Depois das denúncias apresentadas pela comissão de acompanhamento de atos do poder público e do meio ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma) sobre o descaso com os animais, o Centro de Vigilância Ambiental (CVA) do Recife apresentou, na tarde desta quarta-feira (14), suas instalações. Diferente do que consta no processo e das imagens que foram divulgadas, o órgão mostrou seu espaço e a eforma em andamento.
De acordo com a OAB e a Depoma, pelo menos 20 mil cães e gatos morreram no Centro, nos últimos dois anos. O local, que deveria ter a função de controle das doenças dos animais, principalmente a zoonose, que são as que podem ser transmitidas ao homem, se tornou um depósito de corpos e de bichos abandonados. As imagens apresentadas pela OAB mostram sinais de descaso e falta de limpeza.
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Recebida com surpresa, a denúncia parece destoar da realidade. Segundo o gerente do Programa de Saúde Ambiental, Otoniel Barros, as imagens apresentadas, mostram os animais da forma como chegam ao Centro, antes de receberem o tratamento. Mesma explicação dada às instalações que já passaram por reforma e hoje atendem normas técnicas e oferecem segurança e qualidade de vida aos animais.
Dentre as instalações, foram mostradas todas as salas de cirurgia, ambulatório, farmácia e de recuperação, além do alojamento dos animais, todos com aparência limpa e bem cuidada. Segunda a veterinária, Jael de Morais Amaral, cerca de 10 cirurgias de castração são feitas por dia. “Em 2011, foram feitas 1.052 cirurgias e tivemos apenas dois óbitos de animais. Estamos aqui para cuidar dos animais, não para maltratar”, disse a médica. Na unidade há de oito veterinários e um deles está habilitado a fazer o procedimento.
Sobre a acusação de matança, eles disseram que antes de 2010 não havia lei que regulamentasse a prática. Assim, todos os animais que chegavam ao centro eram tratados e se em 4 dias não fossem adotados, eram mortos. A partir de agosto de 2010, a lei mudou e a eutanásia só é praticada em casos de diagnóstico de raiva e leishmaniose em animais pequenos, como cão e gato. A ação em bichos maiores é realizada por outros órgãos.
No local estão 21 cães, 21 cavalos, 13 porcos, 2 jumentos e 1 boi. Segundo o gerente da CVA, Amaro Souza, os animais chegam à unidade de diversas formas. “Os cavalos e os bois são recolhidos nas ruas, normalmente por estarem abandonados e atrapalhando o trânsito. Os cachorros são abandonados aqui na frente ou recebemos denúncias e pegamos para trata-los até que possam ser adotados”, explicou Souza. Segundo ele, quatro ONGs também acompanham os trabalhos e levam animais para serem tratados, assim como os pegam para adoção.
Quem quiser adotar um animal, pode se dirigir à sede da CVA, no Bairro de Peixinhos, ou ligar para a Ouvidoria SUS Recife através do número 0800-281-1520. É preciso atender alguns requisitos e apresentar documentos como carteira de identidade, CPF e comprovante de residência.
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