Um desfalque de 114 pessoas no PT. É esse o resultado da exigência de que todos os filiados da legenda deixassem os cargos ocupados nos governos do PSB em Pernambuco. A desfiliação foi encabeçada pelo hoje ex-secretário do Meio Ambiente de Paulista, Fábio Barros (sem partido), que solicitou a exoneração do comando da pasta, nesta terça-feira (25), e retornou Câmara de Vereadores da cidade.
Durante um breve discurso, na sessão de posse, Barros apresentou um balanço do período que esteve à frente da secretaria e apresentou a carta de desfiliação partidária. “O tratamento que venho recebendo me impossibilita de permanecer no Partido dos Trabalhadores, pois neste ambiente não vislumbro o exercício de ampla defesa. Assim apresento a minha carta de desfiliação”, afirmou Barros. Segundo ele, a decisão de entregar os cargos deve ser respeitada, no entanto questionou porque apenas em Pernambuco a exigência foi feita, já que no Amapá PT e PSB governam juntos o estado.
##RECOMENDA##
Desde junho de 2013 – antes mesmo do rompimento do PSB com o PT –, a direção do PT em Paulista vinha solicitando que Fábio Barros deixasse a gestão do prefeito Júnior Matuto (PSB), porém ele não acatou a determinação, tornando-se assim alvo de criticas internas. “Na verdade, a desfiliação do partido está sendo tomada não só pela decisão nacional da saída dos petistas. Mas por uma ação constante direta durante dez meses por parte de integrantes do partido que em espaços públicos, como jornais e blogs, fizeram acusações que me deixam hoje sem conseguir dialogar com o partido. Acusações que destacam a minha imagem, que me atacam pessoalmente, de forma também moral”, informou.
Especulações apontam a possibilidade do ex-secretário se filiar ao PSB, porém ele assegurou que ainda não está dialogando com outra sigla. ”Não há nenhum diálogo com outra sigla. Vamos permanecer na condição de sem partido”, disse. Com a desfiliação, o PT pode solicitar o mandato de Barros, e, questionado se tem medo que isso aconteça, o vereador ressaltou que o seu mandato foi outorgado pelo povo.
“Respeito qualquer decisão partidária que possa ser tomada. Mas, neste instante com a minha desfiliação, fico sem partido e não tenho nenhuma relação partidária de preocupação com o PT. Vou retomar o meu caminho político, tomar as minhas decisões e caminhar junto com o povo que foi quem me outorgou este mandato”, cravou.
Desde que assumiu a secretaria, quem ocupava o lugar de Barros, na Casa de Torres Galvão, era o vereador suplente Aluizio Camilo (PT). Para Camilo, o desembarque na gestão de Paulista é um “grande erro”. “Tudo isso é fruto de um debate mal feito no interior do meu partido. Penso que a forma que foi desenvolvido não ajuda a cidade. Mas tem algo importante na vida pública, quando você desce do palanque junta as bandeiras e vai buscar o melhor para a sociedade. Acho um grande erro”, disparou.