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Na manhã deste sábado (17), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compartilhou um vídeo produzido pela equipe do amigo e apoiador Luciano Hang, dono da rede Havan. As imagens têm críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foram acompanhadas com legendas sem mencionar Lula, mas que referenciam à necessidade de se livrar do legado petista para garantir um futuro melhor às próximas gerações. Na peça aparecem registros antigos do adversário apoiando o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, morto em 2016, e a revolução socialista no país caribenho.

A publicação foi feita no Twitter pessoal de Bolsonaro, que está internado desde quarta-feira (14) no Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo, para tratar uma obstrução intestinal, mas já apresenta melhora e acessa as redes sociais.

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Em vídeo, Lula chama Castro de “mito”. A relação entre os dois ex-líderes nunca foi um segredo para a opinião pública, que possui visões polarizadas sobre a atuação do ex-guerrilheiro na ilha. As falas de Lula são contrapostas por manchetes críticas ao regime cubano, que tem enfrentado manifestações populares nos últimos dias, o que não ocorria desde a década de 90.

Ao final da sua publicação, Bolsonaro mostra uma sequência de fotos de Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) com Fidel e encerra: “Diga com quem andas que lhe direis quem é. Nunca se esqueçam disso. E nós vamos juntos resolver isso, por nós, nossos filhos e netos, pelas futuras gerações. Deus, pátria, família”.

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O segundo filho do presdiente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), comentou a publicação do pai e ironizou a chamada terceira via (que não apoia nem Bolsonaro nem Lula) por silenciar diante dos "abusos" da ditadura cubana. "Mas e o embargo [dos EUA a Cuba]? Os gargantas profundas defenderem a ditadura e abusos contra seus próprios colegas, não é novidade. Enquanto isso, a 'terceira via' silencia de tanto engolir peixe-espada no reino do molusco? É pela liberdade é pelo bem do povo sim. Pode acreditar", escreveu Carlos.

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O presidente Miguel Díaz-Canel foi escolhido nesta segunda-feira (19) como novo líder do Partido Comunista de Cuba (PCC), substituindo Raúl Castro, que vai se retirar da vida pública.

Díaz-Canel, que completa 61 anos nesta terça (20), foi designado primeiro-secretário do comitê central do PCC no oitavo congresso da única legenda política autorizada em Cuba. Com isso, Raúl Castro, 89, deixa definitivamente o poder.

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O irmão de Fidel Castro (1926-2016) já havia abdicado da presidência em abril de 2018, mas permanecia na liderança do PCC. O cargo de primeiro-secretário estava nas mãos dos irmãos Castro desde a fundação da sigla, em outubro de 1965, mas o castrismo vigora desde a Revolução Cubana, em 1959.

Ao anunciar sua retirada do PCC, na última sexta-feira (16), Raúl disse que entregaria a direção do país a "um grupo de pessoas preparadas e comprometidas com a ética e os valores da nação". Segundo ele, sua saída é uma maneira de "atualizar o socialismo" para torná-lo "mais eficiente e sustentável".

Díaz-Canel promete manter uma linha de continuidade do regime castrista, mas agora o comando do país estará concentrado nas mãos de dirigentes que não viveram a Revolução de 1959, em um cenário de crescente pressão por abertura devido ao aumento do alcance da internet.

O país também está em crise econômica por causa do prolongamento do embargo dos EUA e dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, que atingiu em cheio o setor de turismo, um dos pilares da ilha.

Da Ansa

Cerca de 70 mil cubanos prestaram neste domingo (8) uma homenagem ao guerrilheiro argentino Ernesto 'Che' Guevara, em celebração aos 50 anos de sua morte. Neste ano, será a primeira vez que a cerimônia não contará com a presença do ex-presidente de Cuba Fidel Castro, seu amigo e líder durante a Revolução Cubana morto em novembro de 2016, que instituiu o dia 8 de outubro como dia do "Guerrilheiro Heroico", apesar de Che ter morrido um dia depois.

A celebração ocorre em Santa Clara, a 300 quilômetros de Havana, e teve a presença do chefe de Estado cubano, Raúl Castro. Ele participou do evento vestido com uniforme militar.

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Na Bolívia, onde Che morreu, uma comitiva oficial cubana foi enviada neste sábado (7) para participar de uma série de atos comemorativos que estão sendo realizados com apoio do presidente Evo Morales.

O argentino Ernesto Guevara, ao lado de Castro, liderou a revolução que destituiu o ditador Fulgencio Batista do poder em Cuba. Che faleceu em 1967, aos 39 anos, quando foi capturado e morto pelo Exército boliviano.

Mostra na Itália Do dia 6 de dezembro até abril de 2018, a cidade de Milão receberá uma exposição sobre a vida do guerrilheiro, que contará com mais de dois mil documentos, entre fotos, cartas e discursos.

O objetivo da mostra é relembrar a história do comandante que simbolizou a Revolução Cubana.

Da Ansa

A Assembleia Nacional de Cuba aprovou na terça-feira (27) uma lei que impede a nomeação de ruas, praças e monumentos públicos com o nome de  Fidel Castro, de acordo com os desejos do líder revolucionário que faleceu em 25 de novembro. A lei - aprovada por unanimidade pelos mais de 600 legisladores - também proíbe construir estátuas em sua homenagem. As informações são da agência chinesa Xinhua.

Antes de sua morte novembro, Fidel disse a seu irmão e sucessor, Raúl Castro, que não queria ser imortalizado dessa forma. Em um tributo público ao ex-líder, Raúl Castro disse: "O líder da revolução rejeitou qualquer exibição de culto de personalidade e ... até suas últimas horas insistiu que uma vez morto, seu nome nunca seria usado para nomear instituições, praças, parques, avenidas, ruas ou outros locais públicos, e nenhum monumento, busto, estátua e outros tipos de tributos seriam construídos em sua memória”.

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Dirigindo-se à última sessão do Congresso, Homero Acosta, secretário do Conselho de Estado de Cuba, disse que o pedido reflete a "humildade e modéstia" que caracterizou o líder. "De acordo com o espírito da vontade expressa por Fidel," a lei também proíbe o uso de seu nome ou imagem, pensamentos ou referências de qualquer tipo como uma marca registrada ou logotipo, nome de domínio ou design para fins comerciais ou de publicidade," disse Acosta.

No entanto, o parlamento cubano fez uma ou duas exceções, para que o nome de Fidel possa ser usado no futuro para nomear uma instituição que estuda o papel do ex-presidente na história da nação, ou centro de pesquisa que investiga seu legado.

A lei não restringe obras artísticas ou literárias inspiradas pelo lendário líder ou a publicação de milhares de imagens tiradas de Fidel ao longo de sua vida. Fotos de Castro em instituições estaduais, escolas, universidades, unidades militares e outros locais públicos podem permanecer no lugar como um sinal de tributo e respeito permanente.

"Fidel continuará sendo um ícone nas lutas do povo cubano para preservar nossa unidade, nossa independência, nossa soberania e nosso socialismo," disse Acosta.

Nesta semana, o programa Globalizando discute a morte e o legado de Fidel Castro, líder da revolução que levou o socialismo para a ilha de Cuba. 

Para conversar sobre o assunto, o programa tem como convidada a professora Brenda de Castro, doutoranda no programa de pós-graduação em Sociologia e Antropologia da UFPA e professora da Universidade da Amazônia.

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A playlist do programa Globalizando passa pelos países que apoiavam e que eram inimigos do regime de Fidel. 

Acompanhe esse e outros temas no programa Globalizando, todo sábado, às 11 horas, e toda quarta, às 21 horas, na Rádio Unama FM. 

Para acessar esta edição, clique no ícone abaixo:

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As cinzas de Fidel Castro chegaram neste sábado à cidade de Santiago, no leste de Cuba, após terem saído de Havana e percorrido mais de 800 quilômetros pela ilha em quatro dias. Os restos mortais do líder cubano serão enterrados no domingo no cemitério de Santa Ifigênia, ao fim do período de nove dias de luto pelo homem que governou o país por quase cinquenta anos. O ex-presidente morreu no dia 25 de novembro, aos 90 anos.

Sob sol intenso, milhares de moradores de Santiago se reuniram no centro da cidade para ver de perto a passagem da procissão e o pequeno recipiente de cedro com as cinzas do ex-presidente coberto com a bandeira cubana.

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As cinzas de Fidel serão levadas até a Praça da Revolução, onde o líder receberá as últimas homenagens em cerimônia conduzida por seu irmão, o presidente Raúl Castro. No cemitério de Santa Ifigênia está enterrado também o herói nacional José Martí.

O luto por Fidel atingiu níveis de adoração quase religiosa desde sua morte, principalmente nas áreas rurais do leste do país. Multidões foram até a beira das estradas e gritaram seu nome para saudar a procissão que levava suas cinzas. Fonte: Associated Press.

Senadores franceses de direita e de centro fizeram, nesta quinta-feira (1º), um minuto de silêncio "em memória das vítimas de Fidel Castro". "Gostaria de oferecer um pouco do meu tempo de palavra à memória das vítimas de Fidel Castro, pedindo aos nossos colegas que façam um momento de silêncio", declarou o senador Claude Malhuret (Les Républicains, direita), na Casa.

Depois do pedido, os senadores da direita - Les Républicains e os centristas - se levantaram em silêncio, enquanto seus pares da esquerda se permaneceram sentados e gritaram contra a "hipocrisia".

"A História designará Fidel Castro, junto com Stalin, Kim Il-Sung, ou Pol Pot, como um dos perseguidores mais ferozes de seu próprio povo", afirmou Malhuret.

"Cerca de 100 mil mortos, executados, assassinados, torturados, em prisão perpétua, os 'boat people', um quinto do povo cubano no exílio, milhares de mortos no mar, dezenas de milhares de vidas perdidas pela miséria, pela desnutrição, pelo desastre econômico provocado pelo comunismo", detalhou Malhuret.

O senador também questionou se era oportuno ter enviado a número três do governo francês, a ministra Ségolène Royal, para assistir às cerimônias fúnebres de Fidel Castro, em Cuba.

"Do mesmo modo que vários países, assim como o papa, a França quer apoiar a democratização de Cuba, desenvolver suas relações com Havana em todos os campos", rebateu o secretário de Estado de Assuntos Exteriores, Harlem Désir.

A França "abordará o tema da democracia e dos direitos humanos no marco do diálogo político com as autoridades cubanas", acrescentou Désir, membro do Partido Socialista (PS) francês.

O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, faleceu na última sexta-feira (25), aos 90 anos.

Em Birán, povoado natal de Fidel Castro, "ninguém esperava" que aquele jovem estudante, rebelde e amante da natureza, fosse deixar o conforto de sua propriedade familiar para se lançar na revolução em 1959, conta seu irmão Martín.

"Falava pouco (de seus planos) porque temia que 'o velho' (seu pai) ficasse sabendo", explica à AFP, sentado em uma cadeira em uma casa modesta, Martín Castro Batista, de 77 anos, filho do mesmo pai, mas de uma mãe diferente, que conserva uma semelhança com seu famoso irmão.

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Situada em meio a colinas e plantações de cana de açúcar, a 800 km de Havana, a cidade de Birán viu o nascimento de Fidel e depois de seu irmão Raúl, filhos de Angel Castro, um imigrante galego que chegou a Cuba como camponês pobre e se converteu em um rico fazendeiro, e Lina Ruz, uma camponesa cubana.

Depois de percorrer um pequeno caminho rural, um simples cartaz com a inscrição "lugar histórico" anuncia que à esquerda se encontra a fazenda da família Castro, atualmente convertida em museu. Ali nasceu Fidel Castro no dia 13 de agosto de 1926.

"Neste momento temos mais de cem turistas diários. Normalmente são entre 15 a 20, às vezes 50", indica Antonio López Herrera, de 65 anos, guia oficial do local. "Foi uma explosão desde a morte de Fidel", na sexta-feira aos 90 anos, acrescenta.

A propriedade fundada em 1915 revela uma infância privilegiada: um vasto prado com coqueiros, palmeiras, limoeiros e cercado de plantações de cana de açúcar. No centro, se sobressai a casa de madeira, de telhado vermelho e paredes pintadas de amarelo, projetada por Angel Castro.

Ao seu redor construiu uma escola, uma sala de cinema, uma agência dos correios, uma loja, um bar e inclusive um consultório odontológico e um ringue para briga de galos. "Não precisava sair daqui para nada", destaca Antonio.

"Fidel era agitado desde bebê, já sofria de insônia, demorava para dormir. Era um menino muito alegre e muito rebelde. Gostava de estar em qualquer lugar, menos em casa", conta.

"Nadava, montava a cavalo, nadava no rio cheio, escalava a montanha, tinha muita audácia, era um menino temerário". Naquela época nada levava a crer que seria o "comandante em chefe" ou o "líder máximo".

- "As pessoas mais pobres" -

"Todos os colegas com os quais eu brinco, em Birán, com quem vou para cima, para baixo, para toda parte, são as pessoas mais pobres", explicou Fidel Castro em uma entrevista com Ignacio Ramonet.

"Certamente o que mais me influenciou é que, onde eu nasci, vivia com as pessoas mais humildes. Lembro dos desempregados analfabetos que faziam fila nas proximidades dos canaviais", acrescenta.

Fidel gostava de conversar com os trabalhadores haitianos, 80, no total, que trabalhavam na propriedade da família Castro. "Fidel vivia mais aqui do que em casa, sua mãe precisava ir buscá-lo", conta Antonio.

Fidel, que partiu de Birán aos seis anos para frequentar uma escola em Santiago de Cuba, retornava regularmente para passar as férias em sua cidade natal e aproveitar o campo. "Ia caçar passarinhos com seu cachorro Napoleón", conta Antonio, ao apontar uma foto de Fidel adolescente, carregando seu fuzil ao lado de um animal.

"Sempre andava com armas, gostava de caçar, começava a atirar para o ar", confirma Martín, seu meio-irmão.

Paco Rodríguez, de 91 anos, chamado pelos irmãos Castro carinhosamente de "Paquito", lembra bem de seu amigo: "Brincávamos juntos, fomos à escola juntos, treinávamos boxe, jogávamos bola", lembra nostálgico.

Em Birán é uma tarefa quase impossível encontrar uma pessoa crítica a Fidel ou que mencione as violações dos direitos humanos denunciadas contra ele pela ONU e por seus opositores.

"É o filho predileto deste lugar", afirma Antonio. "Aqui, até as pedras amam Fidel".

Uma fila começou a se formar no início da manhã de hoje na Praça da Revolução para que as pessoas pudessem se despedir de Fidel Castro, líder da Revolução Cubana, que morreu aos 90 anos no último sábado.

No início dos nove dias de luto oficial, trabalhadores do Estado, aposentados, idosos e estudantes universitários jogavam flores próximas a uma foto de Fidel. "Estou com ele até o meu último suspiro", disse Raúl Pérez, de 72 anos, enquanto estava em uma multidão debaixo do sol. "Vamos acompanhar Fidel sob o sol e sob a chuva", afirmou.

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Na quarta-feira, as cinzas de Fidel começarão uma procissão que se estenderá de Havana a Santiago de Cuba, retomando a rota que ele e seus guerrilheiros fizeram em 1958, antes de derrubarem o governo de Fulgencio Batista.

Os cubanos mais jovens falaram de mudança após as recentes e breves aberturas sob o comando de Raúl Castro. A maioria dos dissidentes ficou em casa com a morte de Fidel, mas alguns disseram que o governo poderia ser abalado com a morte do líder cubano. "Eles entendem que a revolução foi baseada em uma pessoa, que acabou de morrer. Então a revolução terá que ser reinventada", disse Guillermo Fariñas, dissidente que recebeu o Prêmio Sakharov em 2010 pela liberdade de pensamento. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os herdeiros de Celia Cruz fizeram um minuto de silêncio em homenagem à rainha da salsa, o músico Emilio Estefan recordou os sacrifícios de seus compatriotas cubanos e o salseiro Willy Chirino mandou "para o inferno", neste sábado (26), o falecido Fidel Castro. Assim os artistas cubanos exilados nos Estados Unidos começavam a reagir após o falecimento do líder cubano na noite de sexta-feira.

Os herdeiros de Celia Cruz, a "guarachera (gênero musical cubano) do mundo", que morreu em 2003 sem ver seu sonho de "uma Cuba livre" realizado, publicaram no Facebook da artista imagens de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira da ilha. "Foi, é e será a voz de Cuba", acrescentaram com uma foto de Celia Cruz em sua juventude. "Se Celia estivesse aqui", "Minha negra linda, chegou a hora", "Celia, sua Cuba será livre", escreviam os fãs emocionados.

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O músico cubano-americano Emilio Estefan lembrou com seriedade "todos os prisioneiros políticos, muitos deles que morreram e suas famílias; os membros da Brigada 2506, que tiveram grande coragem e valentia de lutar desde o início; a cada família que foi separada; aos que morreram no Estreito da Flórida...".

A Brigada 2506 foi a que protagonizou em 1960, com a ajuda da CIA (a agência de Inteligência americana), a frustrada invasão da Baía dos Porcos. "Para Cuba, hoje amanheceu uma manhã com um novo sol cheio de esperança", acrescentou Emilio, marido de outra "rainha da salsa", Gloria Estefan.

O salseiro Willy Chirino, que assim como o casal Estefan é um ícone do exílio em Miami, publicou sua emblemática canção anticastrista, "Nuestro día já viene llegando", sobre sua experiência como exilado. "Levei mais de 20 anos cantando esta canção", escreveu Chirino em seu Facebook. "Pensando nos milhões de cubanos que sofreram na própria pele a separação familiar, a ausência e a nostalgia pela pátria por culpa deste desgraçado, agora lhe digo... para o inferno!", completou.

O corpo do ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, será cremado e as cinzas serão colocadas em um cemitério na cidade cubana de Santiago, no dia 4 de dezembro. Antes disso, centenas de homenagens oficiais serão feitas ao líder cubano. 

Santiago foi a cidade em que Fidel cresceu e frequentou a escola. E foi também nesta cidade que Fidel Castro, em 1959, de uma janela da prefeitura, anunciou ao mundo a revolução cubana. O líder cubano nasceu na cidade de Birán, no dia 13 de agosto de 1926

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Entre as homenagens previstas a que terá maior destaque será feita na próxima segunda-feira, em frente ao Memorial José Martí, em Havana, capital cubana. Neste dia, a população cubana poderá prestar homenagem ao líder cubano.

De acordo com o ritual previsto, todos os que comparecerem a essa homenagem deverão assinar um livro em que prometem fidelidade à revolução cubana. Haverá também, no mesmo dia, uma missa na Praça Havana, onde Fidel costumava se dirigir às multidões.

Na quarta-feira, as cinzas do ex-presidente serão transportadas para várias cidades do país, para que a população possa homenageá-lo. No sábado, haverá outra missa na cidade de Santiago.

Personagem de numerosos filmes e documentários, Fidel Castro foi um apaixonado pelo cinema, que considerava um campo na sua "batalha política" e no qual legitimou a censura como arma para defender sua revolução.

Consciente do impacto social do cinema, três meses depois de entrar triunfante em Havana em janeiro de 1959, Fidel ordenou a criação do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficos (ICAIC), à frente do qual colocou seu amigo incondicional Alfredo Guevara, que foi um estreito colaborador até sua morte, em 19 de abril de 2013.

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Seu amigo colombiano e prêmio Nobel de Literatura Gabriel García Márquez (morto em 2014) chamou Fidel de "o cineasta menos conhecido do mundo", quando criaram em Havana a Fundação do Novo Cinema Latino-Americano, em 1985, e um ano depois a Escola Internacional de Cinema de San Antonio de los Baños, perto da capital cubana.

Para Fidel, o novo cinema era "uma grande batalha" pela identidade, libertação, independência e sobrevivência latino-americanas. "Se não sobrevivermos culturalmente, tampouco sobreviveremos economicamente nem politicamente", disse em 1985.

Em 1961, no conhecido discurso "Palavras aos Intelectuais", defendeu o "direito" de seu governo a "regular, revisar e fiscalizar" filmes devido à sua "influência no povo", como uma responsabilidade "em meio a uma luta revolucionária".

Na crise econômica dos anos 1990, em pleno florescimento de filmes críticos à realidade da ilha, como "Alicia en el pueblo de maravillas" e "Morango e chocolate", Fidel arremeteu contra "Guantanamera" - sem tê-lo visto -, de Tomás Gutiérrez Alea, uma crítica à ineficiente burocracia cubana.

Muitas personalidades do cinema falaram e fumaram 'habanos' com Castro, entre eles Francis Ford Coppola e Kevin Costner, com quem viu em 2001 "Treze dias que abalaram o mundo", filme que o ator protagonizou sobre a crise dos mísseis de 1962.

Admirador de Brigitte Bardot e amigo de Gerard Depardieu, dizia que conhecia todos os filmes de Charles Chaplin, que era capaz de ver "três ou quatro vezes" os do humorista mexicano Mario Moreno 'Cantinflas', e que tinha sido cativado por Sophia Loren.

Fidel confessou a Oliver Stone, autor de dois filmes sobre ele, "Comandante" (2002) e "Procurando Fidel" (2003), que viu poucos filmes desde o colapso soviético em 1991, por falta de tempo. Entre os que viu em videocassete estavam "Gladiador" e "Titanic".

Gritos e insultos marcaram um encontro de dois pequenos grupos que se manifestaram em frente à embaixada cubana em Madri. As manifestações ocorreram após o anúncio da morte do líder cubano Fidel Castro e envolveram tanto simpatizantes quanto pessoas contrárias ao ex-governante da ilha.

Imagens postadas por manifestantes nas redes sociais mostram pessoas brindando com taças de vinho na calçada enquanto carregavam faixas onde se lê "Cuba Democracia". Um comunicado do governo espanhol descreveu Fidel Castro como "uma figura de enorme importância histórica".

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"Como um filho de espanhóis, o ex-presidente Castro sempre manteve relações próximas com a Espanha e mostrou grande afeição pelos laços culturais de sua família", diz o texto. "Por essa razão, a Espanha compartilha o luto do governo cubano e de suas autoridades", conclui. (Dayanne Sousa, com informações da Associated Press)

Em meio a mensagens de pesar e condolências publicadas por políticos brasileiros na internet, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) foi na contramão e compartilhou um vídeo para comemorar a morte do líder cubano Fidel Castro. O ex-revolucionário morreu, neste sábado (26), aos 90 anos.

Nas imagens, Bolsonaro compara Fidel Castro a políticos brasileiros dos partidos PT, PCdoB e PSOL. "Fidel Castro, um grande exterminador de liberdades e promotor da miséria do mundo todo. Certamente terá - ao lado de ídolos do PT, PCdoB e PSOL - uma estadia eterna nas profundezas do inferno", disse Bolsonaro em vídeo publicado no Facebook.

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A informação sobre a morte de Fidel Castro foi divulgada pelo seu irmão Raúl Castro, em pronunciamento na TV estatal. Um dos líderes mais conhecidos e controversos do mundo, Fidel governou a ilha caribenha por quase meio século. Em comunicado oficial, Cuba declarou nove dias de luto oficial.

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A ex-presidente Dilma Rousseff e Lula lamentaram a morte do líder Fidel Castro em nota compartilhada por meio das redes sociais neste sábado (26), em que prestam condolências à sua família e ao povo cubano. Para Dilma, o falecimento do revolucionário é motivo de luto e dor. Lula, por sua vez, disse que o comandante tinha um espírito combativo e solidário. Fidel morreu aos 90 anos na capital Havana, em Cuba.

"Fidel foi um dos mais importantes políticos contemporâneos e um visionário que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa, sem fome nem exploração", escreveu Dilma, em nota. Ainda de acordo com Dilma, o cubano soube unir ação e pensamento, mobilizando forças populares contra a exploração de seu povo e conseguiu se tornar um ícone para a juventude ao redor do mundo.

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Lula comentou que sente a morte de Fidel como a perda de um irmão mais velho. "Para os povos de nosso continente e os trabalhadores dos países mais pobres, especialmente para os homens e mulheres de minha geração, Fidel foi sempre uma voz de luta e esperança. Será eterno seu legado de dignidade e compromisso por um mundo mais justo. Hasta siempre, comandante, amigo e companheiro Fidel Castro", escreveu no Facebook.

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O Papa Francisco enviou um telegrama ao presidente de Cuba, Raúl Castro, lamentando a morte de seu irmão mais velho e líder cubano, Fidel Castro. "Meu sentimento de tristeza para sua excelência e sua família", escreveu.

Em um sinal de estima pessoal, Francisco assinou o telegrama, quebrando o protocolo do Vaticano de que o Secretário de Estado é quem tradicionalmente envia este tipo de mensagem. Francisco e Castro se encontraram durante uma visita papal a Cuba em setembro de 2015. Fonte: Associated Press.

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Poucas horas após o governo cubano anunciar a morte do ex-presidente Fidel Castro, exilados em Little Havana, em Miami, Flórida (EUA), saíram às ruas para comemorar a notícia com fogos de artifício, bandeiras e gritos. Milhares de pessoas se reuniram nas primeiras horas deste sábado (28), na esperança de que seu país natal tenha uma maior abertura democrática. Confira no vídeo abaixo.

Rapidamente, as redes sociais foram inundadas com mensagens comemorativas. "Festa em Miami após a morte de Fidel Castro. Milhões de cubanos em todo o mundo celebram", escreveu o usuário do Twitter Rubén Añón Canedo.

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"Garrafas de espumante estourando em Little Havana", reportou outro internauta no Twitter. Na mesma rede social, os termos "Fidel Castro" e "#FidelEterno" figuram entre os assuntos mais comentados pelos internautas.

Muitos cubanos fugiram de Cuba para Miami, Tampa, Nova Jersey e outros lugares depois que Fidel Castro assumiu o poder em 1959, na esperança de que pudessem retornar logo depois que o líder cubano fosse derrubado do poder. Isso nunca aconteceu.

Muitos acreditavam que não seriam verdadeiramente livres sob o regime comunista. Milhares deixaram para trás suas posses, entes queridos e negócios viajando para os EUA em avião, barco ou jangada.

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O revolucionário Fidel Castro morreu, neste sábado (26), aos 90 anos. A informação foi divulgada pelo seu irmão Raúl Castro, em pronunciamento na TV estatal. Um dos líderes mais conhecidos e controversos do mundo, Fidel governou a ilha caribenha por quase meio século. Em comunicado oficial, Cuba declarou nove dias de luto oficial.

"Com profunda dor compareço para informar ao nosso povo, aos amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro do 2016, às 22h29, faleceu o comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz", disse Raúl Castro. O atual presidente cubano concluiu seu discurso com o famoso slogan revolucionário. "Até a vitória!".

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O governo cubano anunciou que as cinzas de Fidel Castro serão enterradas no cemitério de Santa Ifigenia, em Santiago de Cuba, no dia 4 de dezembro. Apesar do estado de saúde frágil, a morte de Fidel pegou os cubanos de surpresa e repercute em todo o mundo. Diversos líderes mundiais compartilharam mensagens de condolências.

"O nome deste estadista é justamente considerado o símbolo de uma era na história do mundo moderno", disse o presidente russo, Vladimir Putin, em um telegrama a Raúl Castro, citado pelo Kremlin. "Fidel Castro era um amigo sincero e confiável da Rússia", completou.

François Hollande, presidente francês, também lamentou a perda. "Fidel Castro era uma figura imponente do século XX. Ele encarnou a revolução cubana, tanto em suas esperanças quanto em desilusões subsequentes", disse.

Rosto da rebelião socialista, Fidel Castro foi o herói histórico da esquerda moderna, o homem que mais desafiou os EUA. Mas, na opinião de líderes de centro-direita, Fidel era um ditador sanguinário e o culpado por isolar a ilha de Cuba por quase 60 anos de todo o mundo.

Fidel sempre teve uma saúde de ferro, até quando enfrentou uma hemorragia intestinal durante uma viagem à Argentina aos 80 anos de idade. Em 31 de julho de 2006, os problemas provocados pelo avanço da idade o fizeram delegar temporariamente o poder a seu irmão Raúl. 

"Ele é toda a ilha", escreveu o francês Jean-Paul Sartre após conhecer, deslumbrado, Fidel Castro, no auge da Revolução Cubana, um sentimento que ainda domina muitos intelectuais, apesar do passar das décadas e dos crimes contra os direitos humanos atribuídos ao líder cubano.

Quando, em 1º janeiro de 1959, Fidel Castro proclama o "início da Revolução" na varanda do hotel da cidade de Santiago de Cuba (sudeste), ela ainda não é marxista, mas é inegavelmente de esquerda e representa uma esperança formidável para intelectuais e jovens do mundo todo, após a crise stalinista.

No momento em que um vento de libertação sopra pelo mundo, o homem de charuto seduz. Ele tem apenas 32 anos e promete acabar com a corrupção que predominou na ditadura de Fulgencio Batista, assim como com o embargo americano nessa ilha situada a menos de 160 km da costa da Flórida.

A seu lado, está Ernesto "Che" Guevara, o médico argentino que bebe na teoria marxista, sonha com unificar a América Latina e se tornará um ícone da Revolução, após sua morte como um "mártir" na Bolívia, em 1967.

Mas é um outro ícone, o da intelligentsia francesa, Jean-Paul Sartre, que desembarca em 22 de fevereiro de 1960, em Havana, com a também escritora Simone de Beauvoir ao lado.

Durante um mês, o casal passeia pela ilha com Fidel. Sartre escreve um longo texto, "Furacão sobre o açúcar", e multidões de jovens estrangeiros, entre eles o futuro ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, ou o intelectual Régis Debray, que se uniria a Che, na Bolívia, vão viver o "milagre" cubano.

Ainda em 1960, a jovem Françoise Sagan, nova coqueluche do mundo literário francês, é enviada por Cuba pela revista "L'Express" e volta desiludida com os primeiros desvios do regime.

Mas esse ainda era um momento glorioso da Revolução. Mesmo que, em 1961, no primeiro congresso "revolucionário" dos escritores, Fidel Castro tenha traçado claramente os limites da liberdade de expressão: "Na Revolução tudo, contra a Revolução, nada".

O dramaturgo Virgilio Piñera murmura no microfone: "Quero apenas dizer que eu tenho muito medo". Em 1971, o poeta Heberto Padilla, de prestígio mundial, é preso e o caso afasta do regime muitos intelectuais.

Vários escritores, como peruano Mario Vargas Llosa, o mexicano Octavio Paz, o espanhol Jorge Semprun, ou o próprio Sartre, denunciam a detenção do poeta, que acaba sendo solto. O preço foi alto, porém. Durante horas, ele é obrigado a fazer uma "autocrítica" humilhante, denunciando seus amigos e até sua mulher como "inimigos da Revolução".

A perseguição aos intelectuais e aos artistas por seu "pensamento subversivo" continuará com mais ou menos vigor. Escritores como Guillermo Cabrera Infante, Reinaldo Arenas, ou Zoé Valdés, escolhem o exílio. Ainda assim, Fidel continua a fascinar.

Apesar das divergências com o regime, o escritor colombiano e antigo jornalista da agência cubana Prensa Latina Gabriel Garcia Marquez, Prêmio Nobel de Literatura, era um grande amigo do comandante Fidel.

Toda uma geração de presidentes latino-americanos - do falecido Hugo Chávez (Venezuela) a Evo Morales (Bolívia), passando por Luiz Inácio Lula da Silva - reivindica a herança do líder Fidel que, doente, afastou-se do poder há dois anos, entregando-o a seu irmão, Raúl.

Para os europeus, sobretudo, socialistas como Danielle Mitterrand, Fidel e sua Revolução continuam sendo um capítulo único da História do comunismo.

Na hora de elaborar charutos, o cubano José Castelar (Cueto) não tem limites: em busca de seu sexto recorde no livro Guinness, ele terminou nesta sexta-feira um de 90 metros, dedicado ao aniversário de 90 anos de Fidel Castro, celebrado no sábado.

"O charuto tem 90 metros, em comemoração aos 90 anos de nosso comandante", declarou à AFP Cueto em um dos salões da fortaleza colonial de San Carlos de La Cabaña, sobre a Baía de Havana.

Cueto explicou não conhecer pessoalmente Fidel Castro, que deixou o poder há uma década. Também não sabe se o líder da revolução cubana, que deixou de fumar há 30 anos, sabe da sua iniciativa.

"Acho que não sabe. Há muitos anos que ele não fuma, mas nós estamos lhe presenteamos com o esforço que temos feito para comemorar seu aniversário", disse Cueto, que elabora charutos desde os 14 anos de idade em sua cidade natal de Villa Clara, no centro da ilha.

Desde o dia 2 de agosto, apoiado por um grupo de colaboradores, Cueto trabalhou cerca de 12 horas diárias para terminar o charuto, com o qual também pretende alcançar seu sexto recorde no Guinness.

A encarregada de negócios da embaixada britânica em Havana, Lesley Sunderson, que servirá de testemunha para a homologação do novo recorde cubano participou da cerimônia de apresentação do puro cubano.

Os cinco prêmios Guinness anteriores, apresentados nesta sexta-feira no salão da histórica fortaleza, foram concedidos em 2001 por um charuto de 11,04 metros, em 2003 (14,86 m), de 20,41 m em 2005, de 43,38 m em 2008 e de 81.80 m, em 2011.

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