Tópicos | exame ginecológico

Mais da metade (52%) das brasileiras não realizam exames ginecológicos como o papanicolau, que previne o câncer de colo do útero, um dos que mais atingem a população feminina no país (atrás apenas do câncer de mama e colorretal), além de ser a quarta causa de morte por câncer entre mulheres, com cerca de 5.430 vítimas fatais anualmente. Os dados são de uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC).

O papanicolau é um exame que deve ser feito todo ano por mulheres sexualmente ativas com 25 anos ou mais. “O exame tem por finalidade detectar alterações celulares no colo uterino que concluem lesões pré malignas e malignas para câncer de colo uterino. O risco na não realização dos exames de rastreamento periódicos é não detectar lesões com potencial de cura, e só ter o diagnóstico de doença a partir de sintomatologia, na maioria dos casos, já difíceis de cura”, explica a médica ginecologista Fernanda Torras.

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Fernanda acredita que é necessário “aumentar a orientação e disponibilidade de acesso da população as consultas ginecológicas, para que tenham os exames solicitados de acordo com a necessidade e faixa etária, e atendidos nas unidades de diagnóstico”, avalia.

Entre os principais motivos para a não realização do exame é a ausência de um plano de saúde, o que leva muitas mulheres a depender do Sistema Único de Saúde (SUS). A situação é confirmada por um estudo da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que mostra que seis a cada dez mulheres (58%) são atendidas pelo SUS.

Porém nem todas as mulheres conseguem ser atendidas pelo sistema público, como é o caso da dona de casa Ana Paula Apolinário, 39 anos, moradora de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Ana Paula tem histórico de câncer na família e só consegue fazer o papanicolau quando a prefeitura promove mutirões.

“Eu só consigo fazer o exame quando vou em mutirões, porque no posto de saúde nunca tem médico nem sistema. Nunca tive problema de saúde, mas como minha mãe morreu de câncer no pâncreas e minha tia e prima tiveram câncer de mama, eu preciso correr atrás”, conta.

A funcionária pública Marcia Cristina Lopes, 49 anos, sofre com a mesma falta de estrutura do SUS para atender as mulheres que precisam realizar exames ginecológicos. “Não faço o exame todo ano porque tenho muita dificuldade para conseguir marcar, então eu até deixo de vir aqui [no posto de saúde]. Acho que o governo precisa fazer muita coisa para cuidar da saúde das pessoas, porque quando é época de eleição os políticos prometem mundos e fundos e depois somem. Essa é a verdade”, desabafa.

 

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