Tópicos | doação de leite

Beatriz Trivelato Simionato, de 9 anos, pediu aos convidados de sua festa de aniversário que ao em vez de levarem presentes, colaborassem em uma campanha de arrecadação de leite para crianças com câncer.

Com a ajuda dos pais, Cintia Trivelato e Luiz Simionato, a garota consegui arrecadar a quantia de 5.274 litros de leite que será distribuído para o Hospital do Câncer, para a Casa Acolhedora Vovô Antônio e Instituto Bruno Boeira, em Barretos (SP). A motivação para a campanha partiu de própria experiência da menina.

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Beatriz recebeu o diagnóstico de que possuía três linfomas de Burkitt no abdômen quando tinha 4 anos de idade (2012). Com o tratamento, a menina precisou passar por várias sessões de quimioterapia no Hospital do Câncer da cidade de Barretos, em São Paulo. Em agosto de 2016, recebeu a notícia de que estava curada e daí por diante começou a expressar a vontade de ajudar crianças que passam pela mesma situação que ela superou. “Quando eu tinha câncer faziam leite para mim no hospital e eu gostava muito de beber. Então resolvi doar leite para as crianças que ainda estão lá”, diz a pequena que além da doação de leite, doou também o cabelo para uma instituição que faz perucas para crianças com câncer.

Para a próxima festa, Bia planeja fazer uma nova arrecadação, dessa vez de brinquedos.

Nesta segunda-feira (1º), tem início a Semana Mundial do Aleitamento Materno. A data foi criada há 24 anos, em 1992 pela Aliança Mundial de Ação pró-amamentação (World Alliance for Breastfeeding Action – WABA), para estimular a amamentação e trazer melhorias a saúde e desenvolvimento sustentável das crianças e mães do mundo. Neste ano, a campanha, que vai até o dia 7 de agosto, traz à tona o tema "Amamentação. Faz bem para o seu filho, para você e para o planeta", destacando a importância do aleitamento materno como contribuição para a qualidade de vida das crianças. 

De acordo com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-Br), a amamentação é uma forma natural e de baixo custo de alimentar bebês, sem impacto no orçamento familiar. Por fornecer nutrientes de alta qualidade, é uma ação indispensável para prevenir a fome, a desnutrição e a obesidade. Também ajuda no desenvolvimento mental e cognitivo das crianças. A amamentação ainda implica em menos desperdícios em comparação com alimentação com fórmula infantil e afasta a necessidade do uso de utensílios extras, como mamadeiras. 

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De acordo com orientações do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), é recomendado o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de vida do bebê. Segundo os órgãos, o alimento ainda evita diarreias, infecções respiratórias, diminui o risco de alergias. 

Apesar das indicações de resultados positivos do leite materno, na prática, a realidade é outra. Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 60% das crianças recém-nascidas têm o aleitamento exclusivo. O número cai para 25% no final dos quatro meses e para 10% aos seis meses de idade. Ainda assim, o Brasil foi considerado referência em aleitamento materno pela revista inglesa The Lancet.

Doação

De acordo com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-Br), em 2015, Pernambuco captou 9.429,7 litros de leite materno de 6.987 doadoras. Após as análises do material, foram possíveis doar 8.635,3 litros para 11.674 crianças. O quantitativo ficou abaixo dos dados de 2014, com 9.646,5 litros do leite coletados, doados por 7.827; e 8.746,8 litros de leite distribuídos para 10.781 crianças. 

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, para os bebês prematuros ou de baixo peso, internados em UTIs, UCIs e alojamentos Cangurus, o leite materno torna-se ainda mais fundamental para o desenvolvimento. Por isso a importância dos bancos de leite humano no Estado, para atender a essas crianças. Atualmente, são nove bancos de leite, além de quatro postos de coleta. Qualquer mãe saudável pode doar o seu excedente a esses locais.

A orientação é que para fazer a retirada do leite a mãe use um lenço para proteger a boca e a cabeça, além de higienizar as mãos antes de iniciar o processo. O produto deve ser armazenado em potes de vidro com tampa de plástico, como os de maionese ou café.

Basta levar uma panela com água ao fogo e quando começar a ferver, colocar os potes. Eles devem ser retirados de 15 a 20 minutos depois. O papel que vem na parte interna da tampa também precisa ser retirado antes de todo o processo. No vidro esterilizado, o leite ordenhado pode ser armazenado no freezer para que dure até 15 dias.

Os bancos de leite pernambucanos estão no Hospital Agamenon Magalhães (3184.1690), Hospital Barão de Lucena (3184.6552), Hospital das Clínicas (2126.3831), Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros (Cisam – 3182.7720), Maternidade Bandeira Filho (3355.2235), Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip – 2122.4719 / 4103), Hospital De Ávila (3117.5548), Hospital Jesus Nazareno (Caruaru - 3719.9338) e Hospital Dom Malan (Petrolina – 87 3202.7000).

Há, ainda, quatro postos de coleta de leite, localizados na Maternidade Arnaldo Marques (3355.1815), Maternidade Barros Lima (3355.2170), Uniame (3302.6261) e Hospital Memorial Guararapes (3461.5300). Esses recebem o leite e encaminham para um banco a fim de fazer as análises necessárias.

O Ministério da Saúde lança a campanha de doação de leite humano 2012 com o objetivo de mobilizar mulheres de todo país a doarem o alimento que pode salvar a vida de recém nascidos.

No Brasil, mais de 115 mil mães doam leite materno anualmente. O País possui a maior e mais complexa rede de banco de leite humano no mundo, de acordo com o Ministério, e conta com 212 bancos e 110 postos de coleta espalhados por todo país, porém ainda não é o suficiente. 

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Por ano, são recolhidos cerca de 150 mil litros de leite humano, que passam pelo processo de pasteurização e adquirem qualidade certificada para serem distribuídos a mais de 135 mil recém-nascidos, principalmente aos que ficam hospitalizados. O volume de leite coletado representa de 55% a 60% da real demanda por leite humano no Brasil. Por isso, o Ministério da Saúde trabalha para ampliar em 15% ao ano o volume de leite humano coletado.

Esses bancos são uma das principais iniciativas do Ministério da Saúde de redução da mortalidade infantil, inseridos na estratégia da Rede Cegonha atendendo a demanda de recém-nascidos prematuros e de baixo peso que estão internados.

Campanha - A campanha deste ano tem como slogan “Doar leite materno é multiplicar vida com esperança: é somar saúde com solidariedade; é dividir o alimento mais completo que existe; é diminuir a mortalidade infantil; é igual ao amor – quanto mais a gente doa, mais a gente tem”. Para esta campanha foram produzidos 70.370 cartazes e 1.634.300 folders, que foram enviados diretamente para todos os bancos de leite humano do país. 

Mortalidade infantil - De acordo com o Relatório de Monitoramento 2012 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Brasil apresentou a redução de 73% das mortes na infância com relação a 1990. Naquele ano, a taxa brasileira indicava que a cada mil crianças nascidas vivas, 58 morriam antes de completar cinco de anos de vida. Em 2011, o órgão internacional mostra que o índice reduziu para 16/1.000.

Mudança – O Ministério da Saúde tem realizado uma mobilização social nos estados brasileiros para a transferência do Dia de Doação de Leite Humano de 01 de outubro para 19 de maio. A mudança está sendo proposta por conta do acordo firmado na Carta de Brasília de 2010, que reuniu representantes dos Ministérios da Saúde de 21 países. Na Carta de Brasília, os países se comprometeram a instituir, em seus territórios, o dia 19 de maio como dia de doação de leite humano para pleitear, junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), a criação do Dia Mundial de Doação de Leite Humano.

Com informações da assessoria

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