As notificações de casos de dengue em Minas Gerais em 2013 já superaram as ocorrências registradas em todo o ano passado. De acordo com o último boletim da Secretaria de Estado de Saúde de Minas, até 21 de março foram 123.694 casos notificados, sendo que 33 mil já foram confirmados. De janeiro a dezembro de 2012, por outro lado, foram 46.681 notificações (22 mil confirmados). Segundo a pasta, o Estado está em período epidêmico de dengue.
O número de óbitos causados pela doença até 21 de março também já superou o acumulado do ano passado. Neste ano, foram 28 mortes, em comparação com 18 em 2012.
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A diretora de Vigilância Ambiental da Secretaria, Marcela Lencine Ferraz, argumenta que um aumento dos casos de dengue neste período do ano já era previsto, sobretudo pelas temperaturas mais elevadas, entre outros fatores. No entanto, a pasta não esperava por números tão elevados. "Estamos em alerta extremo", diz.
Dos óbitos por dengue registrados no Estado até 21 de março, nove aconteceram na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro. As outras cidades com registros de morte por dengue são Uberlândia, Carangola, Frei Gaspar, Buritizeiro, Ituiutaba, Ipanema, Teófilo Otoni, Pirapetinga, Pirapora, São Geraldo do Baixio, Montes Claros, São João da Ponte, Campos Altos, Contagem e Muriaé.
Em comparação com os últimos cinco anos, o número de óbitos até 21 de março deste ano só não supera os 12 meses de 2010, quando 106 pessoas morreram. Naquele ano, foram mais de 268 mil notificações.
O quadro de transmissão é mais crítico no pequeno município de Veríssimo. Há 491 casos notificados para uma população de apenas 3,4 mil habitantes. Já em números absolutos, Uberaba lidera em número de notificações: 8.888 até 21 de março.
Sorotipo
A diretora de Vigilância Ambiental da Secretaria diz que o principal fator que determinou esse salto nas estatísticas de dengue foi a introdução, há dois anos, de um sorotipo do vírus, o DEN-4, que não circulava no Estado havia quase 30 anos. Dessa forma, diminui a parcela da população com imunidade ao vírus da dengue. A pasta acrescenta que a troca de comando em mais de 80% das prefeituras do Estado, no início deste ano, pode ter contribuído para a interrupção de ações de prevenção.