A Prefeitura da região do Grande Leste, na França, reduziu para dois o número de mortos no atentado da última terça-feira (11) contra um mercado de Natal em Estrasburgo, na fronteira com a Alemanha.
Outras 14 pessoas ficaram feridas, sendo que nove, incluindo o jornalista italiano Antonio Megalizzi, estão em estado grave. Poucas horas antes, o prefeito Roland Ries havia falado em quatro vítimas no ataque.
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Estrasburgo é uma das cidades mais importantes da França e também abriga instituições da União Europeia, como uma das sedes do Parlamento do bloco. A capital da região do Grande Leste costuma receber milhares de turistas nesta época do ano por causa de seus célebres mercados de Natal.
O atentado ocorreu na noite da última terça-feira, quando um homem armado abriu fogo perto de uma feirinha natalina no centro de Estrasburgo. "Vi um homem com uma pistola passar em frente a um grupo de pessoas. Sem dizer uma palavra, apontou a arma contra uma delas e abriu fogo, mas acho que não a atingiu.
Depois dirigiu sua arma contra outro membro do grupo e o acertou. Em seguida correu para a praça Gutenberg, misturando-se à multidão", contou uma testemunha ao jornal local "DNA".
O suspeito, que continua foragido, foi identificado como "Chérif C." e já teria 20 condenações por pequenos delitos, segundo o jornal "Le Figaro". Além disso, era monitorado pelas forças de segurança por risco de radicalização.
O ataque não foi reivindicado até o momento, mas simpatizantes do Estado Islâmico (EI) celebraram o tiroteio nas redes sociais. As autoridades já haviam encontrado material explosivo durante uma inspeção na casa do suspeito ainda antes do ataque.
Cerca de 350 homens trabalham na caça ao terrorista, que pode ter fugido para algum país vizinho. "A polícia francesa ainda está à procura do terrorista, que provavelmente está ferido, mas ainda não foi localizado", afirmou nesta quarta-feira (12) o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani.
O mercado de Natal permanece fechado, e o governo elevou o alerta para o nível de "emergência de atentado", reforçando controles nas fronteiras. "Solidariedade de toda a nação a Estrasburgo, às nossas vítimas e às suas famílias", escreveu no Twitter o presidente Emmanuel Macron.
O atentado acontece em um dos momentos de maior agitação social na França nos últimos anos, com os recorrentes protestos dos "coletes amarelos" contra as políticas econômicas do governo, que ficou contra as cordas e foi forçado a anunciar uma série de medidas sociais.
Histórico
A França também foi o país mais golpeado pelo terrorismo na União Europeia nos últimos anos. A partir de janeiro de 2015, com o massacre na redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", que deixou 12 mortos, os franceses conviveram com uma série de atentados, como os do dia 13 de novembro daquele ano, com 130 vítimas, e o atropelamento em Nice, em julho de 2016, com 86.
A Igreja Católica também foi alvo, com o degolamento de um padre em pleno altar em Saint-Étienne-du-Rouvray, duas semanas após o ataque de Nice. Todos esses atentados foram reivindicados pelo Estado Islâmico.
O país ficou sob estado de emergência entre 13 de novembro de 2015 e 1º de novembro de 2017 e implantou uma nova lei antiterrorismo no ano passado. Segundo a ministra da Justiça Nicole Belloubet, o governo não decretará estado de emergência novamente, já que o país é capaz de "reagir" sem usar esse instrumento.
Também não é a primeira vez que mercados de Natal são alvos de atentado na Europa. Em 19 de dezembro de 2016, o tunisiano Anis Amri matou 12 pessoas e feriu 56 ao avançar com um caminhão contra uma feirinha em Berlim, na Alemanha.
O terrorista acabou morto durante um tiroteio com a polícia italiana em Milão.
Da Ansa