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Nesta terça-feira (14), no Dia Mundial do Diabetes, o Hospital Pelópidas Silveira (HPS), no Recife, faz um alerta importante sobre a doença crônica, caracterizada por altos níveis de açúcar no sangue (hiperglicemia). O diabetes é considerado fator de risco para as doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no mundo.

Para reforçar a campanha mundial e promover a importância do controle da doença e das medidas para prevenir complicações associadas a ela, a unidade  realiza durante esta semana, palestras educativas e rodas de conversa sobre a condição - incluindo prevenção, sintomas, diagnóstico e tratamento, para pacientes e acompanhantes.

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"Ainda é alto o número de pessoas identificadas com diabetes e que não sabiam do diagnóstico. Manter um estilo de vida saudável, seguir uma dieta balanceada, praticar exercícios, exames regulares e monitorar os níveis de açúcar no sangue são cruciais para controlar o diabetes e prevenir complicações. Por isso, a importância de ter acesso à informação e aos cuidados adequados para garantir o tratamento", alerta o cardiologista do HPS, Rafael Travassos.

Considerado um desafio de saúde global, o Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina – hormônio produzido pelo pâncreas responsável pela manutenção do metabolismo da glicose. Sua falta provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. Quando a doença se instala, potencializa outras condições de risco, como a pressão alta e o colesterol elevado.

Conheça dos tipos de diabetes  Diabetes tipo 1: ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói erroneamente as células produtoras de insulina no pâncreas. Pessoas com diabetes tipo 1 precisam tomar insulina para sobreviver. 

Diabetes tipo 2: desenvolve-se quando o corpo se torna resistente à insulina ou quando o pâncreas não produz insulina suficiente. Muitas vezes está relacionado a fatores de estilo de vida, como dieta, exercícios e genética. 

Diabetes gestacional: ocorre durante a gravidez, e o pré-diabetes, uma condição em que os níveis de açúcar no sangue são superiores ao normal, mas não o suficiente para serem classificados como diabetes.

*Da assessoria 

Estudo da Universidade Federal do Pará (UFPA) identificou a ocorrência de doenças metabólicas crônicas - hipertensão, obesidade e diabetes tipo 2 - em grupos indígenas da região do Xingu e de Marabá, no Pará. Das seis comunidades analisadas, duas apresentaram casos de doenças.

O coordenador da pesquisa, o médico e doutor em Ciências Biológicas João Guerreiro, relacionou os males crônicos não apenas a predisposições genéticas, mas a mudanças na alimentação e no estilo de vida das comunidades. O estudo tem previsão de publicação na revista Genetics and Molecular Biology, na quarta-feira (11). 

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“Essas alterações que estudamos - sobrepeso, obesidade, hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias - incluímos como doenças genéticas complexas, em que existe um forte componente genético predispondo a ocorrência dessas alterações, mas associado a isso tem que ter um componente ambiental que favoreça”, explicou.

Para ele, mesmo com a predisposição genética, é preciso que se adquira hábitos e costumes que favoreçam a expressão desses genes. “Então, mudanças de comportamento e de padrões de alimentação certamente são responsáveis por essa transição epidemiológica que a gente está observando em algumas populações indígenas. O fato de terem se tornado mais sedentários, com menos atividades físicas, também contribui para o aparecimento dessas doenças”, explicou.

Mudança de hábitos

O pesquisador citou a incorporação de hábitos alimentares com ingestão de muito carboidrato e alimentos processados, além daqueles ricos em açúcar e gordura, como refrigerantes e bolachas, na dieta indígena.

Ele ressalta que, até recentemente, se considerava como risco de mortalidade indígena basicamente doenças infecciosas, incluindo as respiratórias e diarreicas. Agora começam a aparecer as doenças crônicas não transmissíveis - sobrepeso, obesidade, hipertensão, diabetes. “E, se nada for feito para tentar conter essa expansão, se não for feito nenhum trabalho para tentar mudar hábitos alimentares e comportamentos, isso tende a piorar”, alertou.

O que pode se tornar um problema de saúde pública entre as populações indígenas precisaria de ações para conter a expansão dos fatores de risco para essas doenças. Guerreiro avalia que a solução passa por ações de educação em saúde no sentido de mudanças de hábitos, principalmente direcionadas a crianças.

Além disso, o pesquisador considera importante a continuidade dos estudos, tanto para acompanhar a evolução dessas doenças nas comunidades indígenas, como para identificar a predisposição genética dos grupos.

“A gente acredita, e tem quase certeza, que há uma base genética também que predispõe algumas etnias a desenvolver essas doenças e outras não. De um total de seis [comunidades] que estudamos, todas elas submetidas a uma mesma pressão de contato, [em] duas a gente observou alterações nutricionais, nas outras, não. Então, provavelmente há diferenças genéticas, biológicas”, explicou.

O estudo de campo foi realizado em aldeias de comunidades indígenas da região do rio Xingu, em Altamira, e na Terra Indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, no Pará, entre 2007 e 2014. Foram analisados 628 indígenas dos grupos Arara, Araweté, Asurini do Xingu, Parakanã, Xikrin do Bacajá e Gavião Kyikatêjê.

A jornalista Tássia Di Carvalho só descobriu que tinha lúpus em 2012. No final do ano anterior, após uma noite de grande estresse, ela acordou com o rosto totalmente inchado. “Não consegui nem andar. Fui me arrastando até chegar ao banheiro para ver o meu rosto. Meus olhos estavam inchados”.

Tássia ligou para o marido e ele a levou para o pronto-socorro, onde os médicos julgaram se tratar de alergia a algum alimento ingerido. Receitaram corticoides e ela desinchou. Dois dias depois, voltou a inchar. Mais corticoides. “Ficaram nessa brincadeira cerca de dois meses. Aí, me mandaram para a Santa Casa, porque ficaram com medo da quantidade de corticoides que eu estava tomando”. Além disso, foi levantada a possibilidade de se tratar de uma doença crônica.

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Na Santa Casa, Tássia teve que recorrer à assistência social para poder ser atendida com urgência e não ter que aguardar durante meses para agendar uma consulta. Somente ali, após exames, a jornalista descobriu que tinha lúpus. Chegou a perder todo o cabelo, sofreu episódios sem conseguir andar, fez quimioterapia por cinco anos. Ficou com perda de visão e teve lesões cutâneas. Hoje, se trata com hidroxicloroquina.

Fatores

Nesta segunda-feira (10) é o Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus, que faz parte da campanha mundial de conscientização “Maio Roxo”, cujo objetivo é incentivar o diagnóstico precoce e controle da doença. O presidente da Comissão Científica de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), Edgard Reis, disse à Agência Brasil que não existe um fator único para o aparecimento do lúpus. Ele resulta de uma junção de fatores genéticos, ambientais (radiação ultravioleta) e hormonais (estrógeno) que atuam sobre o sistema autoimune. “Ou seja, o próprio indivíduo começa a produzir anticorpos, células, moléculas que vão atacar o próprio organismo. Em vez de atacar vírus e bactérias, acabam por atacar o próprio organismo também”, afirmou Reis.

O lúpus é um doença reumática, crônica, que afeta principalmente mulheres entre 15 e 45 anos de idade, período compreendido, em geral, após a primeira menstruação e a pré-menopausa. Como se trata de uma doença crônica, não tem cura. “Mas tem um bom controle”, advertiu o médico. Com o uso de medicamentos adequados, o paciente tem uma vida praticamente normal, completou. “Não existe um remédio que vai estabelecer uma cura específica, ao contrário do que ocorre com a pneumonia, por exemplo”. Admitiu, por outro lado, que após a menopausa, existe tendência de melhor controle do lúpus, caso essa seja uma doença menos agressiva.

Pacientes com lúpus têm mais chance de ter aumento de peso, mais risco de ter obesidade e síndrome metabólica, quando ocorre aumento da pressão, diabetes, problemas de colesterol, o que oferece mais risco cardiovascular. “Se você já tem uma doença crônica, autoimune, que já tem mais risco cardiovascular, outra doença, como a obesidade, é muito ruim, porque aumenta o risco de eventos e pode atrapalhar o controle do lúpus”, disse o presidente da Comissão Científica do Lúpus da SBR.

Mulheres

Embora o maior número de pessoas com lúpus seja de mulheres, Edgard Reis afirmou que isso não quer dizer que a doença não aconteça em crianças ou em idosos, só que aparece em uma relação menor e em uma proporção também menor entre homens e mulheres. No Brasil, a estimativa é que existam 65 mil pessoas com lúpus, a maioria mulheres.

Em Natal (RN), por exemplo, estudo realizado mostrou que a incidência de casos novos é de 8,7 pessoas para cada 100 mil habitantes por ano. Segundo Edgard Reis, a incidência de casos maior em Natal do que em alguns países pode ser explicada pela influência da radiação ultravioleta nessa cidade, que é banhada pelo sol ao longo de todo o ano.

Doença inflamatória, o lúpus pode afetar vários órgãos e tecidos, como pele, articulações, pulmão, coração, rins e cérebro. Quando acomete apenas a pele é chamado de lúpus cutâneo; quando, além da pele, atinge outros órgãos e tecidos, é chamado de lúpus eritematoso sistêmico (LES). Entre as lesões cutâneas, as mais comuns são as manchas vermelhas nas áreas da pele expostas ao sol, como rosto, orelha e o colo. Uma de suas principais características é uma mancha avermelhada nas maçãs do rosto e dorso do nariz, denominada lesão em asa de borboleta, porque seu contorno lembra uma borboleta. Esse animal acabou sendo símbolo do lúpus. Essas mancham pioram com a exposição ao sol.

Sintomas

No início, alguns sintomas podem ser inespecíficos, como cansaço, desânimo, febre diária baixa, emagrecimento, inapetência, alterações de humor, dor nas articulações e no corpo. Reis lembrou que alguns pacientes podem ter problema no pulmão, como tosse, falta de ar; às vezes alterações renais como diminuição da urina; manifestações do sistema nervoso que são mais raras, como quadros de convulsão e até mesmo de alterações psiquiátricas. “Depende muito de paciente para paciente”.

Edgard Reis destacou que o Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus, ou Dia Mundial do Lúpus, é importante não só para a prevenção da doença, mas para a conscientização. “Porque não é uma doença que é bem divulgada na mídia. Então, é importante para que as pessoas entendam que ela existe, quais os principais sintomas, visando à realização de um diagnóstico precoce da doença, para melhora do tratamento e do desfecho a longo prazo. Essa conscientização é importante também para que os parentes do doente entendam do que se trata.

O lúpus não é contagioso. Não é uma doença infecciosa, mas do sistema imune. “Não pega de pessoa para pessoa, não é transmissível”. Quando há suspeita clínica, pode ser pedido ao paciente que faça exames gerais, entre eles hemograma completo, exame de urina para saber se tem alterações nos rins, e alguns anticorpos. ”Em alguns casos, quando se faz necessário, podem ser feitos alguns exames de imagem, radiografia, tomografia, ecocardiograma, ou mesmo análise dos tecidos, com biópsia da pele e do rim”. O tratamento visa a diminuir a progressão do quadro, reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

O Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo, nesta sexta-feira (19), também inicia a Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo, que conscientiza a sociedade dos prejuízos que o álcool pode causar à saúde física e psicológica. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vício alcoólico é responsável por matar cerca de 3 milhões de pessoas ao ano.

Segundo levantamento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que entrevistou mais de 12 mil pessoas de 33 países da América Latina e Caribe, onde 30,8% eram brasileiros, o consumo de álcool se intensificou durante a pandemia do coronavírus (Covid-19). O estudo indica que 35% das pessoas com idade entre 30 e 39 anos, passaram a beber com mais frequência, numa média de cinco ou mais doses.

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A pesquisa também aponta que dobrou o consumo mensal de bebidas contrabandeadas ou produzidas em casa (como a cerveja artesanal), de 2,2% para 4,9%. De acordo com a entidade, a produção dessas bebidas possui nível exagerado de álcool, que corresponde a riscos de saúde, como intoxicação. Além disso, o estudo também constatou que, durante o isolamento social, a cerveja liderou 48,7% das preferências, contra 29,3% do vinho.

O alcoolismo, assim como a dependência de outras drogas, é uma doença crônica, que atinge o indivíduo como um todo. A psicóloga especialista em dependência química e professora da Universidade Guarulhos (UNG), Alessandra Chrisóstomo, explica que essa enfermidade já foi tratada como uma doença individual, biológica e considerada um desvio de caráter, mas, após diversas pesquisas, foi dado um novo olhar para o problema.

Segundo a psicóloga, é constatado que a dependência alcoólica prejudica funções cerebrais, como atenção, memória e percepção; aspectos psicológicos, entre eles, sentimentos e autoestima; sociais, como destruição de amizades e vida profissional; além de prejudicar a família. "Como uma doença multifatorial, necessita de um olhar sistêmico que atenda a todos estes aspectos, bem como de uma abordagem terapêutica efetuada por equipe multidisciplinar", explica Alessandra.

Durante o tratamento, Alessandra recomenda a inclusão de acompanhamento psiquiátrico junto a medicamentos, psicoterapia, terapia familiar, participação em grupos, como o Alcoólicos Anônimos (AA), e a reconstrução dos projetos de vida, como trabalho, estudo ou alguma atividade prazerosa e saudável. "A família, ou quem efetua este papel, é parte fundamental em todo o processo. Costumo intitular a dependência química de 'a doença dos vínculos', e desta forma, através da terapia familiar, um melhor relacionamento poderá ser restabelecido", afirma.

Durante o procedimento, cabe ao acompanhante estabelecer uma comunicação harmoniosa e determinar os limites do dependente. "Com isso, vínculos mais seguros e saudáveis poderão ser reconstruídos para que este ser humano que está em sofrimento possa ter uma vida plena, com qualidade, e que, finalmente, encontre seu caminho e seja verdadeiramente feliz", orienta.

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