Tópicos | Cirurgião buco-maxilo-facial

No universo dos famosos, a busca pelo estereótipo perfeito é uma corrida vivida por muitos deles, mas quem nunca desejou mudar algo em seu corpo? Uma das técnicas que tem recebido bastante adesão nos últimos anos é a bichectomia, método que reduz as bochechas, afinando a face e realçando as maçãs do rosto. O procedimento tem sido buscado por várias pessoas e, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2014, foram realizadas cerca de dez bichectomias por mês. No entanto, no ano seguinte esse número triplicou. Já em 2016, são realizadas mensalmente pelo país mais de 40 cirurgias do tipo.

“É um procedimento, na grande maioria das vezes, estético, onde o paciente quer afinar um pouco o rosto para evidenciar mais a região do osso zigomático, mais popularmente conhecido como maçãs do rosto, e também deixar mais definidos os limites da mandíbula. Então a finalidade é afinar o rosto com a remoção da gordura que se tem dentro das bochechas”, explicou o cirurgião dentista buco-maxilo-facial, André Vajgel, da Associação Brasileira de Odontologia. 

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O procedimento

Durante o procedimento, é retirada parte da gordura pertencente à bola de Bichat que possui quatro lóbulos. Apenas parte dela é retirada por medida de segurança e para que posteriormente, na velhice, o rosto do paciente não fique desarmônico. “É feita uma incisão dentro das bochechas e a retirada não é feita por inteiro, porque a gente tem que pensar que esse paciente vai envelhecer e com isso ele vai deixando de absorver gordura. Então, os ossos da face vão ficar ainda mais à mostra, marcando mais essas regiões. Com isso, o aspecto, com o passar do tempo, vai ficando desarmônico”, pontua. Essa questão é apontada como a principal desvantagem da cirurgia, mas, para isso, os cirurgiões precisam ser o mais conservador possível. 

De acordo com Vajgel, no momento em que o paciente busca a realização da cirurgia, é feita uma avaliação com o cirurgião buco-maxilo-facial para constatar se realmente há indicação, visto que o paciente pode querer um resultado que, com o procedimento, não será possível alcançar. “Essa febre da bichectomia se deu depois que algumas artistas famosas realizaram o processo, como é o caso de Angelina Jolie, Madonna, Jennifer Lopez, então viralizou esse tipo de procedimento. No entanto, a gente só indica após a realização de avaliação”, detalha. Por conta disso, exames de imagens são solicitados para que seja possível ter um panorama melhor sobre o caso específico do paciente, afinal, podem haver situações em que as bochechas crescem à medida que o indivíduo engorda, no entanto, ao emagrecer elas regridem. Para essas pessoas, a cirurgia não teria o efeito desejado. “É necessário avaliar se é excesso de gordura subcutânea ou se realmente é da bola de Bichat”, detalha. 

A cirurgia não tem retorno, ou seja, uma vez realizada, a região das bochechas afinará, afinal, as bolas de Bichat não retém a gordura adquirida com o ganho de peso, pois essas são retidas na região subcutânea. 

Cirurgia

“É um procedimento cirúrgico que pode ser feito sob anestesia local ou anestesia local e sedação em um bloco cirúrgico, mas geralmente é feito no consultório – no caso de anestesia local. Vai depender do paciente”, explica Vajgel.

Ainda de acordo com o cirurgião, o procedimento dura cerca de 40 minutos e em três a cinco dias o paciente já poderá voltar ao trabalho normalmente. No caso da prática de exercícios físicos, estes podem ser feitos após 15 dias. No entanto, esse período de recuperação vai variar entre os pacientes, pois a região pode ficar um pouco inchada e arroxeada. 

Custo

O local onde a cirurgia será realizada e o tipo de anestesia é o que vai determinar os custos do procedimento que podem variar de R$ 3 mil a R$ 5 mil. Caso o paciente opte por fazer em bloco cirúrgico, será necessário desembolsar o pagamento do hospital e anestesista.  

Riscos

É primordial que o procedimento seja realizado por um profissional especialista, afinal, juntamente à bola de Bichat há nervos e isso aumenta as chances de possíveis paralisias caso a incisão não seja feita no local adequado. Outro motivo pelo qual essa bola de gordura não é retirada completamente é para que fique uma margem de segurança de distância dos nervos. 

Caso seja afetada alguma dessas regiões, o paciente poderá ter paralisia facial temporária ou permanente. 

Confira quem pode ou não receber o procedimento cirúrgico e como ele é feito:

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