Coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL) e vereador de São Paulo, Fernando Holiday (DEM) fez mea-culpa e disse que o grupo, durante sua trajetória, “destruiu reputações” e “prejudicou o debate público” quando “demonizou muito seus adversários”. As ponderações foram feitas ao explicar o que seria a nova roupagem do movimento: o “MBL 3.0”.
Holiday fez um panorama das fases já vividas pelo MBL e disse que em 2016, quando viveram a etapa 2.0, foi o momento em que eles cometeram “os principais erros” e fazem “as principais autocríticas”.
##RECOMENDA##“Foi o momento em que a gente demonizou muito os nossos adversários. Quer dizer, toda e qualquer figura que não se identificasse como direita, liberal ou conservador, a gente atacava como pessoas incapazes de dialogar”, reconheceu, em entrevista ao LeiaJá.
“A gente demonizou muito a imprensa e destruiu algumas reputações, por mais que não fosse proposital. O modo como a gente simplificou o debate público no maniqueísmo entre o bem e o mal, isso prejudicou muito o debate público e favoreceu o crescimento, principalmente, de uma direita radical”, acrescentou.
Neste sentido, Holiday alega que o “MBL 3.0 é para fazer autocrítica e tentar agora ter um diálogo maior com quem pensa diferente”. “Acreditamos que é possível debater de forma civilizada, a ideia é chamar para o ambiente nosso [como o Congresso Nacional no fim do ano] figuras que discordam da gente, de esquerda, e debater com essas pessoas sem hostilidade e baixaria”, detalhou o vereador.
MBL estudantil - Fernando Holiday também deu detalhes sobre as intenções do MBL estudantil que, segundo ele, ainda não atingiu as universidades, mas já se faz presente nas escolas. “A ideia é começar a criar esse ambiente de debate no ensino médio. Isso vai fazer com que tenhamos uma geração com maior conscientização política, quer seja de acordo com nosso posicionamento ou não”, disse.