As Forças Armadas francesas que atuam na região africana do Sahel mataram o líder do grupo Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS), Adnan Abu Walid al-Sahraoui, procurado pelos Estados Unidos por ataques mortais contra seus soldados e trabalhadores humanitários estrangeiros.
"Adnan Abu Walid al-Sahraoui, chefe do grupo terrorista Estado Islâmico no Grande Saara, foi neutralizado pelas forças francesas", anunciou o presidente francês Emmanuel Macron no Twitter na manhã desta quinta-feira (16).
"Este é um novo grande sucesso na luta contra grupos terroristas no Sahel", acrescentou Macron.
Walid al-Sahraoui, ex-membro da Frente Polisario saaraui, fundou o EIGS em 2015 depois de deixar o movimento da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico e jurar lealdade ao EI, que na época controlava territórios no Iraque e na Síria.
Este grupo extremista foi identificado pela França como um "inimigo prioritário" no Sahel.
De acordo com a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, o líder do EIGS, considerado responsável pela maioria dos atentados cometidos no Mali, Níger e Burkina Faso, "morreu após um ataque da força Barkhane", uma operação implantada pela França na extensa zona árida da região do Sahel.
"Representa um golpe decisivo contra este grupo terrorista", opinou a ministra no Twitter.
"O ataque ocorreu há algumas semanas e hoje temos certeza de que era o número um do EIGS", explicou Parly à rádio RFI, sem especificar o local da operação.
Walid al-Sahraoui era "quem procurávamos, visto que era o líder autoritário, indiscutível e sem rival" dentro do grupo islamita.
"Quando se elimina um elo fundamental da corrente, se interrompe e se enfraquece esses grupos terroristas", frisou a ministro, que afirmou que o segundo e o terceiro no comando do EIGS já haviam sido "neutralizados" durante a primavera e o verão.
- Série de assassinatos -
Walid al-Sahraoui, que esteve por trás da morte de trabalhadores humanitários franceses em 2020, também estava sendo caçado pelos Estados Unidos por uma emboscada em outubro de 2017 no sudoeste do Níger, perto de Mali, na qual quatro soldados de suas forças especiais e quatro nigerianos foram mortos.
Esta área é palco habitual de ações de dois grupos terroristas islâmicos: o Estado Islâmico no Grande Sahara (EIGS) e o Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos, ligado à Al-Qaeda.
O EIGS realizou ataques particularmente mortais contra civis e militares na chamada "zona das três fronteiras".
Os Estados Unidos até ofereceram uma recompensa de US $ 5 milhões por informações sobre o paradeiro de Sahraoui.
Em 9 de agosto de 2020, no Níger, o chefe do grupo ordenou pessoalmente o assassinato de seis trabalhadores humanitários franceses e do guia e motorista nigerianos que os acompanhavam.
No final de 2019, o grupo realizou uma série de ataques em grande escala contra bases militares no Mali e no Níger.
Ex-membro do movimento de independência da Frente Polisario do Saara Ocidental, Sahraoui juntou-se à Al-Qaeda no Magrebe Islâmico e também co-liderou o Mujao, um grupo islamita do Mali responsável pelo sequestro de trabalhadores humanitários espanhóis na Argélia e de um grupo de diplomatas argelinos no Mali em 2012.
O Exército francês matou vários membros do alto escalão do EIGS como parte de sua estratégia de atacar os líderes extremistas no âmbito de sua operação militar no Mali.
Após oito anos de ações no Sahel, Macron anunciou em junho uma redução da presença militar francesa na área e o fim da operação Barkhane.