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Por meio de um comunicado estampado em seu site na internet, a Faculdade de Engenharia São Paulo (FESP), localizada na região da Bela Vista, centro da capital paulista, anunciou o fechamento da instituição. A FESP existe há 45 anos.  

No comunicado, o diretor acadêmico da instituição, Guilherme Dias, disse que a crise econômica afetou a instituição, principalmente com o aumento da inadimplência. Ele escreveu no comunicado:

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“A crise econômica atingiu empresas, trabalhadores, empreendedores e se estendeu às suas famílias, causando a perda de empregos de quase duas dezenas de milhões de pessoas. Atingiu de forma contundente o setor da construção civil. Para nós, que temos como carro chefe o curso de engenharia civil, o impacto foi devastador, com a perda de empregos de grande parte dos alunos ligados à área, causando inadimplência e afetando de forma incontornável as nossas finanças”.

Com a crise, diz ele, foi preciso aumentar o número de bolsas aos alunos. Com o aumento das bolsas e da inadimplência, a instituição, afirma ele, não conseguiu se manter.

“A instituição, para poder honrar com seus compromissos assumidos, sem gerar mais dívidas, terá que irresignada encerrar seus cursos”.

A FESP também informou que está trabalhando para conveniar outras instituições para facilitar a transferência dos seus alunos. E que também irá devolver os valores que já tinham sido pagos pelos alunos tais como matrícula, mensalidade ou outros serviços que não serão mais prestados.

No Twitter, alunos reclamam do fechamento da instituição. Em entrevista hoje (5) à Agência Brasil, Thiago Pires, 20 anos, estudante do terceiro ano de Engenharia Civil na faculdade, disse agora estar procurando outra instituição por conta própria, já que a FESP, “até este momento, não está prestando nenhum auxílio” aos alunos. “No pronunciamento, ela [instituição] fala que dará auxílio na questão de transferência, porém até agora nada”, reclamou.

Pires contou que era um dos estudantes bolsistas da instituição e que ainda não havia pago nada para a faculdade este ano. “Infelizmente, os prejudicados foram os professores e alunos. Gostaria que a faculdade continuasse pois ela era excelente. Provavelmente [agora] vou demorar mais para me formar até porque vou ter que fazer adaptações em outras faculdades”, disse ele.

Também em entrevista à Agência Brasil hoje, a assistente social e ouvidora da FESP, Ana Maria Miranda, disse que as aulas estavam previstas para começar em março e que a instituição tentou maneiras para se manter, mas que não encontrou, principalmente porque a inadimplência era muito alta na faculdade. Ela também informou que a instituição já comunicou o Ministério da Educação (MEC) sobre o seu fechamento.

Em relação aos alunos, ela disse que hoje a diretoria da instituição estava reunida e que um dos temas da reunião era a transferência dos alunos para outras instituições. E ressaltou que os valores já pagos este ano pelos alunos serão devolvidos.

Segundo Ana Maria, a instituição já chegou a atender mais de dois mil alunos, mas nos últimos anos, contou ela, houve uma redução significativa. No ano passado, revelou, havia, em média, 400 alunos.

Procon

O chefe de gabinete da Fundação Procon em São Paulo, Guilherme Farid, disse que o órgão ainda não foi acionado por qualquer estudante da instituição e que só poderá atuar quando isso ocorrer. O Ministério Público Federal (MPF) também informou que ainda não há qualquer procedimento aberto no órgão à respeito do fechamento da instituição.

“Os consumidores devem procurar a Fundação Procon, por meio da nossa plataforma web ou nosso aplicativo, e relatar a situação que aconteceu. Em qualquer caso, o consumidor que fez a matrícula e não teve o seguimento das aulas, tem direito à restituição da matrícula e das mensalidades pagas”, disse ele. “A faculdade tem sim que arrumar outra vaga de ensino em outra faculdade para aquele aluno, mas isso depende do aceite da outra faculdade porque ela tem vestibular, grade curricular diversa. Não é uma situação muito fácil de ser resolvida. Mas quanto à questão financeira, o Procon vai correr atrás para ajudar os consumidores a serem ressarcidos de todos os prejuízos sofridos”, explicou.

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