Tópicos | Educação de Qualidade

Levantamento divulgado nessa segunda-feira (8) pelo movimento Todos pela Educação mostra que, em 2013, apenas 54,3% dos jovens brasileiros conseguiram concluir o ensino médio até os 19 anos. O indicador foi calculado com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2013.

O índice, no entanto, vem apresentando melhora ao longo dos anos. Em 2007, 46,6% dos jovens concluíram o ensino médio até os 19 anos. Em 2009, foram 51,6% e, em 2012, 53%.

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Uma das metas propostas pelo Todos pela Educação para que se garanta educação de qualidade é que até 2022 pelo menos 90% dos jovens concluam o ensino médio até os 19 anos.

A coordenadora-geral do movimento, Alejandra Meraz Velasco, diz que os dados mostram que as melhorias feitas no ensino fundamental não se traduziram em melhoria automática no ensino médio. Ela defende a reformulação do ensino médio, de forma a tornar essa etapa mais atrativa aos jovens.

“Temos a necessidade de reformular o ensino médio, ter um ensino médio que converse mais com os jovens. Temos hoje, na maioria dos estados, um número exagerado de disciplinas”, acrescenta.

No ensino fundamental, a conclusão até os 16 anos foi alcançada por 71,7% dos jovens. A meta definida pelo Todos pela Educação é que até 2022 pelo menos 95% dos jovens completem o ensino fundamental até essa idade.

O levantamento mostra ainda que ao se levar em conta a raça, a parcela de jovens negros que concluem os ensinos fundamental e médio mais tarde é maior que a dos jovens brancos. Os declarados brancos que concluíram o ensino fundamental aos 16 anos são 81% e os que concluíram o ensino médio aos 19 anos são 65,2%. Em relação aos negros, esses percentuais são 60% e 45%, respectivamente.

“O indicador tem grande impacto e mostra que ainda há grande disparidade. Vemos um abismo entre raças, entre o meio urbano e o rural e de faixa de renda. Vemos a brecha do acesso se fechando”, diz Alejandra Velasco.

A distorção entre a idade e a série vem diminuindo gradualmente desde 2007. Apesar da redução contínua, no ano passado 33,1% dos alunos do ensino médio estavam com atraso escolar já no 1° ano, segundo o levantamento. A diferença de dois anos entre a idade do aluno e idade prevista para a série em que ele deveria estar matriculado é o parâmetro utilizado no cálculo da distorção idade-série.

“Essa distorção é provocada, em boa medida, pela reprovação. E esse histórico de fracasso escolar vai, no longo prazo, contribuir para o abandono escolar” diz a coordenadora-geral do Todos pela Educação, Alejandra Velasco. Uma alternativa para o problema, segundo ela, é o reforço escolar ao longo do ano letivo para que o estudante chegue ao final da série com o conhecimento adequado e não seja reprovado.

A deputada estadual Raquel Lyra (PSB) foi ao plenário, na tarde desta quarta-feira (15), para reforçar a necessidade de investimento na educação da  Primeira Infância, de zero aos seis anos de idade. Período esse, fundamental para o desenvolvimento da estrutura física, psíquica e das habilidades sociais do indivíduo. A Parlamentar destacou que, nos últimos anos, a situação da Primeira Infância no Brasil melhorou, em função da diminuição da taxa de mortalidade infantil, da desnutrição, do sub-registro de nascimento. Ela também reforçou que houve aumento do número de crianças frequentando creches e pré-escolas, sendo amamentadas exclusivamente pelo leito materno, entre outros avanços.

Mas apesar das melhorias, Raquel alertou aos deputados presentes que é preciso avançar muito mais. “Em abril deste ano, em Brasília, participei do Seminário Internacional Marco Legal da Primeira Infância na Câmara dos Deputados. No evento, foram identificados avanços e desafios das políticas, programas e estratégias na defesa e proteção dos direitos das crianças na Primeira Infância do Brasil e de outros países”, afirmou.

A socialista destacou as principais missões identificadas no Seminário, entre elas: apoiar as mães desde a gestação, garantir educação infantil de qualidade, além de universalizar o acesso a creches e pré-escolas, além de facilitar o registro civil de nascimento. Outros pontos abordados tratam de fornecer cuidados especiais às crianças com deficiência, ter formação de qualidade para os profissionais que atuam com a primeira infância, nas áreas de educação, saúde e assistência social.

A deputada também lembrou que no próximo dia 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, marco da luta pelo fim da violência sexual contra crianças e jovens. “Solicito um esforço de todos, no sentido de divulgar e participar da mobilização neste dia, para que toda sociedade brasileira possa despertar para o tema e tomar conhecimento das ações de enfretamento, do ponto de vista político e operacional”, finalizou.

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