O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), representado pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou, na madrugada desta terça-feira (9), em Garanhuns, Agreste do Estado, a Operação Pronto Socorro, que resultou na prisão de quatro suspeitos de desviar R$ 267 mil dos recursos públicos destinados ao Hospital Regional Dom Moura. A operação contou com o apoio de cerca de 40 policiais civis e militares, além da Controladoria Geral da União (CGU).
As investigações tiveram início em janeiro do ano passado, quando a Secretaria de Saúde do Estado pediu à Polícia Civil para apurar o desvio de R$ 10 mil, que deveriam ser destinados ao pagamento de um fornecedor. Assim que o inquérito policial foi concluído e encaminhado à Central de Inquéritos do MPPE, os promotores do justiça com atuação no Gaeco resolveram aprofundar a investigação, identificado que o valor era apenas a ponta do iceberg.
##RECOMENDA##Entre os presos está a ex-diretora do hospital, a dentista Maria Emília Pessoa, que esteve à frente da unidade de saúde de 2007 até o ano passado. Além dela, foram presos o auxiliar administrativo, Lúcio Ferreira Duarte Neto; o ex-porteiro, Marconi Souto Araújo e a sua esposa, Maria Veridiana da Costa Vieira, que é servidora do departamento financeiro do hospital.
Era na conta bancária do ex-porteiro que os cheques desviados eram depositados. Ao todo, o MPPE contabilizou 62 cheques desviados. No ato da prisão, as duas mulheres passaram mal e estão hospitalizadas no próprio Dom Moura, sob custódia da polícia. Os homens já estão recolhidos na cadeia pública do município.
De acordo com o procurador-geral da Justiça, Aguinaldo Fenelon de Barros, a fraude era bastante amadora. “Essa foi a forma mais primária que eu já vi de se roubar”, indignou-se. O Ministério Público pediu a prisão temporária dos quatro envolvidos e a juíza de Direito da vara criminal, Pollyana Cotrin, concedeu prisão de 5 dias, podendo ser renovada por mais cinco.
Na operação foram apreendidas câmeras fotográficas, notebooks, pendrives e outros materiais que serão analisados pelos promotores de Justiça e a equipe técnica do Gaeco. "Podemos solicitar outras prisões se entendermos que houve mais recursos desviados além desses R$ 260 mil, porque desviar recursos da saúde é um tipo de crime que também mata", disse Fenelon.
Articulação Nacional - A Operação Pronto Socorro faz parte de uma articulação nacional contra a corrupção e para reiterar a importância do poder investigatório da Instituição. Ao todo, o Ministério Público de 12 Estados, em parceria com diversos órgãos, deflagaram operações similares, cumprindo mandados de prisão, busca e apreensão, bloqueando bens e efetuando prisões.
“O Ministério Público, com esta ação, mostra a importância do seu poder de investigação, pois, após receber o inquérito concluído pela Polícia Civil, o próprio Gaeco decidiu aprofundá-las e descobriu uma torneira aberta por onde vazavam os recursos públicos que tinham como finalidade a saúde do povo do Agreste Meridional e foram desviados”, afirmou o procurador-geral de Justiça Agnaldo Fenelon.
*Com informações da assessoria do MPPE