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A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) alerta as mulheres para que não façam exames de mamografia imediatamente após terem tomado vacina contra a Covid-19. Em entrevista à Agência Brasil, a presidente voluntária da Femama, a mastologista Maira Calfelli Caleffi, diz que a recomendação é de que elas voltem a fazer seus exames de rastreamento de câncer de mama, mas relatem ao médico caso tenham tomado vacina. 

Segundo Maira, nas últimas seis semanas, foi registrado um aumento agudo de descrições pelos radiologistas, nos laudos de mamografias e ultrassonografias, da presença de linfonodos, também chamados gânglios ou ínguas, nas axilas das pacientes, sugerindo doenças que deveriam ser investigadas. “A paciente, quando ela não está atenta para isso, realmente se apavora”. A mastologista diz ter recebido também muitos casos para investigar, com indicação de punções e cirurgias. “Coisa que não é necessário, desde que a gente constate que ela teve vacina naquele braço, ou até no braço contralateral, nos últimos 15 ou 30 dias”.

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Depois desse período, a médica explica que os linfonodos regridem, isto é, voltam ao normal, na grande maioria das vezes. “Por isso, a Femama está fazendo um alerta para prevenir contra essa preocupação. A gente está pedindo que elas não deixem de fazer os exames. Mas se  tomou a vacina de Covid-19, aguarde de duas a quatro semanas, porque já tem chance de nem aparecer nada”.

Vacina x câncer

A presidente da Femama esclarece que a vacina contra a covid não provoca câncer. “Essa alteração nos gânglios é uma reação do corpo ao imunizante e não tem nenhuma relação com câncer, célula maligna de qualquer natureza. É uma reação inflamatória, como se fosse até uma febre”.

Ela lembra que se as mulheres que tiverem que fazer o exame de rastreamento, porque estão investigando algum nódulo ou caroço suspeito na mama, devem realizar a mamografia, mas informar o médico que tomaram vacina. “O médico já fica alerta. Essa parte é muito importante”. Segundo a Femama, o aumento dos linfonodos pode ser causado por qualquer injeção ou vacina, e não apenas pelos imunizantes contra a Covid-19.

Segundo a Femama, a informação é confirmada pela Sociedade Brasileira de Mastologia, pela Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Essas instituições já divulgaram recomendações de conduta frente à linfonodopatia axilar em pacientes que receberam recentemente a vacina contra a Covid-19. "Por isso, nossa recomendação é que os agendamentos de exames de mamografia em pacientes sejam realizados antes da primeira dose da vacina ou, então, de duas a quatro semanas depois da aplicação da segunda dose", afirma Maira Caleffi. Caso a linfonodopatia permaneça, é recomendada a investigação, por biópsia, do linfonodo para excluir a malignidade mamária ou outra origem extramamária, recomenda.

O Brasil precisa dobrar o número de mamografias entre mulheres de 50 a 69 anos para chegar a um índice considerado ideal pelo Ministério da Saúde. O exame é considerado essencial para diagnosticar o câncer de mama, o segundo que mais mata mulheres no País. A meta, em 2014, é realizar 3,8 milhões de exames nesta população, considerada de maior risco para a doença. No primeiro semestre deste ano, a marca alcançada foi de 1 milhão. "Estamos no meio do caminho", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

O número apresentado na segunda-feira (01) é 41% maior do que o registrado no primeiro semestre de 2010, quando 726,9 mil exames foram feitos. Quando se analisam dados gerais (mulheres com mais de 40 anos) o aumento também é notado. No primeiro semestre de 2012 foram 2,2 milhões de exames, 28% a mais do que o 1,7 milhão registrado no mesmo período de 2010.

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"Foram registrados avanços, mas há muito o que fazer", diz Maíra Caleffi, mastologista e presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

Maiara conta que apenas 20% dos diagnósticos de câncer de mama ocorrem nos estágios 0 e 1, iniciais da doença - quando há 95% de chances de cura e o risco de mutilação é menor. Na maior parte dos casos, o diagnóstico é feito nos estágios 3 e 5.

A mastologista disse ainda ser inaceitável a média de tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento no SUS: 180 dias, quando o ideal seria de 21 dias. "É esse o prazo concedido para pacientes de planos de saúde. Por que aceitar que mulheres atendidas pelo sistema público tenham de esperar mais?"

Os números foram apresentados na segunda-feira (01), no lançamento do Outubro Rosa de 2012, quando o Congresso foi iluminado de rosa. O movimento internacional para incentivar a detecção precoce do câncer de mama passou a ser feito no Brasil em 2010. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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