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O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil está no "fundo do poço" por causa de economistas, e não por sua causa.

"O Brasil está no fundo do poço dado aos economistas, e não ao capitão Jair Bolsonaro", declarou na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta segunda-feira, dia 2.

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Bolsonaro foi questionado sobre a previsão de déficit primário de R$ 124,1 bilhões em 2020, ante a previsão do ministro Paulo Guedes na campanha de zerar o déficit em 2019. "Pergunta para o Paulo Guedes, eu não manjo nada de economia. Nada. Zero", disse. "Quem manjava, a tal de Dilma Rousseff, arrebentou o Brasil", afirmou, citando a ex-presidente petista.

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que o déficit primário previsto para 2020 na Lei Orçamentária Anual é de R$ 124 bilhões. Já para os anos de 2021 e 2022 o resultado programado é déficit de R$ 68 bilhões e R$ 31,6 bilhões, respectivamente.

O projeto do orçamento foi entregue nesta sexta-feira, 30, ao Congresso Nacional.

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Os números seguem em linha com as programações apresentadas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, enviada em abril e pendente de votação no Congresso, segundo disse Waldery após entregar o projeto do orçamento na Secretaria-Geral da Mesa do Senado.

O governo terá de fato autonomia para gastar livremente apenas 5% do Orçamento deste ano, segundo dados do Ministério do Planejamento obtidos pelo ‘Estadão/Broadcast’. O restante de tudo o que é gasto terá carimbo certo: o maior peso é dos benefícios previdenciários, que vão responder, ao fim do ano, por 57,13% de todas as despesas da União.

A folha de pessoal para o pagamento dos salários dos servidores federais abocanha 11,76% do total das despesas. Boa parte dos gastos não é considerada obrigatória oficialmente, mas o governo é obrigado a cumprir, como o pagamento de subsídios, sentenças judiciais, precatórios e os benefícios do programa Bolsa Família.

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Essa verdadeira camisa de força do Orçamento brasileiro mostra a dificuldade que a equipe econômica tem para cortar as despesas num cenário de frustração recorrente de receitas. A arrecadação cai não só por conta da lenta recuperação da atividade econômica, mas agora também pelo impacto negativo da queda mais rápida da inflação. O impacto desse efeito "inflacionário" negativo nas contas do governo só este ano será de R$ 19 bilhões. Para 2018, a conta é ainda maior: R$ 23 bilhões.

O secretário executivo adjunto do Ministério do Planejamento, Rodrigo Toledo Cota, destaca que o avanço rápido das despesas obrigatórias está comprimindo os gastos contingenciáveis (passíveis de corte), sufocando a oferta de serviços, como atendimentos no INSS, atividades de fiscalização e a manutenção dos gastos com militares. Segundo ele, o espaço passível de contingenciamento ficou em cerca de 9% em 2016.

"Estamos caminhando para 100% (de despesas obrigatórias) se nada for feito", diz Cota. Ele explica que a melhor maneira de ver o quanto o Orçamento está amarrado é olhar para o que pode ser contingenciado efetivamente, ou seja, os gastos discricionários (de custeio e investimentos) do Executivo e os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No primeiro caso, a participação no total da composição do gasto primário caiu de 5,01% em 2016 para 3,3% neste ano. Já o PAC recuou de 3,38% para 1,53%.

"Com tantas amarras, fica muito difícil o governo gerir o orçamento", diz Cota. Há também um limite para o corte das despesas não obrigatórias, já que muitas são essenciais, apesar de passíveis de redução. Isso inclui conta de luz e serviços de informática.

Irracional

Para o diretor do Centro de Cidadania Fiscal e ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, à medida que se faz todo o ajuste fiscal em cima dos gastos discricionários, chega-se a um ponto em que começa a ficar irracional esse tipo de ajuste. "Começa a cortar despesas que a rigor não deveriam ser cortadas. Tanto investimentos públicos como despesas de custeio essenciais", afirma. Segundo ele, tem de haver um nível de gastos que precisam se preservados.

Na opinião de Appy, é hora de se discutir a melhora do modelo de gestão fiscal. Para ele, o teto de gastos é muito importante, mas deveria ser decomposto, até mesmo para preservar despesas mínimas de custeio e investimento e deixar de forma clara que o ajuste tem de ser feito nas despesas obrigatórias.

Pela sua proposta, o teto global para a expansão das despesas seria decomposto em limites específicos para cada uma das principais categorias de despesa - Previdência e assistência, pessoal, subsídios, investimento e custeio - e para cada poder. "Se isso existisse desde o início, a discussão sobre o reajuste de 16% dos salários do Ministério Público nem teria começado", diz Appy.

O modelo, diz ele, deveria ser complementado por metas plurianuais (fixadas a cada mandato presidencial) para o resultado primário ajustado pelo ciclo econômico. Ou seja, para cumprir as metas, eventuais frustrações na contenção do crescimento de despesas obrigatórias deveriam ser compensadas por aumentos de arrecadação.

O economista Fabio Klein, da consultoria Tendências, avalia que o engessamento do Orçamento brasileiro é um dos culpados pelas sucessivas revisões de meta fiscal - com a mudança no objetivo de 2017 e 2018, já são 11 alterações desde a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), criada em 2000.

"Isso dificulta o trabalho de cumprir a meta. O governo tem de ajustar a despesa à meta, mas se a receita cai, não tem como fazer isso", diz Klein.

Camisa de força

A reforma da Previdência é considerada o "grande movimento" para conter o crescimento acelerado das despesas obrigatórias e impedir que, no futuro, o governo precise sacrificar ainda mais os gastos considerados "bons", como os investimentos. Enquanto isso, mesmo que o governo tente emplacar medidas de contenção de despesas com o funcionalismo, isso será insuficiente. "As despesas obrigatórias crescem faça sol ou faça chuva", diz Klein.

A baixa autonomia na gestão fiscal ainda pode precipitar o estouro do teto de gastos, alerta o diretor da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara dos Deputados, Ricardo Volpe. A regra prevê a correção do limite de despesas pela inflação, enquanto algumas obrigatórias crescem acima disso. "Se não resolver o problema do engessamento do Orçamento, o teto não funciona. É uma camisa de força. Chegaremos a um ponto em que isso vai travar", afirma.

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, disse nesta segunda, 16, que a proposta de meta fiscal do governo para este ano não está fechada em razão de questões ainda não definidas pelo governo. As principais dúvidas são o impacto da renegociação da dívida dos Estados com a União e o possível prejuízo decorrente de uma eventual deslistagem da Eletrobras na Bolsa de Nova York.

Ainda assim, o ministro disse que o governo quer levar a proposta à votação pelo Legislativo até domingo, dia, data-limite para que o governo não precise fazer um novo contingenciamento. "Acredito que é possível votar ainda nesta semana", afirmou. Segundo ele, a proposta pode ir à votação direto para o plenário. Basta uma convocação do Congresso Nacional pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Ainda estamos conversando e vamos fazer reuniões para fechar a meta", afirmou.

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Segundo Jucá, ainda é preciso definir a proposta que a União fará aos Estados para resolver a questão da dívida, que foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF) após alguns governos estaduais conseguirem liminares para pagar juros simples, em vez de juros compostos. No dia 27 de abril, o STF deu 60 dias para que as partes entrem em acordo. "Essa também é uma das incógnitas", afirmou.

Apesar da preocupação fiscal, Jucá disse que a primeira opção do governo não deve ser o aumento de impostos. Embora o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tenha sinalizado a possibilidade de manter a proposta de recriar a CPMF, Jucá disse que a União deve focar no corte de despesas. "Se pudermos, vamos cortar mais de quatro mil cargos comissionados. Esse é o piso. Essa meta não nos contenta", disse.

A despeito da demora em anunciar medidas concretas, Jucá disse que as metas e ações a serem anunciadas devem ser definitivas. Por isso, não podem ser feitas com muita pressa. "A população precisa acreditar no que o governo anuncia. Aquilo que o governo falar tem que acontecer. Tem que ser a verdade", afirmou. "É preciso ajustar as contas, diminuir despesas, atrair investimentos e reanimar a economia. Isso traz confiança e segurança jurídica."

Nesse mesmo sentido, o ministro disse que ainda não há uma proposta para a reforma da Previdência, cuja intenção já tem sido combatida no Congresso por parlamentares como Paulinho da Força (Solidariedade-SP), até então visto como aliado do novo governo. "Temos que discutir diversas ações ao mesmo tempo, entre elas o modelo da Previdência", afirmou. "Há uma preocupação grande com o futuro da Previdência."

A Espanha segue no caminho para atingir sua meta de déficit fiscal em 2013, afirmou nesta terça-feira (29) o Ministério do Orçamento do país. Excluindo-se o impacto da ajuda internacional concedida ao setor bancário, a Espanha tem como objetivo reduzir seu déficit orçamentário a 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 6,8% do PIB em 2012.

Entre janeiro e agosto, o déficit fiscal preliminar do país foi equivalente a 4,8% do PIB. Além de não incluir o resgate bancário, que teria elevado o resultado a 5,1%, o número também exclui a contribuição das prefeituras, que pode ter sido de um superávit no período.

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Segundo a vice-ministra do Orçamento, Marta Fernández-Currás, as metas de déficit da Espanha são "perfeitamente compatíveis com a recuperação econômica" do país. Fonte: Dow Jones Newswires.

O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, disse nesta terça-feira que as dívidas de governos locais estão sob controle e prometeu conter o déficit fiscal do país, segundo a mídia oficial chinesa.

Li também alertou que o crescimento de dois dígitos da receita fiscal exige a manutenção do déficit fiscal e do volume da dívida dentro de níveis razoáveis para sustentar uma expansão econômica mais ampla.

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"Ampliamos a auditoria de dívidas de governos locais e tomamos uma série de medidas para melhorar a administração e controlar os riscos", disse Li, de acordo com a CRL Online, site da China Radio International. "O déficit fiscal da China está atualmente em 2,1% e vamos controlá-lo com rigidez."

O Escritório Nacional de Auditoria da China vem conduzindo uma pesquisa nacional desde meados do ano para medir o grau de endividamento em todos os níveis de governo.

Em 2011, a China estimou que as dívidas de governos locais somavam 10,7 trilhões de yuans (US$ 1,7 trilhão) no fim do ano anterior, mas economias preveem que a auditoria atual vá revelar um significativo aumento no montante. Para Liu Yuhui, economista da Academia Chinesa de Ciências Sociais, o total das dívidas poderá superar 20 trilhões de yuans. Fonte: Market News International.

O primeiro-ministro da França, François Fillon, insistiu hoje que o país vai conseguir trazer o déficit orçamentário de volta aos limites exigidos pela União Europeia. "Eu quero reassegurar à Comissão Europeia que vamos cumprir nossas promessas", disse Fillon, durante visita a uma fábrica no oeste da França.

Na semana passada o governo francês anunciou medidas para economizar 7 bilhões de euros do orçamento, seguindo um plano de austeridade fiscal de 12 bilhões de euros revelado em agosto. No total, o governo anunciou cortes e aumentos de impostos totalizando 65 bilhões de euros até 2015, para limpar as contas do país e preservar sua preciosa nota AAA.

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Fillon disse que o orçamento de 2012 possui 6 bilhões de euros em reservas para ajudar a atingir as metas de redução do déficit caso o crescimento econômico seja menor que 1%. A França está tentando reduzir seu déficit orçamentário de 5,7% do PIB neste ano para 4,5% em 2012. E espera atingir o limite de 3% da União Europeia em 2013 e equilibrar o orçamento em 2016.

No entanto, o último comunicado da Comissão Europeia, divulgado na semana passada, diz que o país corre risco de ver seu déficit chegar a 5,1% em 2013 a não ser que sejam tomadas medidas além das já anunciadas. A Comissão Europeia prevê que a França deve crescer 0,6% em 2012.

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou hoje que o país vai acelerar o cronograma da sua consolidação fiscal e introduzir uma emenda para equilibrar o orçamento na sua Constituição, como parte de um acordo com a União Europeia. Berlusconi fez o anúncio durante uma entrevista coletiva à imprensa convocada para tentar abrandar os receios do mercado de que a Itália, terceira maior economia da zona do euro, será afetada pela crescente crise da dívida soberana que atinge o bloco.

O primeiro-ministro afirmou ainda que seu governo vai eliminar o déficit orçamentário em 2013, um ano antes do esperado. Ele disse que conversou com outros líderes europeus, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e decidiu divulgar o que a Itália planeja fazer. Segundo Berlusconi, a alta dívida pública da Itália é um legado do passado. Ele disse ainda que o "foco da especulação está em nós" e a Itália e seus parceiros da zona do euro precisam adotar medidas para bloqueá-la.

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O primeiro-ministro disse que o trabalho sobre a emenda constitucional vai começar imediatamente, com as comissões do Parlamento se debruçando sobre o projeto a partir da próxima semana. Essa e outras reformas devem ser aprovadas "em poucos meses, talvez em setembro". Berlusconi afirmou também que a Itália vai acelerar outras reformas, como a liberalização de setores fechados, a redução da burocracia e o afrouxamento das leis trabalhistas.

Berlusconi disse que todos os países têm trabalho a fazer, acrescentando que o os ministros de Finanças do G-7 vão se reunir no mês que vem em Marselha (França). Eles devem pavimentar o caminho para uma importante reunião de chefes de governo. As informações são da Dow Jones.

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