A candidata ao Governo de Pernambuco Raquel Lyra (PSDB) esteve, na manhã desta sexta-feira (19), na Estação Joana Bezerra, uma das mais movimentadas do sistema ferroviário do Recife e região metropolitana. A postulante cumpre agenda na capital pernambucana, que, possuindo o maior polo eleitoral do estado, tem sido visitada também por outros candidatos, sob interesse de dialogar questões urgentes em prol da cidade.
Lyra foi à plataforma da Linha Sul, abordou e conversou com a população. Relembrou sua trajetória como prefeita de Caruaru, no Agreste pernambucano, enquanto foi reconhecida por alguns por esta mesma razão. A precariedade do transporte público foi o assunto mais abordado entre a tucana e o eleitorado potencial.
##RECOMENDA##A candidata a vice-governadora, Priscila Krause (Cidadania), também esteve na estação Joana Bezerra nesta sexta-feira (19). O candidato ao Senado pela chapa de Raquel, Guilherme Coelho (PSDB), não pôde comparecer por questões de agenda.
“Temos falado muito sobre o sistema de transporte público e sobre o metrô. O problema aqui também tem a ver com o fato de que o governador tem cruzado os braços e terceirizado a responsabilidade. Ele joga para o Governo Federal e diz que não tem nada a ver. Fui prefeita de Caruaru duas vezes e tudo o que tinha a ver com o povo de Caruaru. Então, tudo o que tem a ver com o povo de Pernambuco, tem a ver com a governadora de Pernambuco”, disse Raquel ao LeiaJá.
Perguntada sobre o espaço da mobilidade urbana em seu plano de governo, Lyra afirmou que o tema é prioridade e está sendo debatido em detalhes junto à sua equipe, pois é “uma das principais preocupações do povo do Recife”. Ela também informou que, caso eleita, irá à esfera federal questionar o destino do metrô do Recife e que também sugerirá estadualização.
“A nossa proposta é, a partir do primeiro mês de governo, em janeiro de 2023, é já ir ao Governo Federal e dizer assim 'Vamos botar as cartas na mesa, vocês vão investir o que no metrô para melhorar a qualidade e expandir a rede?'. E se não forem investir, que estadualizem a rede, que entreguem para a gente e a gente investe. Se é um modelo de concessão que estão propondo, que digam como vai ser, como melhora o serviço e qual o modelo utilizado, para que a gente possa discutir com a população”, continuou a postulante.
O metrô do Recife é alvo de debates há mais de uma década. Pertencente ao Governo Federal, o sistema tem apresentado mais problemas com o tempo, indo de pausas gerais na operação, a incêndios e ausência de climatização, além da violência e sensação constante de vigilância.
“O sistema de transporte metropolitano precisa ser enxergado como um todo e a região metropolitana é uma só”, acrescentou Raquel, ressaltando que essas responsabilidades macro não devem ser entregues somente às prefeituras e que tem interesse em criar a “gestão metropolitana”.
Campanha e ‘chapa feminina’
Raquel Lyra tem sido apontada como a principal adversária de Marília Arraes (Solidariedade) rumo ao segundo turno. Na última pesquisa do IPEC para Pernambuco, a tucana reapareceu no segundo lugar, com 11% das intenções de voto, contra 33% associados à ex-deputada federal. A candidata se mostra positiva sobre a campanha e a ida à segunda fase das eleições, em outubro.
“A pesquisa é um bom balizador para a gente poder direcionar a estratégia de nossa campanha. Tenho acompanhado. Não sou analista, mas todas as pesquisas têm nos colocado no segundo turno, desde o ano passado. A gente vai continuar na rua, porque isso não é nossa estratégia, é a nossa forma de fazer política. Sentir a dor da população”, prosseguiu a candidata.
Desde a pré-campanha expressando a vontade de fazer a maior chapa feminina do pleito deste ano, Lyran também voltou a comentar a importância de compor a equipe com mais mulheres e de olhar para questões que contemplem o público em vulnerabilidade, especialmente no recorte de gênero.
“A primeira mudança que o povo enxerga tem sido a de apresentar duas mulheres [sobre Marília e ela] para disputar o segundo turno. A gente vai apresentar a nossa biografia e com quem a gente anda. [...] A gente precisa trazer o olhar da mulher, que enxerga o todo e é estratégica, mas que também presta atenção do individual, do detalhe. Entender que a dor de uma mãe que mora nas palafitas do Recife e tem seis filhos, que não sabe qual será a próxima refeição que vai dar para eles, também é a minha dor, e faz parte do meu trabalho permitir que a vida dessas mulheres mude para melhor”, finalizou, no assunto.
Krause, candidata a vice-governadora, acrescentou: “Do ponto de vista objetivo e prático, para a administração pública, leva uma mudança de paradigma e de visão administrativa que as mulheres podem fazer. A visão da mulher diante de uma política de creches ou de educação, por exemplo, é diferenciada. Porque nós sabemos que o investimento na primeira infância significa uma política de emancipação das mulheres. Enquanto seus filhos estão nas creches, as mulheres podem estudar, se qualificar e trabalhar. Todo governador que chegou, sempre teve a postura de que isso era papel das prefeituras. Nós já fizemos conta para isso, sabemos quanto custa e faremos as 60 mil vagas de creches. Está detalhado no nosso plano de governo”.
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