajaram também Tinho, Pixação e Herbert Baglione, que deixaram sua marca nos muros de São Paulo. Esses artistas, que estão entre os mais destacados autores desta arte urbana brasileira, vão pintar no sábado pela manhã um mural no bairro XIII de Paris, que há alguns anos tem uma rica cena de grafite.

O ex-jogador de futebol brasileiro Raí, que tem uma fundação no Brasil para ajudar crianças e jovens mais pobres a ter acesso à educação, chegou a Paris nesta sexta-feira, para assistir à performance dos artistas brasileiros, informaram os organizadores. Entre os pioneiros nova-iorquinos presentes na mostra estão Crash, Sonic, Snake, Lady Pink, Bando, Seen, Taki 183, Duro, Blade, Revolt e Quik.

Participam também da exposição, que é gratuita e espera atrair dezenas de milhares de visitantes entre sexta-feira e domingo, algumas lendas francesas, como ASH, Chaze, Spirit, Kongo, Swen, Lazoo, Shuck One, Skki e Shuck.

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