A Feira da Sulanca de Caruaru é um Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil e funciona no Parque 18 de Maio, dividindo o espaço com as Feiras: Livre, do Artesanato e dos Importados, um açougue, Mercado de Farinha e banheiros.
Especificamente para a Sulanca é destinada uma área de 40.000 m2, que abriga mais de 10 mil comerciantes cadastrados e uma média de dois mil vendedores ambulantes, funcionando durante nas segundas-feiras. O número de visitantes, por Feira, varia em torno de 40 mil pessoas. Estima-se que, em cada feira, sejam comercializados em torno de R$ 1 milhão.
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Com todo esse potencial, a Sulanca é o foco da atenção do governo, comerciantes e compradores. Ultimamente tem sido motivo de polêmica quando à mudança do seu local. Um dos principais problemas enfrentados por quem depende da feira é o trânsito para chegar ao Parque. Mesmo com a intensificação de fiscalização os motoristas ainda infringem as leis e atrapalham o tráfego por toda a cidade.
De um lado está a Prefeitura, que precisa revitalizar o centro da cidade, organizar o trânsito e fortalecer a economia que sofre com as mudanças de horário da feira, e especula lugares para uma possível mudança, mostrando a necessidade de melhorar a infraestrutura e segurança, tanto para clientes, quanto para os comerciantes.
Do outro está a população, dividida entre aqueles que reconhecem as necessidades de um novo local e aqueles que temem que a mudança possa afetar as suas vendas. Quem conhece as feiras de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, que já foram reestruturadas, acha uma medida necessária para proporcionar mais qualidade, conforto e segurança para os clientes, além de ter um lugar limpo e de fácil acesso para trabalhar.
Entre os resistentes estão lojistas do entorno do Parque 18 de Maio, ambulantes e feirantes, que temem perder os clientes com a mudança do local. Estes reconhecem a precariedade do lugar e pedem uma reestruturação sem mudança do Parque.
Os comerciantes têm o discurso afinado que é necessário melhorias, mas que devem permanecer no mesmo lugar. “Não queremos que mude. Organizar é melhor”, disse a feirante Jocélia Rodrigues, que tem a mesma opinião que Daniela Aiana. “Eu acho que é melhor ficar aqui, porque é o centro”, Outra que não abre mão do seu ponto é Alexandra Joselma.“A gente não quer que a feira mude. Quer que organizem. A feira é ótima aqui”, disseram.
Os clientes têm a mesma opinião que os vendedores, como explicou a baiana Glaudênia Martins, que há 7 anos compra em Caruaru. “Para mim está bom, só precisa ter controle. Ter horário certo pra começar, porque é muito ruim, você vem de longe e quando chega aqui a feira acabou. Se a feira tem um horário normal, começa de 6h e rodar o dia todo está ótimo, mas na madrugada, a gente chega e já acabou tudo. Tem que organizar esse negócio”, explicou.
A Prefeitura tem pesquisado locais para a mudança da Feira da Sulanca, uma das áreas fica próximo ao Autódromo Municipal, nas margens da BR-104. De acordo com nota enviada pela Prefeitura, o local será escolhido através de votação. Confira a nota na íntegra:
“A Prefeitura de Caruaru informa que o projeto sobre a nova Feira da Sulanca esta passando por ajustes para que possa ser apresentado aos sulanqueiros. A partir da divulgação do projeto, a ideia é realizar uma votação entre os feirantes para que decidam se a feira deve sair ou permanecer no centro da cidade”.