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Garanhuns - Na tarde deste sábado (29), dentro da programação do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), a Praça da Palavra promoveu um evento para receber uma obra que celebra a trajetória de Sonia Braga. Capitaneado por Augusto Lins Soares, o projeto Sonia em Fotobiografia narra através de imagens momentos que eternizaram a carreira da paranaense. Em entrevista ao LeiaJá, Augusto contou que o livro é um resumo visual. “É uma obra muito importante para o Brasil porque registra o trabalho e a vida de uma das nossas maiores artistas contemporâneas”, contou.

Ainda de acordo com o pernambucano, o material de pesquisa foi bastante prazeroso: “Eu comecei em 2019 e finalizei em 2021. Na medida que eu pesquisava, eu me atualizava em tudo o que estava acontecendo. Não foi um trabalho difícil de executar. Ele foi amadurecendo ao longo do processo. Eu sabia exatamente o que cabia e o que não. Aquilo que era quantidade no início passa a não ser mais um problema porque já tem um filtro, uma leitura, uma revelação de como deve ser contada a história”.

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Com 73 anos de idade, completados em junho, Sonia Braga recebe pela primeira vez uma fotobiografia dessa magnitude. Publicado pela Cepe Editora e Edições Sesc São Paulo, o livro reúne também textos da jornalista e escritora Melina Dalboni. Os admiradores da atriz terão a oportunidade de conferir um acervo com mais de 200 imagens, todas selecionadas em uma dimensão luxuosa  e necessária para a arte brasileira. Quem adquirir o exemplar vai ver Sonia Braga eternizada pelos olhares de fotógrafos renomados como Greg Gorman, Bob Wolfenson e Antonio Guerreiro.

Uma festa no Complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, marca nesta quinta-feira (27) o lançamento da fotobiografia de Marielle Franco. Há 44 anos, nesse mesmo dia, nascia a vereadora, que construiu um legado de luta pelos direitos humanos, justiça e igualdade social. A carreira na política foi precocemente interrompida em março de 2018, quando ela e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros,  no Rio.

As investigações sobre o crime tiveram novos capítulos esta semana. O lançamento do livro se junta aos esforços para manter a memória de Marielle viva e cobrar uma solução final para o caso, que já dura mais de cinco anos sem as principais respostas.

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“Estratégias de preservação da memória, como o lançamento da fotobiografia, são fundamentais para continuar mantendo a pressão sobre as autoridades. Que se alcancem as respostas sobre quem mandou matar Marielle Franco e o porquê. Estratégias de memória são fundamentais para que a gente confronte as campanhas permanentes de desinformação e discurso de ódio que acontecem desde 2018 para desqualificar a luta política da Marielle”, diz Lígia Batista, diretora-executiva do Instituto Marielle.

Discursos

Além do instituto, o livro é organizado em parceria com a vereadora e viúva Mônica Benício (PSOL) e a Editora Azougue Editorial. As páginas trazem discursos de Marielle, textos de convidados e fotografias inéditas ou pouco conhecidas do público em geral.

Imagens da infância, por exemplo, mostram ela e a irmã Anielle, atual ministra da Igualdade Racial, cantando e dançando no palco improvisado em cima de uma cama. A casa ficava na Maré, lugar do qual a vereadora falava sempre com orgulho: “Sou uma mulher negra, mas tenho falado muito que, antes de reivindicar e compreender o que era ser uma mulher negra no mundo, eu já era favelada”, diz um dos trechos do livro.

Nas páginas seguintes, sobre a adolescência, as fotos mostram uma Marielle entre os 16 e 18 anos de idade em atividades na pastoral da juventude, da Igreja Católica. Mas ela logo teve de lidar com algumas contradições internas, já que outro ambiente bem diferente do religioso estava se tornando cada vez mais atrativo: “eu entro num período que estou indo muito a baile funk, sendo adolescente da favela que curte baile, torcida, farra e fugir da igreja pra ir pro baile. ‘Fazendo adolescentisse’, vamos dizer assim”, conta Marielle, em outro trecho.

“É muito importante para a gente conectar o que era e o que foi a caminhada de Marielle Franco antes da carreira na política institucional, porque essa trajetória é seguramente o que marca a agenda de prioridades dela como parlamentar. A vida enquanto ativista, a formação familiar: tudo isso traz elementos fundamentais que orientavam e guiavam a luta política dela”, diz Lígia Batista.

Programação

Todo 27 de julho, o Instituto Marielle Franco prepara atividades especiais para celebrar a memória da vereadora. Em anos passados, foi inaugurada uma estátua de Marielle no Buraco do Lume, no centro do Rio. Foi lançada uma história em quadrinhos sobre as raízes históricas da vereadora e organizou-se uma entrevista ao vivo com a cantora Elza Soares.

Agora, em 2023, no evento de lançamento da fotobiografia, na Maré, haverá uma exposição de fotos exclusivas de Marielle que, segundo o instituto, estão sendo recuperadas e armazenadas no acervo digital. Apresentações de música e poesia completam a festa.

Serviço

Lançamento da fotobiografia e exposição de fotos de Marielle Franco

Atrações: Voz e violão Evy, apresentação Natalhão, Marechal e Preta QueenB Rull

Endereço: rua Bitencourt Sampaio, 181 - Maré, Rio de Janeiro

Data e horário: 27 de julho, das 18h às 22h30

Entrada Franca

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