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Os conservadores croatas, liderados pelo primeiro-ministro Andrej Plenkovic, reivindicaram uma "grande vitória" nas eleições legislativas deste domingo e ficaram em uma posição confortável para formar um novo governo de coalizão que deverá enfrenta a pandemia do coronavírus e suas consequências econômicas.

As previsões apontavam para uma votação apertada em meio ao aumento dos casos de coronavírus, mas o partido conservador HDZ de Plenkovic conseguiu convencer os eleitores a permanecerem fiéis a um grupo que domina a vida política desde a independência em 1991.

Os conservadores obtiveram uma clara vantagem sobre seus principais rivais na coalizão de centro-esquerda liderada pelos social-democratas de Davor Bernardic (SDP). O HDZ conquistou 68 cadeiras na assembleia de 151 membros, seguida pela coalizão de centro-esquerda, com 42 parlamentares, de acordo com resultados oficiais, com quase 90% dos votos contados.

Em terceiro lugar, com 15 cadeiras, está o novo partido "Movimento da Pátria", liderado por Miroslav Skoro, um cantor popular que apelou para a extrema direita, com uma retórica nacionalista. "Nossa vitória não é apenas ótima, mas vinculante", disse Plenkovic a seus seguidores. "Tivemos um mandato difícil, cheio de desafios, mas os desafios que temos pela frente são ainda maiores".

Resultados preliminares sugerem que o HDZ não conquistou a maioria absoluta do poder legislativo e, por esse motivo, seus principais líderes já iniciaram conversações com oito legisladores representando minorias étnicas. O ministro do Meio Ambiente, Tomislav Coric, disse esperar que o partido no poder defina os parceiros da coalizão nos próximos dias.

Existem "opções políticas próximas a nós, de um ponto de vista ideológico e programático", disse à televisão local.

- "Muitas coisas devem mudar" -

Andrej Plenkovic, de 50 anos, apostou que a difícil situação que está por vir incentivasse os eleitores a permanecerem fiéis a um partido no poder desde 2016. "É necessário fazer eleições sérias e não política para políticos", disse o primeiro-ministro. "A Croácia não precisa de experimentos como com Bernardic ou Skoro".

O partido no poder destacou suas ações diante da crise de saúde. Este país dos Balcãs, membro da União Europeia, tem cerca de de 110 mortos e 2.800 casos para um total de 4,2 milhões de habitantes. No entanto, há duas semanas, após saldos baixos ou quase nulos, o país começou a registrar algumas dezenas de casos diários.

Davor Bernardic, de 40 anos, acusa o governo de "ter colocado a Croácia em perigo deliberadamente", ao decidir levar adiante as eleições durante a pandemia. Andrej Plenkovic, entretanto, defendeu essa decisão, depois de depositar sua cédula.

Era melhor realizar as eleições "o mais rápido possível", pois os especialistas prevêem que a situação da saúde poderá ser "mais perigosa no outono". A oposição também aproveitou a ocasião de uma série de escândalos envolvendo o HDZ para denunciar "o caminho da corrupção".

"Propomos mudanças claras para um novo começo na Croácia", disse o social-democrata ao votar. Miroslav Skoro, de 57 anos e ex-membro do HDZ, que seduz a ala direita do partido conservador decepcionada com as políticas moderadas de Andrej Plenkovic, afirmava ser "a única garantia de mudança".

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