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Aquela roupa que você usava muito parece apertada? Acha que ganhou peso? Está suando mais do que antes? Você não está sozinho nessa. Estudo do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE) mostrou que mais de 60% da população adulta está acima do peso. Os dados foram coletados em 2019 e, com a pandemia, academias fechadas e quarentena dentro de casa, a tendência é piorar.
##RECOMENDA##Um lanchinho aqui, outro ali e, de repente, uns quilos a mais aparecem na balança. Foi o que aconteceu com Rebeca Rocha, universitária. Segundo a jovem, a rotina corrida se transformou subitamente em longos dias parada em casa. “Eu acordava cedo de manhã para ir para faculdade, almoçava correndo para chegar cedo no meu estágio, ficava lá até a noite e chegava em casa tinha que estudar o que eu tinha aprendido durante o dia. Quando começou a pandemia eu fiquei em casa, tive mais tempo ocioso, mais tempo pra comer besteira e por isso eu engordei. Eu não saía dos 50kg e quando fui me pesar, eu estava com 54kg”, contou a estudante.
O peso extra pode ser causado pela má alimentação, falta de exercícios e até mesmo por motivos psicológicos, alertou a nutricionista Brena Filgueiras. Segundo ela, muitas pessoas usam a comida como alívio quando estão diante de uma situação nova e estressante, como a pandemia de covid-19.
“O fato de você estar em casa e não estar socializando como fazia antes, entre família, amigos, passeios, causa essa sensação de impotência, solidão. A gente sempre coloca nossas emoções em alguma coisa e a grande maioria está colocando no alimento. É como se a gente estivesse gastando a emoção, a sensação de estar preso, na comida”, esclareceu.
Estressadas, as pessoas aumentam o consumo de açúcar e chocolate, pois causam satisfação. “Doces liberam uma substância chamada tirosina, que estimula a liberação de endorfina, a substância do prazer. A endorfina faz com que tu te sintas realizado”, explicou.
O hormônio do prazer é liberado ao malhar, ter relações sexuais, comer e ingerir bebibas alcólicas. Porém, como algumas dessas coisas estão difíceis de se fazer, as pessoas focam no que dá: comida e álcool. “Tu consegues camuflar essa sensação de estar preso, de confinamento, descarregando nos doces e na bebida”, informou.
O consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar e gordura pode causar problemas cardiovasculares, cerebrais e provocar doenças como diabetes e obesidade. O nutricionista do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência de Ananindeua, Paulo Guimarães, dá dicas sobre comer de forma mais saudável: “Inclua alimentos ricos em proteínas na sua rotina, por exemplo: ovos, frango, peixe e carnes. Inclua frutas, verduras e legumes da época. Antes de pensar na exclusão de vários tipos de alimentos, pense na inclusão daqueles essenciais que não estão fazendo parte da rotina”, orientou.
Já para os casos mais graves, quando há o diagnóstico de obesidade, o indicado é consultar um endocrinologista, informou a médica Mônica Maués Cavallero. “A base do tratamento é a mudança de estilo de vida. Não há sucesso se não houver mudança na qualidade e quantidade da alimentação, atividade física. Manejo do estresse e melhora do sono também fazem parte da mudança para uma vida saudável, que automaticamente previne obesidade”, esclareceu.
Em certos casos, também pode ser feito o uso de remédios, mas, para isso, um médico deve ser consultado, pontuou a endocrinologista. “Os medicamentos vêm como aliados no processo. Ajudam no controle da fome e da saciedade. São seguros mas precisam de uma avaliação médica adequada para que a prescrição seja de acordo com o perfil do paciente”, explicou.
Por Sarah Barbosa.