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O samba-enredo da escola Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval de 2017, com o tema “"Xingu, o clamor que vem da floresta", está dando o que falar. Na quarta (11), a apresentadora da TV Record Fabélia Oliveira disse que os produtores rurais são os que deveriam ser homenageados e ainda afirmou ser parte da natureza dos índios morrer de malária e tétano. Nesta quinta (12), também repercute a declaração do senador Ronaldo Caiado (DEM). Ele acredita que a letra do enredo “denigre” a imagem do agronegócio. 

Em sua rede social, Caiado avisou que, após o recesso das atividades legislativas, irá articular com os líderes do Senado a realizção de uma sessão temática para entender “os motivos que levaram a Imperatriz Leopoldinense a autorizar um samba-enredo que denigre a imagem do agronegócio, único setor, que diante de uma crise devastadora, deverá ser superavitário”. O democrata também quer apurar quem são os “patrocinadores” do samba-enredo, o qual definiu como "difamatório". 

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Um dos trechos do samba diz que “O belo monstro roubas as terras dos seus filhos, devora as matas e seca os rios. Tanta riqueza que a cobiça destruiu. Sou o filho esquecido do mundo, minha cor é vermelho de dor...”. O enredo faz referência à luta dos povos indígenas contra o desmatamento e a perda de terras. Na música, o “mostro” possivelmente se refere aos agricultores e pecuaristas do país, o que iniciou um clima de revolta da classe.

Ronaldo Caidado não poupou críticas. “Há tantos graves problemas que o país passa como a violência, o tráfico de drogas, as facções criminosas e uma escola de samba se ocupa em difamar o setor que deveria ser enaltecido e homenageado na Marquês de Sapucaí”, cravou.

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), entre outras entidades do setor, publicou nota de repúdio em seu site destacando que a Imperatriz “mostra total despreparo e ignorância à história brasileira e à realidade econômica e social do país”. 

“Chamados de monstros pela escola, nós, produtores rurais, respondemos por 22% do PIB Nacional e, historicamente, salvamos o Brasil em termos de geração de renda e empregos. Inaceitável que a maior festa popular brasileira, que tem a admiração e o respeito da nossa classe, seja palco para um show de sensacionalismo e ataques infundados pela Escola Imperatriz Leopoldinense. O setor produtivo e a sociedade não podem ficar calados diante a essa injustiça. Se você se alimentou hoje, agradeça a um produtor rural”, diz outro trecho da nota. 

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