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Nesta sexta-feira (3) é celebrado em todo o Brasil o Dia Nacional do Biólogo. A data foi instituída em memória ao dia em que a profissão foi regulamentada, em 3 de setembro de 1979, quando também  foi criado o Conselho Federal de Biologia (CFBio). De acordo com o órgão, cerca de cinco mil novos profissionais se formam em cursos de licenciatura e bacharelado em ciências biológicas todos os anos no país.

Este é o caso de Carlos Stênio, biólogo com formação pela Universidade Guarulhos (UNG) e autor do livro “Diário de um Biólogo: Diversidade”. Ele afirma que há pessoas que pensam que biólogos são apenas aqueles que trabalham com animais, porém, vai muito além disso. “Existem biólogos em sala de aula, em campo, em laboratórios produzindo vacinas [contra a Covid-19, por exemplo], fazendo educação ambiental, e arriscando suas vidas salvando animais nas queimadas da Amazônia e Pantanal”, esclarece.

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Vale lembrar que não é de hoje que os profissionais da área da biologia contribuem com seu trabalho para o mundo, como os milhares de profissionais importantes que estão realizando divulgações científicas e lutando contra o negacionismo no Brasil. Stênio conta que existem diversas figuras do passado, que foram responsáveis por moldar gerações com suas descobertas. “Desde Charles Darwin [1809 – 1882], que apresentou sua teoria da seleção natural e marcou a história da ciência no mundo, até Louis Pasteur [1822 – 1895], que foi responsável pela redução da mortalidade e a criação da primeira vacina contra a raiva [vacina antirrábica]”, relembra o biólogo.

Essas grandes referências reforçam que a Biologia é uma profissão muito ampla. Segundo o especialista, nesta profissão é possível trabalhar com animais, lecionar  em escolas e faculdades, realizar contribuições em laboratórios, salvar o meio ambiente, ser escritor, redator e até roteirista de filmes e desenhos animados. “As pessoas precisam conhecer todas as vertentes da ciência. A melhor forma de criar possíveis cientistas é mostrando que a biologia é uma área necessária, importante, que tudo na sua vida depende dela, que vai muito além de trabalhar apenas com animais”, explica.

Por conta das diversas opções no mercado de trabalho no campo da biologia, existem inúmeros exemplos curiosos de produções de cinema e desenhos que tiveram o auxílio desses profissionais. “Atualmente, é bem comum biólogos produzirem filmes, como por exemplo, o live-action de ‘Rei Leão’ [2019] ou ‘Procurando Dory’ [2016] da Pixar. Além disso, há também Stephen Hillenburg, biólogo marinho, criador do desenho Bob Esponja. Biologia é o estudo da vida. Você estuda basicamente tudo: rochas, fósseis, animais extintos, corpo humano, flores e etc. Por isso é uma área com milhares de possibilidades”, admite o biólogo.

Relevância de uma data histórica

Stênio conta que no atual cenário de pandemia, a profissão de biólogo está em voga e gera comentários, mas nem sempre foi assim, já que a ciência possui pouca valorização no Brasil. “A relevância dessa comemoração é principalmente para mostrar que estamos aqui, lutando pela ciência e combatendo fake news diariamente. Mesmo com a baixa valorização e essa moda de negacionismo científico, com pessoas duvidando da ciência, deixando de se vacinar, espalhando notícias falsas pelo WhatsApp. Atualmente, é mais um grito de resistência do que uma comemoração”, finaliza o biólogo.

 

 

O Prêmio Nobel de Química de 2018 foi para três pesquisadores que transformaram a teoria da evolução natural, de Charles Darwin, em ferramenta para acelerar o desenvolvimento de fármacos e outros produtos biotecnológicos em laboratório.

Os laureados foram a americana Frances Arnold, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech); o também americano George Smith, da Universidade do Missouri; e o britânico Greg Winter, do Laboratório de Biologia Molecular do Conselho de Pesquisas Médicas (MRC) do Reino Unido.

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A teoria evolutiva concebida por Darwin ainda no século 19 tem dois componentes fundamentais: variabilidade genética e seleção natural. O que os cientistas laureados com o Nobel de Química deste ano fizeram foi empregar esses mesmos princípios, que Darwin usou para explicar a evolução de plantas e animais na natureza, para acelerar a evolução de moléculas in vitro.

Na técnica que rendeu o premio a Frances Arnold, mutações genéticas aleatórias são usadas para produzir grande variabilidade de enzimas, que depois são selecionadas e remodeladas para executar uma função específica da forma mais eficiente possível - por exemplo, acelerar reações químicas necessárias para fabricar um fármaco ou biocombustível.

É um processo evolutivo igual ao que ocorre com moléculas na natureza, só que feito de forma acelerada e controlada no laboratório - "evolução dirigida in vitro", como dizem os pesquisadores. "As enzimas que encontramos na natureza nem sempre têm a eficiência que gostaríamos, então fazemos esse melhoramento", explica Arlene Corrêa, da UFSCar.

No caso do "phage display", os cientistas utilizam vírus como plataformas para criar uma grande variedade de "encaixes moleculares", que os anticorpos podem utilizar para se acoplar a uma molécula específica (por exemplo, uma proteína da membrana de células tumorais). Um processo seletivo é então usado para escolher os anticorpos mais eficientes e específicos contra aquele alvo.

A técnica foi inventada por George Smith em 1985 e usada por Greg Winter, no início dos anos 2000, para desenvolver novos medicamentos à base de anticorpos - como o adalimumab, usado no tratamento de doenças autoimunes. E muitos outros depois disso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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