A Polícia Civil de Pernambuco (PC-PE) prendeu temporariamente, nessa terça-feira (23), através do Grupo de Operações Especiais (GOE), 11 pessoas envolvidas em uma quadrilha investigada por tráfico de drogas, homicídios e agressões, com atuação no Recife e na região metropolitana (RMR). Entre os detidos, está a advogada Mayara Felix, que representava o grupo juridicamente, além de ter um relacionamento com um dos investigados.
A Operação Blindados, da GOE, iniciou as investigações em abril de 2023. Segundo a Civil, a quadrilha trabalha junto aos Gêmeos de Santo Amaro, Thiago e Bruno Teixeira, que comandam o tráfico de drogas da região e são rivais de uma outra quadrilha na comunidade do V8, em Olinda. Mesmo com a prisão dos gêmeos, a liderança continuava a movimentar uma grande quantidade de entorpecentes na capital pernambucana.
##RECOMENDA##Além dos 11 mandados de prisão, foram emitidos outros 10 de busca e apreensão domiciliar. Foram apreendidos relógios de luxo, correntes de ouro, celulares, armas, munições, um notebook, uma grande quantidade de dinheiro vivo e um caderno com informações de contabilidade. Quatro carros de luxo blindados também foram apreendidos. A liderança do grupo, que responde a outro processo criminal em Olinda, era conduzida ao fórum em carro blindado e sob escolta, o que chamou a atenção do GOE e gerou uma nova linha de investigação.
"Diante disso, representamos, pela expedição de mandados de busca e prisão temporária - não só dos líderes e do gerente, mas de todos os soldados que atuavam em prol desse grupo, pois além da liderança, havia um braço armado. O grupo também contava com uma advogada, que além de exercer a advocacia, fazia para o grupo uma assessoria criminosa", detalhou o delegado Jorge Pinto, do GOE.
A liderança era responsável por controlar o território, mas para evitar prisões em flagrantes, se mantinham distantes do varejo. "Para isso, [os gêmeos] contavam com a gerência deles, que era de homens de confiança, além de soldados. Mas os gêmeos, mesmo à distância e mesmo presos, conseguiam controlar toda a atividade mercantil na região de Santo Amaro e promovendo guerra sangrenta em Santo Amaro e com efeitos em Olinda também", acrescentou o delegado.
O delegado Jorge Pinto também informou que os chefes de tráfico costumavam realizar chamadas de vídeo para seus "soldados", como são chamados os homens disponíveis para segurança armada e conflito dentro dessas organizações. "As chamadas de vídeo eram demonstrações de poder. Usuários de drogas e mesmo rivais eram retirados de suas casas pelos soldados que, armados, promoviam espancamentos em via pública. Além de demonstrar poder, intimidavam outras pessoas que, porventura, se atrevessem contra o grupo", finalizou o titular da operação.