A Polícia Civil de Pernambuco cumpriu, na última terça-feira (23), mandados de prisão contra 15 pessoas suspeitas de participarem do comércio ilegal de armas de fogo, entre elas três guardas municipais da cidade do Recife. Segundo as investigações, o grupo comprava legalmente as armas em lojas autorizadas e depois danificavam os seus identificadores para que, assim, pudessem vende-las para facções criminosas.
A operação policial, que foi denominada de Rainha das Armas devido umas das líderes do grupo ser uma mulher, identificou que o esquema criminoso também repassava armas de alto calibre, como alguns tipos de metralhadoras, para as facções.
##RECOMENDA##De acordo com o delegado Álvaro Grako, titular da Delegacia de Repressão aos Rubos e Furtos, os líderes cooptavam guardas municipais e policiais, que “tinham facilidade junto à Polícia federal e ao Exército para adquirir as armas”. O delegado revelou que a investigação apreendeu 20 armas, no entanto, o número de armamentos, que ainda circulam entre criminosos, pode ser maior.
Foto: Divulgação/PCPE
A mulher, líder do esquema, mora com o seu marido, que também foi preso na operação, em uma residência no bairro do Barro, na Zona Oeste do Recife. No local, também funciona uma casa de bronzeamento artificial, na qual ela é proprietária. Definida pelo delegado Álvaro Grako como uma mulher “articulada” e “inteligente”, ela já tinha um processo pelo crime de estelionato no estado de São Paulo, onde morou por muitos anos.
No momento da prisão do casal, o companheiro da mulher ainda chegou a jogar 1,3 quilos de cocaína no telhado da casa, porém a polícia conseguiu recuperar a droga. O suspeito, que já foi preso com armas duas vezes, atualmente estava em liberdade, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.
Além da descoberta da participação dos suspeitos no comércio de armas de fogo, a Polícia Civil aponta que o grupo era envolvido em um esquema da tráfico de drogas, no qual pessoas eram recrutadas para comprarem as substâncias em São Paulo e as revenderem em Pernambuco.
Prefeitura do Recife se manifesta
Através de nota, a Prefeitura da Cidade do recife (PCR) informou que os três guardas municipais foram afastados temporariamente das suas funções até que as investigações da Polícia Civil sejam concluídas. Além disso, revelou que a Corregedoria da Guarda Municipal vai abrir procedimentos administrativos disciplinares contra os suspeitos para apurar suas participações na Operação deflagrada pela polícia.
Durante o período em que os servidores estiverem presos serão cortadas as eventuais gratificações e benefícios inerentes ao cargo. E, caso, após as autoridades confirmarem o desvio de conduta dos agentes, eles serão demitidos.