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A China lançou nesta quinta-feira (17) o foguete que transporta seus três astronautas rumo a sua nova estação espacial, em construção para uma missão de três meses, que encarna as esperanças "do povo e do partido (comunista)".

O foguete Longa Marcha-2F decolou com os três astronautas às 9h22 do horário local, em meio a uma nuvem de fumaça do centro de lançamento de Jiuquan, no deserto de Gobi, no noroeste da China.

Esta missão é a primeira vez em quase cinco anos que a China lança um voo espacial tripulado, um recorde para o gigante asiático.

Em meio a um contexto de tensões com o Ocidente, o sucesso desta missão é uma questão de prestígio para Pequim, que se prepara para comemorar o centenário do Partido Comunista Chinês (PCC), no dia 1º de julho.

Na quarta-feira, durante uma coletiva de imprensa no centro de lançamento espacial de Jiuquan, os astronautas fizeram uma saudação militar aos jornalistas, em frente a uma grande bandeira vermelha com cinco estrelas.

O comandante da missão, Nie Haisheng, que já realizou dois voos espaciais, sublinhou a dimensão patriótica desta operação.

"Por décadas, já escrevemos capítulos gloriosos da história espacial chinesa e nossa missão incorpora as expectativas do povo e do próprio Partido", declarou.

Os três homens partiram a bordo da nave espacial Shenzhu-12, impulsionada por um foguete Longa Marcha-2F, que irá atracar no módulo Tianhe ("Harmonia Celestial"), de acordo com a CMSA (agência espacial chinesa).

Os astronautas ficarão no Tianhe, o único módulo da estação que foi colocado em 29 de abril em órbita terrestre (350-390 km de altura).

Na estação, eles se dedicarão aos trabalhos de manutenção, instalações, saídas para o espaço, preparação de futuras missões e próximas estadias de outros tripulantes.

- Uma luta 'a cada minuto' -

O trio realizou mais de 6.000 horas de treinamento, incluindo cambalhotas em uma piscina em trajes espaciais, para se acostumar com os passeios sem gravidade.

"Lutamos a cada minuto para realizar nosso sonho espacial", declarou Liu Boming, outro membro da tripulação. “Treinei me dedicando à causa”, acrescentou.

Em sua cápsula, os três soldados poderão escolher entre 120 alimentos nas refeições e treinar na esteira para se manter em forma.

A missão Shenzhu-12 é o terceiro lançamento dos 11 que serão necessários para a construção da estação, entre 2021 e 2022. Quatro dessas missões serão tripuladas.

Além de Tianhe, que já está em órbita, os dois módulos restantes - que serão laboratórios de biotecnologia, medicina e astronomia - serão enviados ao espaço no próximo ano.

Estes últimos permitirão a experimentação em biotecnologia, medicina, astronomia e tecnologia espacial.

Após a conclusão, a estação terá uma massa de cerca de 90 toneladas e deverá ter uma vida útil de pelo menos 10 anos, de acordo com a agência espacial chinesa.

Designada em inglês CSS (para "Estação Espacial Chinesa") e em chinês Tiangong ("Palácio Celestial"), a estação será semelhante em tamanho à antiga estação Mir soviética (1986-2001).

O interesse chinês em ter sua própria base humana na órbita da Terra foi alimentado pela proibição americana contra a presença de seus astronautas na ISS.

Esta última - uma colaboração entre os Estados Unidos, Rússia, Canadá, Europa e Japão - deve ser aposentada em 2024, embora a Nasa tenha dito que poderia permanecer operacional além de 2028.

"Estamos prontos para cooperar com qualquer país que esteja comprometido com o uso pacífico do espaço", declarou um alto funcionário da CMSA, Ji Qiming, a repórteres.

Após muita expectativa, os destroços do foguete chinês Longa Marcha 5B caíram em uma área do Oceano Índico a oeste das Maldivas na madrugada deste domingo (9).

A queda foi confirmada pela agência espacial da China, que diz que a maior parte do corpo do foguete, o maior já construído pelo país asiático, se desintegrou em contato com a atmosfera terrestre.

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O Longa Marcha 5B havia sido usado para colocar em órbita o primeiro módulo da futura estação espacial da China, que perdeu o controle do foguete após a missão devido à falta de combustível.

O cilindro que caiu no Índico tinha mais de 30 metros de comprimento e cinco de diâmetro e pesava cerca de 20 toneladas.

Da Ansa

O governo chinês disse nesta sexta-feira (7) que o risco de que o foguete fora de controle após se separar da estação espacial de Pequim causar danos à Terra é "extremamente baixo", depois que os Estados Unidos alertaram sobre um possível perigo.

Especialistas militares americanos disseram na véspera que o foguete Long March 5B poderia atingir a superfície entre sábado (8) e domingo (9). Mas Pequim quis minimizar os riscos.

"A probabilidade de causar danos (...) é extremamente baixa", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

"A maioria dos componentes vai-se destruir" ao entrar na atmosfera, afirmou, acrescentando que as autoridades "informarão sobre a situação de maneira oportuna".

Na quinta-feira, a China lançou o primeiro dos três elementos de sua estação espacial, a CSS, que foi impulsionado por um foguete Long March 5B. É o corpo deste foguete que aterrissará nos próximos dias.

Após a separação do módulo espacial, o lançador começou a orbitar o planeta em trajetória irregular, perdendo altitude lentamente. Isso torna quase impossível qualquer previsão sobre seu ponto de entrada na atmosfera e, portanto, seu ponto de queda.

O secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, disse esperar que o objeto caia em um local desabitado "onde não prejudicará ninguém" e insinuou que foi negligência, por parte da China, deixar o corpo do foguete sair de órbita.

- Disputa espacial -

A China investiu bilhões de dólares em seu programa de exploração espacial, para refletir seu crescente perfil global e poder tecnológico, seguindo os passos de Estados Unidos, Rússia e Europa.

Assim, o espaço se tornou o mais recente cenário de enfrentamento entre China e Estados Unidos.

O lançamento do primeiro módulo da estação espacial chinesa "Palácio Celestial" em abril passado, com equipamentos de suporte de vida e espaço habitacional para astronautas, representou um marco nos ambiciosos planos de Pequim de estabelecer uma presença humana permanente no espaço.

O presidente Xi Jinping disse se tratar de um passo fundamental na "construção de uma grande nação de ciência e tecnologia".

Com a aposentadoria da Estação Espacial Internacional (ISS), prevista para depois de 2024, a instalação da China será a única estação espacial na órbita terrestre.

As autoridades espaciais chinesas dizem que estão abertas a receber colaboração estrangeira, embora não tenham deixado clara a extensão dessa cooperação.

A Agência Espacial Europeia enviou astronautas para a China para treinamento, que lhes permita trabalhar na estação espacial chinesa quando ela começar a funcionar.

Em março deste ano, a China também anunciou planos de construir, junto com a Rússia, uma estação lunar separada.

Planejada para a superfície, ou órbita da Lua, esta instalação estará equipada para fazer pesquisas experimentais e será o maior projeto de cooperação espacial da China até o momento.

O foguete Long March 5B não é o primeiro, em que a China perde o controle de um componente espacial que retorna à Terra.

Seu laboratório espacial Tiangong-1 se desintegrou ao reingressar na atmosfera em 2018, dois anos depois de ter deixado de funcionar. À época, as autoridades chinesas negaram terem perdido o controle da espaçonave.

Os Estados Unidos não têm planos de destruir um foguete chinês fora de controle em direção à Terra, disse o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, nesta quinta-feira (6).

"Temos a capacidade de fazer muitas coisas, mas não temos um plano para derrubá-lo agora", revelou Austin aos repórteres.

Especialistas do Pentágono esperam que o foguete Longa Marcha 5B, que saiu de órbita após se separar da estação espacial de Pequim, atinja a superfície em algum momento entre sábado e domingo.

Mas é difícil prever quando e onde cairá.

"Temos esperança de que ele caia em um lugar onde não prejudique ninguém. Torcemos para que seja no oceano ou em algum lugar assim", explicou Austin, que insinuou negligência por parte da China em deixar o corpo do foguete sair da órbita.

“Eu acho que isso mostra o fato de que, para aqueles de nós que operam no domínio espacial, existem requisitos (de segurança), ou deveria haver um requisito para operar com segurança e consideração,” criticou Austin.

Precisamos "ter certeza de levar esse tipo de coisa em consideração quando planejamos e conduzimos operações" no espaço, acrescentou.

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