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Um dia depois da invasão, os 300 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) que ocupavam a Fazenda Santo Henrique, da Cutrale, em Borebi, deixaram a área no final da tarde desta quinta-feira. O movimento decidiu acatar uma liminar de reintegração de posse dada no dia anterior pelo juiz da 2ª Vara Cível de Lençóis Paulista, Mário Ramos dos Santos, em favor da Cutrale. Uma tropa da Polícia Militar de Bauru acompanhou a saída dos sem-terra. Segundo a PM, a desocupação ocorreu sem incidentes. A Polícia Civil realiza uma perícia no local para verificar possíveis danos.

Esta é a quinta invasão da fazenda nos últimos quatro anos - em 2009, os invasores usaram um trator para derrubar 12 mil pés de laranja. O MST alega que os 2,6 mil hectares são terra pública. A propriedade é objeto de ação reivindicatória movida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No dia 10 de julho, a Justiça Federal bloqueou a matrícula da fazenda, acatando pedido de tutela antecipada feita pelo Incra, por meio da Advocacia Geral da União (AGU). A medida impede qualquer transação com o imóvel até o julgamento final do processo.

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O Movimento dos Sem-Terra (MST) decidiu retardar o cumprimento da ordem judicial de desocupação da Fazenda Santo Henrique, da indústria de sucos Cutrale, invadida desde domingo por 300 militantes. O prazo de 24 horas dado pela Justiça de Lençóis Paulista para devolver a posse do imóvel à empresa venceu às 18 horas desta terça-feira, mas os sem-terra decidiram ficar uma noite a mais na propriedade. A ordem judicial estipulou multa diária de R$ 500 para cada invasor em caso de descumprimento. Segundo o MST, as famílias deixam a fazenda na manhã de quarta-feira, 5, e seguem para um ato político no centro de Bauru.

Em nota, o MST informou que o recente assassinato do indígena terena Oziel Gabriel, no município de Sidrolândia (MS), trouxe à tona um conflito permanente no campo, envolvendo o agronegócio, a reforma agrária e a demarcação das terras indígenas. "Os sem-terra acreditam que é necessário recolocar a reforma agrária no centro do debate político", informa. De acordo com o movimento, as famílias acampadas na fazenda da Cutrale foram ameaçadas por pistoleiro na segunda-feira. Dois homens foram até o portão da empresa e um deles saiu do carro com um capuz preto e uma arma na cintura, tentando entrar à força na fazenda. A Polícia Militar informou desconhecer a ameaça e que mantém rondas com viaturas na região.

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Nova invasão

Integrantes do MST da Base e do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast) invadiram nesta terça-feira a Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, em Junqueirópolis. É a sexta fazenda invadida por grupos de sem-terra desde domingo no interior de São Paulo. Duas propriedades foram desocupadas - as fazendas Santa Maria (Rancharia) e Pauliceia (Rinópolis) . A Justiça também determinou a desocupação da Fazenda Esperança, em Iepê, mas no início da noite os sem-terra mantinham a invasão. Também continuava invadida a Fazenda Floresta, em Marabá Paulista.

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