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O partido Cidadania afirmou, na noite dessa quinta-feira (17), que acionará o Conselho de Ética da legenda contra o deputado estadual Fernando Cury, acusado de assediar a deputada Isa Penna (PSOL) durante sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O ato foi flagrado em vídeo.

"Com relação ao episódio envolvendo o deputado estadual Fernando Cury, o Cidadania analisando as imagens, exige as devidas explicações do parlamentar e encaminha o caso ao nosso Conselho de Ética, para que ouvido o representado, sejam tomadas providências cabíveis e efetivas", afirmou o Cidadania. "A legenda não tolera qualquer forma de assédio e atuará fortemente para que medidas definitivas sejam adotadas. Temos uma história de luta em defesa dos direitos da mulher que nenhuma pessoa pode macular".

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A nota foi assinada pelos presidentes estadual e nacional da legenda, Arnaldo Jardim e Roberto Freire, respectivamente.

O episódio foi transmitido ao vivo pelo canal da Alesp no Youtube e ocorreu na quarta, 16. Nas imagens, Isa Penna é vista conversando com o presidente da Casa, Cauê Macris (PSDB), quando Cury se aproxima da Mesa Diretora, se posiciona atrás da deputada e coloca a mão na lateral de seus seios. Isa empurra o deputado para afastá-lo em seguida.

Nas redes sociais, Isa afirmou que registrou um boletim de ocorrência sobre o episódio e fará uma representação contra Cry. "Ontem, aqui nessa Casa, na frente da sua Mesa, eu fui assediada. Eu fui apalpada na lateral do meu corpo pelo deputado Fernando Cury, do partido Cidadania. Certamente não é um caso isolado. A gente vê a violência política e institucional a todo momento contra as mulheres. O que dá o direito a alguém de encostar em uma parte do meu corpo íntima?", escreveu a deputada.

Fernando Cury afirmou durante a sessão desta quinta que está 'constrangido' e 'triste' e se desculpou pelo que chamou de 'abraço'. "Gostaria de frisar que não houve, de forma alguma, tentativa de assédio, de importunação sexual ou qualquer outra coisa", afirmou. "Eu nunca ia fazer isso na frente de 100 deputados".

Em nota, a Alesp disse que o Conselho de Ética da Casa irá avaliar o caso.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO CIDADANIA:

"Com relação ao episódio envolvendo o deputado estadual Fernando Cury, o Cidadania analisando as imagens, exige as devidas explicações do parlamentar e encaminha o caso ao nosso Conselho de Ética, para que ouvido o representado, sejam tomadas providências cabíveis e efetivas. A legenda não tolera qualquer forma de assédio e atuará fortemente para que medidas definitivas sejam adotadas. Temos uma história de luta em defesa dos direitos da mulher que nenhuma pessoa pode macular. "

Brasília, 17 de dezembro de 2020.

Arnaldo Jardim- presidente estadual do Cidadania de São Paulo

Roberto Freire- presidente nacional do Cidadania

Relatório da Operação Alba Branca, que apura um esquema de fraude na compra de alimentos de merenda escolar por prefeituras e pelo governo do Estado de São Paulo, liga o deputado estadual Fernando Cury, do PPS, à organização que fraudava licitações. Cury é citado em documento da Polícia Civil como aliado do lobista Marcel Ferreira Júlio, que está foragido.

O relatório resume interceptação telefônica que flagrou Marcel falando com um interlocutor que a polícia chama de "Felix" ou "Péricles".

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O lobista caiu no grampo dia 16 de dezembro de 2015, às 16h. Para os investigadores da Alba Branca, o diálogo indica que Marcel frequentava a sala do parlamentar no Palácio Nove de Julho, sede do Legislativo paulista, na região do Ibirapuera.

"Marcel conversa com interlocutor e pede para que ele o procure na Assembleia Legislativa, no gabinete do deputado Fernando Cury", diz trecho do relatório da Alba Branca.

Em seguida, o documento cita César Augusto Lopes Bertholino, então diretor financeiro da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), entidade apontada como carro-chefe da quadrilha que vendia produtos agrícolas superfaturados para a composição da merenda - pelo menos 22 prefeituras estão sob investigação da força-tarefa da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual.

O relatório policial afirma que Marcel e César estiveram na Secretaria da Agricultura do Estado, acompanhados do deputado do PPS. "Quando César e Marcel foram na Secretaria da Agricultura, o deputado Fernando Cury estava junto."

Conforme as investigações, a organização também mirava em contratos da Secretaria da Educação do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). O ex-chefe de gabinete da pasta Fernando Padula, quadro do PSDB, está sob investigação.

A Polícia Civil ressalta que Cury tem bastante proximidade com o lobista a ponto de fazer uso de seu telefone para fazer contato "com um vereador". Marcel teve prisão temporária decretada em janeiro, pela Justiça da Comarca de Bebedouro - região de Ribeirão Preto - onde fica a sede da Coaf.

Prisão preventiva

Na sexta-feira passada a Procuradoria-Geral de Justiça requereu ao Tribunal de Justiça do Estado ordem de prisão preventiva contra Marcel, que permanece foragido. Conforme a Alba Branca, Marcel circulava com desenvoltura na Assembleia Legislativa, cujo presidente, deputado Fernando Capez (PSDB), é citado como suposto beneficiário do esquema de propinas da merenda escolar. O tucano nega taxativamente envolvimento com a organização.

A investigação já apontou elos do lobista com aliados de Capez, entre eles Jéter Rodrigues Pereira, que trabalhava para o parlamentar, em seu escritório político e na Assembleia. Outro ex-assessor do tucano, José Merivaldo dos Santos, foi flagrado em interceptação telefônica da operação no grampo cobrando "58" do lobista. Alba Branca investiga ainda Luiz Carlos Gutierrez, o Licá, assessor e cabo eleitoral de Capez.

A Procuradoria pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal de Jéter, Merivaldo e Licá. Foi requerido ainda acesso aos computadores da Assembleia usados por aliados de Capez - alvo também de pedido de quebra dos seus sigilos bancário e fiscal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado estadual Fernando Cury (PPS) classificou na quinta-feira (11) como "mentirosa" a informação de que ele teria atuado com lobistas da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf). "Não estive na Secretaria de Agricultura com essas pessoas. Não sou alvo de nenhuma investigação", afirmou ele à reportagem.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento informa que "não há qualquer fundamento nas declarações dos representantes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) e que as ilações da reportagem são descabidas e absolutamente irresponsáveis".

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A Secretaria afirmou que "todos os servidores citados na Operação Alba Branca, assim como os contratos de cooperativas agrícolas com a Secretaria da Educação dentro do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), são alvo de investigação da Corregedoria-Geral da Administração".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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