Tópicos | Data Popular

Apesar de sofrer alguns reveses nos últimos meses e estar no foco de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que poderá anular algumas de suas sentenças, sete entre cada dez brasileiros da classe C querem a continuidade da Operação Lava Jato. É o que mostra pesquisa inédita realizada pelo Instituto Data Popular, denominada Data Check-up Brasil, que tem foco na elaboração de pesquisas quantitativas, qualitativas e consultorias com o público das classes C, D e E, e obtida com exclusividade pelo Broadcast Político.

A mostra, realizada em 33 cidades brasileiras, dentre as quais 19 capitais, entre os dias 4 e 18 de setembro, com 1.020 pessoas com renda entre R$ 1.646,95 e R$ 4.144,67, indica que 74% dos pesquisados querem a continuidade da operação que investiga os desmandos e corrupção envolvendo a Petrobras, 21% defendem o seu término e 5% não souberam opinar. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos. O Data Popular informa que, de acordo com o IBGE, a classe C representa 51% da população brasileira.

##RECOMENDA##

Entre os que defendem a manutenção da Operação Lava Jato, 79% são mulheres, com 35 a 44 anos e ensino médio e superior completos. O porcentual que avalia a força-tarefa como ótima ou boa é de 51% e o que avalia como ruim ou péssima é de 27%.

A Lava Jato e a economia

A despeito do elevado apoio que essa operação tem na classe C brasileira, 43% dos entrevistados afirmaram que a Lava Jato prejudicou a economia do País. Em contrapartida, 38% dos entrevistados se mostraram otimistas com a aposta na melhoria do cenário econômico nos próximos meses; já 33% afirmaram que o cenário econômico tende a piorar. A mostra indica ainda que 53% acreditam que haverá avanço na renda pessoal.

Para a maioria dos pesquisados, 74%, a Lava Jato é um importante instrumento de combate à corrupção. Mesmo assim, 53% afirmaram que juízes e promotores utilizam a ação para perseguir adversários políticos. Para 42%, a força-tarefa dessa operação comete muitos excessos, impedindo que os denunciados tenham direto à ampla defesa.

O levantamento do Data Popular mostra ainda que a maioria dos entrevistados da classe C percebe corrupção nos três Poderes e no empresariado brasileiro. Quanto ao grau de corrupção, 92% opinaram que ele está muito presente no Legislativo, 86% no Executivo, 80% no Judiciário e 87% entre o empresariado.

Ao falar da importância da pesquisa, o gerente de Pesquisa e Inteligência de Mercado do Data Popular, Marcio Falcão Lopes, diz que o objetivo é "dar voz àquela que é a maior classe social brasileira". Ele destaca ainda que entender seu comportamento, hábitos de consumo e opiniões é fundamental. "Apesar de tamanha representatividade, essas pessoas ainda são pouco ouvidas e isso é fundamental para entendermos o contexto social e econômico atual"; afirmou.

O presidente do instituto de pesquisa Data Popular, Renato Meirelles, disse na manhã desta quinta-feira que a classe C irá continuar consumindo durante a crise e gastará, nesse período, cerca de R$ 1,35 trilhão. A afirmação foi feita na primeira edição do BRASILSHOP, na capital mineira, promovida pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

Segundo ele, como a Classe C emergiu de uma situação de crise, ela sabe transformar crises em momentos de oportunidades. Conforme o executivo, levantamentos recentes indicam que 92% da Classe C já estão fazendo economia no seu dia a dia; 81% estão comparando mais os preços; 65% estão se preparando para conseguir renda externa e 45% já possuem essa renda externa.

##RECOMENDA##

"Há uma percepção pessimista da Classe C com relação à situação econômica, mas eles se dizem otimistas com a vida pessoal. Porque eles têm a consciência de que a economia depende dos políticos, já a vida dele depende só dele e só trabalhando ele consegue reverter a situação", declarou. Além disso, conforme o instituto percebeu, a Classe C, nesse período de maior aperto, tem adquirido mais dinheiro e/ou cartão de crédito emprestado, comprando mais fiado, escolhendo as marcas e priorizando os gastos.

Nova Classe A e B

Meirelles também ressaltou que nos próximos anos, haverá uma mudança do perfil da Classe A e B. "Essas classes vão crescer mais do que a C. São pessoas que têm bolso de Classe A e B, mas cabeça de C. Serão mais exigentes e mais resistentes à crise", declarou. Dados do Instituto Data Popular mostram que, em 2014, 23% da população é de classe alta; 56% média e 21% baixa. Para 2014, os porcentuais passarão para 34% alta; 58% média e 8% baixa.

A maior parte dos brasileiros tem a sensação de que a vida melhorou nos últimos anos, mas quer mais. Três mil entrevistados ouvidos em todas as regiões do País avaliam mal os serviços públicos, querem mais qualidade e preferem uma melhora nos serviços a uma redução da carga tributária. É o que revela a pesquisa "A relação dos brasileiros com os serviços públicos", realizada pelo Data Popular e divulgada nesta quinta-feira, 24.

Para 67% dos brasileiros a vida melhorou no último ano e esse avanço foi fruto do esforço pessoal (52%) e de Deus (31%). Apenas 2% creditam a melhora de vida ao governo. O restante das respostas se divide entre família (13%), sorte (1%) e patrão (1%). A resposta já indica o desencontro entre a percepção sobre a vida e a vida pública: enquanto quase 70% avaliam que a vida melhorou no último ano, a porcentagem cai para 44% na avaliação sobre o progresso do País. Os insatisfeitos com o rumo do Brasil são maioria: 57% avaliam que o País não está no caminho certo e 36% pensam o contrário. Apesar da percepção negativa com relação ao Brasil, 85% dos ouvidos acreditam que a vida vai melhorar no próximo ano.

##RECOMENDA##

"A pesquisa deixa claro que os brasileiros estão chamando para si a responsabilidade pela melhora de vida e esperam um governo que seja plataforma para esse avanço, por isso defendem que educação gratuita e saúde gratuita sejam oferecidas", avalia o presidente do Data Popular, Renato Meirelles.

Entre os entrevistados, 81% utilizam educação pública, 75% dependem de hospitais públicos e postos de saúde e 59% são usuários de transporte público. A maioria (56%) ainda aposta que as políticas do governo são as principais formas para garantir direitos e também é maioria o grupo que apoia que o governo atue com força na economia para evitar abusos de empresas (61%).

Em sua maioria, os entrevistados disseram ser favoráveis à oferta gratuita de serviços públicos - desde hospitais (91%) até internet (54%), passando por educação, universidade, creche, remédios e transporte. Mas não basta gratuidade, é preciso também melhorar a qualidade da oferta. A nota dada pelos entrevistados para a segurança é a mais baixa: 3,64. A situação não melhora na avaliação da educação pública (4,56), saúde (3,73) e transporte (3,87).

"Percebemos na pesquisa que, em geral os brasileiros avaliam melhor os serviços privados do que os serviços públicos", complementa Meirelles.

Tamanha é a insatisfação com os serviços entregues atualmente, que apesar de 78% concordarem com a afirmação de que hoje os impostos são mais altos do que deveriam ser, 81% prefeririam uma melhora nos serviços públicos a impostos menores. Só 18% optariam pela redução da carga tributária em detrimento da melhora nos serviços.

Os entrevistados foram ouvidos em 53 cidades de todas as regiões do Brasil, com pesquisa feita entre todas as faixas de renda. A margem de erro é de 1,8 ponto porcentual.

Se a classe C brasileira fosse um país, seria o 12º mais populoso do mundo e o 18º em consumo. Viagens, eletrônicos e móveis para a casa estão no topo da lista de desejos deste grupo, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (18), pela Serasa Experian e pelo instituto Data Popular. Formada por 108 milhões de pessoas que gastaram R$ 1,17 trilhão e movimentaram 58% do crédito no Brasil no ano passado, a classe C brasileira representa hoje 54% da população do País e em 2023 a estimativa é de que essa fatia suba para 58%, chegando a 125 milhões de pessoas. Em 2013, esse grupo representava 38%.

O estudo considera classe média a família com renda mensal per capita de R$ 320,01 a R$ 1.120 e apresenta quatro perfis do consumidor: os "batalhadores" formam o maior grupo e são os que mais consumiram em 2013: R$ 388,9 bilhões. Os idosos "experientes" da classe C gastaram R$ 274 bilhões, mais que os jovens "promissores", que consumiram R$ 230,8 bilhões. Os "empreendedores" são a menor fatia, mas têm maior renda per capita e gastaram R$ 276 bilhões.

##RECOMENDA##

Mais de 30 milhões de pessoas se enquadram na categoria dos "batalhadores" e representam 39% da classe C. A média de idade é de 40,4 anos. A maioria é solteira (72%) e quase a metade tem carteira assinada (49%) e ensino fundamental completo (48%). O emprego é visto por eles como o caminho para a estabilidade e o estudo como oportunidade de ascensão social dos filhos.

Mesmo aposentados, os "experientes" continuam no mercado de trabalho para manter o padrão de consumo. O grupo com idade média de 65,8 anos é o que menos acessa a internet (7%). Dos 20,5 milhões de "experientes", 41% são viúvos, 36% autônomos e 90% chegaram apenas até o ensino fundamental.

O grupo dos "promissores" é o mais jovem e o mais conectado, o qual representa 19% da classe C, com idade média de 22,2 anos. Do total de 14,7 milhões, 95% são solteiros, 72% acessam a internet e a maioria tem ensino médio completo (59%) e emprego com carteira assinada (57%). Eles veem no crédito a oportunidade de melhorar de vida, mas 51% admitem já ter pedido o controle das contas.

Os "empreendedores" formam o menor grupo, mas têm mais escolaridade e maior renda per capita. Representam 16% do total, com 11,6 milhões de pessoas e idade média de 43 anos. Mais da metade (60%) acessa a internet, 43% têm carteira assinada e 19% concluíram o ensino superior. Atualmente, a maior parte da classe C vive na região Sudeste (43%), seguida por Nordeste (26%), Sul (15%), Centro-Oeste (8%) e Norte (8%).

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando