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O advogado Edson Ribeiro, de 58 anos, preso na manhã desta sexta-feira (27), pela Polícia Federal no Rio de Janeiro, foi transferido por volta das 20 horas desta sexta da sede da Polícia Federal no Rio, no centro da cidade, para o presídio Ary Franco, em Água Santa (zona norte). Nessa unidade ele deve passar por triagem e em seguida ser encaminhado para um dos presídios do complexo de Bangu, na zona oeste.

Ribeiro foi preso no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Ilha do Governador, na zona norte do Rio), ao sair do avião em que chegava dos Estados Unidos. O nome dele havia sido incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, que relaciona foragidos da polícia em todos os continentes.

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Advogado do engenheiro Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras preso em Curitiba por envolvimento em ações de corrupção na petroleira, Ribeiro teve a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira, 25.

Ele é um dos participantes da conversa gravada por Bernardo, filho de Cerveró, em que, com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), também preso, tramava a fuga do País do ex-diretor da Petrobras. No depoimento, de cerca de três horas, prestado na Superintendência da PF no Rio, Ribeiro alegou inocência, de acordo com seu advogado, Carlo Luchione. O defensor de Cerveró é acusado de ter se associado ao senador petista e ao banqueiro do BTG Pactual, André Esteves, também preso na quarta-feira, para tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

O advogado Edson Ribeiro foi preso às 8h10 desta sexta-feira (27) ao desembarcar no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, vindo Miami, nos EUA. O criminalista é defensor do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

Edson Ribeiro viajou sem escolta policial, uma vez que foi localizado e não preso na cidade americana. A Polícia Federal monitorou a compra da passagem.

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Um acordo da PF com a agência americana de imigração (ICE) permitiu o embarque para que a prisão ocorresse no Brasil. Edson Ribeiro viajou sozinho para o Rio e à princípio ficará preso na capital fluminense. Na quinta-feira (26) o nome do advogado havia sido incluído na lista vermelha da Interpol - a Polícia Internacional.

A ordem de prisão contra o criminalista foi expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Edson Ribeiro é suspeito de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

Em uma conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, em 4 de novembro, o senador Delcídio do Amaral (PT/MS) disse que intercederia no Supremo Tribunal Federal (STF) para ajudar o ex-diretor da Petrobras a conseguir um habeas corpus. No diálogo, Delcídio, seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, e Edson Ribeiro chegam a planejar uma rota de fuga para Nestor Cerveró deixar o Brasil após conseguir a liberação do Supremo. A intenção, segundo a conversa, era levar o ex-diretor para a Espanha.

O senador, preso na quarta-feira, 25, prometeu à família de Cerveró ajuda de R$ 50 mil mensais. O pagamento seria feito por meio de pagamentos simulados de honorários pelo BTG Pactual, do banqueiro André Esteves - também detido na quarta-feira -, ao advogado Edson Ribeiro.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a inclusão do nome do advogado Edson Ribeiro na difusão vermelha da Interpol. O advogado teve ordem de prisão preventiva decretada pelo STF por tentativa de obstrução das investigações Lava Jato em parceria com o senador Delcídio Amaral (PT-MS).

O advogado foi localizado nesta quinta-feira, 25, nos Estados Unidos e os trâmites para seu retorno são considerados como em estágio avançado. Num primeiro momento havia a informação de que ele havia sido preso, o que foi corrigido depois pela Polícia Federal. Por motivos de segurança, a cidade onde ele está não foi divulgada.

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Com base em gravações feitas pelo filho de Cerveró, a Procuradoria-Geral da República entendeu que Ribeiro passou a atua em favor de Delcídio tentando dissuadir seu cliente - o ex-diretor da Petrobras - a firmar um acordo de delação premiada.

A decisão de Zavascki de incluir o advogado na chamada lista vermelha foi comunicada à Procuradoria Geral da República (PGR) na noite desta quinta-feira - mesmo dia em que Delcídio foi preso.

A Polícia Federal informou que o advogado Edson Ribeiro, alvo da Operação Lava Jato, foi preso nos Estados Unidos. A PF destacou que Ribeiro, defensor do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, será transferido para o Brasil após realização de alguns procedimentos burocráticos.

O advogado já havia saído do País quando sua prisão foi decretada. A PF informou que o visto de Edson Ribeiro foi cassado.

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A operação que levou à prisão do advogado, o senador Delcídio do Amaral (PT/MS), seu chefe-de-gabinete Diogo Ferreira, e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, iria se chamar Catilina - uma referência ao militar e senador da Roma Antiga, celebrizado por ter tentado derrubar a República e a oligarquia do Senado. Mas, afinal, os investigadores decidiram não batizar a missão que tem como alvo maior o líder do Governo no Senado.

O advogado Edson Ribeiro, preso nesta quarta-feira (25) na Operação Lava Jato defendia o ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró desde o início das investigações. O criminalista é responsável pela defesa de Cerveró nos autos da Lava Jato na 1ª instância, no Paraná.

Cerveró está preso desde janeiro deste ano. O ex-diretor já foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. Em notas enviadas à imprensa, o defensor se mostrava contrário à delação premiada.

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"Enquanto eu for advogado de Nestor Cerveró, não haverá delação premiada. Não tenho nada contra, mas eu sou contra a utilização de prisões preventivas para a obtenção de delação. É um método antidemocrático", disse Ribeiro após uma das condenações de Cerveró na Lava Jato.

Para o advogado, as prisões preventivas da Lava Jato tinham como objetivo obter delações premiadas. Em um dos processos, o juiz federal Sérgio Moro impôs a Cerveró 12 anos e 3 meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro por recebimento de propina em cima de contratos de navios-sonda da Petrobras. Em outra ação, o ex-diretor foi condenado a cinco anos de detenção pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio.

Em maio deste ano, Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato na primeira instância, aplicou multa de 55 salários mínimos (R$ 43.340) ao advogado Edson Ribeiro, por "abandono" de um dos processos que o ex-diretor respondia. A sanção foi revogada pelo magistrado alguns dias depois.

Moro havia dado um prazo para que a defesa do ex-diretor apresentasse suas alegações finais nos autos em que Cerveró havia sido denunciado por lavagem de dinheiro na compra via offshore uruguaia de uma cobertura de R$ 7,5 milhões em Ipanema, no Rio.

"O abandono ocorre em processo, com acusado preso, retardando o julgamento, isso após intimação pessoal, e aparentemente faz parte de uma estratégia processual reprovável", assinalou o juiz da Lava Jato à época.

A reportagem ligou na manhã desta quarta-feira para o escritório de Edson Ribeiro. Um homem que se disse funcionário do advogado afirmou que não poderia se manifestar sobre a prisão do criminalista.

O advogado Edson Ribeiro, que defende o ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, afirmou em nota que "a denúncia espelha, apenas, ilações do Ministério Público Federal despidas de provas e em desacordo com o artigo 41 do Código de Processo Penal".

Ribeiro afirmou, ainda, que na época em que a contratação direta dos navios-sonda recebeu sinal verde do colegiado na Petrobras. "Parece-nos, portanto, que houve um açodamento por parte do Ministério Público Federal, já que, à época, havia escassez de sondas para águas ultraprofundas, por isso a contratação direta, a qual foi aprovada, colegiadamente, pela Diretoria da Petrobras."

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Segundo o advogado, Nestor Cerveró não possuía poderes para, isoladamente, autorizar a contratação. "As contratações foram legítimas e totalmente regulares. Qualquer empresa, naquele momento, que possuísse disponibilidade de sondas para águas ultraprofundas teria sido contratada."

Gustavo Soares, irmão do lobista Fernando Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, declarou. "Não sei o que meu irmão fez, juro que não sei. Confio nele e acredito nele. Estou muito triste, só posso dizer que tanto minha família como ele (Fernando) desejamos um País melhor." A Petrobras não se manifestou ontem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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