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Ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) afirmou que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) "jamais terá uma base eleitoral" para vencer uma eleição presidencial. Sob a ótica do político, apesar de aparecer em segundo lugar nas intenções de votos, de acordo com uma pesquisa Datafolha divulgada nesse domingo (30), Bolsonaro não tem forças para vencer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo dados do levantamento, hoje Lula tem 30% das intenções de voto enquanto Bolsonaro tem 15%. 

"A polarização entre Lula e Bolsonaro caracterizaria uma disputa frontal entre um vasto campo de centro-esquerda e a direita com tendências fascistas no Brasil, que jamais terá, na sociedade brasileira, uma base eleitoral e política majoritária", argumentou, em entrevista à Agência BBC Brasil.

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Indagado, se na sua visão Bolsonaro jamais venceria Lula em um segundo turno, Tarso Genro foi categórico: "sim, isso mesmo", frisou. 

Impacto da Lava Jato em 2018 e candidatura de Lula

O ex-ministro da Justiça também falou à BBC sobre os impactos da operação Lava Jato e a candidatura do ex-presidente para 2018. Segundo ele, as investigações do caso de corrupção na Petrobras vai ser palco para o surgimento de novos políticos “salvacionistas” e “personalistas”.  

“O impacto será muito grande e dentro desse processo de incriminação geral da política, de misturar culpados com pessoas que cometeram meras ilegalidades, misturar caixa 2 com inocentes, vai na verdade captar todas as lideranças políticas mais conhecidas e mais importantes do país. É o palco adequado para o surgimento de lideranças salvacionistas, personalistas, que não têm compromisso com projetos, programa nem partido”, declarou, sem mencionar nomes. 

Questionado se o PT teria uma opção neste tipo para substituir Lula, ele disse que não estava autorizado a conjecturar pelo partido. “Nosso candidato mais natural é realmente o presidente Lula, se ele puder concorrer, se não for obstaculizado pela Justiça. Mas o PT tem figuras como o Fernando Haddad (ex-prefeito de São Paulo) que são extraordinárias, ou tem a oportunidade até de fazer uma aliança com outro partido, e apoiar um outro candidato. O fato é que não vamos ficar sem candidato em 2018”, sentenciou.

Tarso Genro ainda saiu em defesa do ex-presidente e disse que as acusações feitas por empreiteiros da Odebrecht e da OAS ao aliado “não têm nenhuma validade”. “É a palavra de um contra o outro. São depoimentos feitos apenas para satisfazer o compromisso de delação premiada, para eximir pessoas que já confessaram delitos. Se esses depoimentos não foram confrontados com provas materiais, eles não têm nenhuma eficácia, em nenhum sistema penal do mundo”, frisou.

Apesar disso, o ex-governador do Rio Grande do Sul disse que tem medo de Lula ser preso. “Meu temor não aumentou, ele já existe desde o momento em que começaram os vazamentos seletivos, quando começaram depoimentos de promotores dizendo que a corrupção é uma coisa satânica, depoimentos de policiais federais dizendo que perderam o timing [para prender Lula].  A criação desse ambiente [é] que mais me faz temer que o Lula possa ser vítima de uma prisão arbitrária. Esses outros depoimentos não agregaram nada de novo a esse quadro”, observou.

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