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O Presídio de Itaquitinga, na Mata Norte do Estado, registrou uma apreensão de celular na manhã desta quarta-feira (16). É a primeira vez que ocorre uma apreensão do tipo no presídio mais moderno de Pernambuco, inaugurado em junho de 2018.

O aparelho estava com o detento José Florêncio de Lima, de 48 anos. Segundo a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), os agentes penitenciários encontraram o objeto na revista realizada após o detento sair de atendimento com sua advogada.

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José Florêncio e a advogada foram encaminhados à Delegacia de Itaquitinga para as providências cabíveis. O detento também será submetido ao Conselho Disciplinar da unidade.

O Centro Integrado de Ressocialização (CIR) de Itaquitinga, nome oficial da unidade, é de segurança máxima e tem o objetivo de servir de modelo de boa gestão e ressocialização. Durante o evento de inauguração, a Seres afirmou que as celas não possuem tomadas e que não há sinal de telefone no local.

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O Governo de Pernambuco oficializa nesta segunda-feira (17) a doação de uma unidade do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga (CIR-Itaquitinga), na Mata Norte do Estado, para o Governo Federal. O contrato será assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB) e o evento contará com a presença do ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, e o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

Será doada a Unidade de Regime Fechado de Internação do presídio de Itaquitinga. Ela será a primeira unidade carcerária federal em Pernambuco e a maior do Brasil. A União ficará responsável pela administração e manutenção a instalação.

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Em junho, o governo estadual entregou a primeira parte do CIR. Foram investidos 10 milhões para a conclusão da primeira unidade, com capacidade para mil presos. Atualmente, o local possui 242 detentos. O projeto do CIR prevê um total de cinco instalações.

Foi inaugurada, na manhã desta sexta-feira (15), a primeira unidade do Centro Integrado de Ressocialização (CIR) de Itaquitinga, prisão mais moderna no Estado, localizada na Mata Norte pernambucana. Incapaz de solucionar o crítico problema da superlotação no Estado, que cresce em torno de 200 detentos por mês, a unidade quer ao menos agir como modelo de boa gestão e ressocialização. E o governo garantiu e repetiu durante toda a manhã de cerimônia: a capacidade máxima de presos será respeitada.

O CIR, mesmo só sendo inaugurado agora, já viveu uma verdadeira novela. As obras deveriam ter começado em 2009, mas isso só ocorreu em 2010. Em 2012, as obras foram paralisadas. Só em março de 2016, o governo decretou a caducidade do contrato de Parceria Público Privada (PPP), alegando que a empresa responsável pela construção faliu. Foram investidos R$ 10 milhões para a conclusão da primeira unidade.

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A estrutura possui uma área construída de 1000 m², contando com pavilhão para os presos que exercem atividades laborais, 12 salas de aula - as aulas só devem começar em 2019 -, áreas jurídicas e de saúde, refeitório, instalações para a Polícia Militar e oito guaritas. Algumas salas ainda acumulam equipamentos e carecem de organização. As celas não possuem tomadas, não há sinal de celular no local e os sistemas como chuveiro e torneira são embutidos. Na área ambulatorial, há um espaço para banho de sonho de detentos doentes.

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“Não vai mais haver isso de presos circulando dentro das muralhas, sem roupa adequada. Vão ficar recolhidos em suas celas, saindo para a hora da refeição, escola, atividade laboral e banho de sol. Tudo isso dentro da unidade fechada. Não temos muralha, temos alambrado porque os presos não vão sair”, disse o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. O secretário continua: “Não haverá superlotação. Também não haverá a cultura do chaveiro [preso que tem as chaves das celas e controla o circular dos demais], nem presos portando, brincando com armas. Isso acabou”. A unidade terá a direção de Nickson Monteiro, que está ligado à secretaria há 24 anos, tendo ocupado o cargo de vice-diretor da Penitenciária Barreto Campelo entre 1994 e 1998.

Na próxima segunda-feira (18) devem chegar os primeiros 50 presos oriundos da Penitenciária Barreto Campelo e do Complexo Prisional do Curado. De acordo com o secretário executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues, os primeiros detentos a chegar mostram uma maior capacidade de conseguirem ser ressocializados e estarão perto de progredir para o regime semiaberto. A unidade deverá alcançar sua capacidade máxima de mil presos em julho deste ano. A conclusão da obra foi confirmada pelo governador Paulo Câmara (PSB) ainda em janeiro deste ano. Na ocasião, Pedro Eurico garantiu que o presídio seria ocupado imediatamente, o que não ocorreu. “Tivemos que fazer ajuste no processo construtivo e na questão do monitoramento eletrônico. Tudo isso demanda tempo. No estado as coisas não podem ser resolvidas de forma simples. Tudo tem processo licitatório”, ele se justificou nesta sexta-feira.

Cozinha

Ao todo, 22 presos concessionados, do regime semiaberto, serão responsáveis pela alimentação dos detentos do CIR, sendo 8 trabalhando na padaria e 14 na cozinha. Os presos terão café da manhã, almoço e janta com cardápio variado, tendo dias com frango, feijoada, carne bovina e carne moída.

O local da cozinha é espaçoso. Segundo Pedro Eurico, na época da PPP ele foi pensado para ser escola de formação para cozinha até de jovens da região. O secretário não descarta retomar a ideia.

Segurança

Pedro Eurico também destaca que não haverá revista vexatória aos parentes dos presos. Os familiares terão um cadastro com biometria para passar pelas catracas da entrada. Além disso, eles passarão por um body scan, equipamento de revista que custa R$ 700 mil. Atualmente Pernambuco tem sete desses equipamentos e mais quatro devem chegar.

O Presídio de Itaquitinga tem a sala de monitoramento mais moderna do sistema prisional de Pernambuco. São 126 câmeras, com boa capacidade de zoom, gerenciadas por agentes penitenciários.

Parcerias

Apesar do fracasso da PPP, o sonho da parceria privada não cessou. O que a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos quer agora é que empresas se instalem na unidade, oferecendo trabalho para os reclusos. “As empresas têm vantagem. Não pagam obrigação social, não recolhem FGTS, nem 13º salário, vale transporte ou férias. O preso recebe pela jornada de oito horas um salário mínimo”, explica Pedro Eurico. O governo diz já estar conversando com algumas companhias.

Agentes penitenciários

Nesta mesma manhã, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp), João Carvalho, criticou a realocação dos agentes para o Presídio de Itaquitinga. “No lugar de ter alocado pessoal de concurso, o Estado retirou de unidades já fragilizadas e com déficit, provocando, assim, transtornos à segurança de serviços nas outras unidades prisionais. Vocês já estão sabendo dos motivos se acontecerem problemas em outras unidades por fugas ou motins e rebelião”, afirmou Carvalho. Foram realocados 49 profissionais.

 

Pedro Eurico criticou o líder do sindicato e rebateu as acusações. “Nós temos 23 unidades penitenciárias. Fizemos um remanejamento absolutamente criterioso. João Carvalho não tem preocupação com o sistema prisional. Por outro lado, estamos concluindo um concurso para novos agentes. Dois anos atrás, convocamos 200 assistentes de ressocialização para dar suporte na unidade prisional”, rebateu. O concurso deve ser concluído até dezembro de 2018 e formar 340 agentes. 

 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) abriu inquérito civil para investigar possível crime de improbidade administrativa envolvendo a construção do Centro Integrado de Ressocialização (CIR) de Itaquitinga, Zona da Mata Norte do Estado. Segundo portaria, há suspeitas de desvio de dinheiro público.

O caso é acompanhado pela promotora Luciana Macial Dantas Figueiredo, da 44ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital. O MPPE já havia iniciado o procedimento preparatório de investigação, que, após o fim do prazo, deve ser arquivado, virar ação civil pública ou convertido em inquérito civil.

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De acordo com a promotora, há necessidade de abertura de inquérito para analisar o conjunto de documentação reunida na fase anterior. Ela também solicita que o Ministério Público de Contas repasse informações sobre auditoria realizada na obra do presídio. A investigação ocorrerá sob sigilo.

A unidade, com capacidade para cinco mil presos, começou a ser construída em 2010 através de uma Parceria Público-Privada (PPP). A empresa concessionária Advance Construções e Participações Ltda, que comandava os trabalhos, teria falido em 2012. O governo assumiu as obras, retomando os trabalhos em janeiro de 2016. 

Até o final de 2018, o Governo de Pernambuco pretende abrir sete mil vagas em presídios. A informação foi dada pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, em coletiva sobre o edital de licitação das obras da URSA-2, uma das cinco unidades prisionais do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga (CIR), na Zona da Mata Norte do Estado. As vagas serão divididas nas unidades do CIR e dos presídios de Araiçoiaba, Garanhuns, Palmares e Tacaimbó. 

"O governo Paulo Câmara fará o maior programa de vagas no sistema penitenciário de Pernambuco", disse Pedro Erico. A expectativa é que a assinatura do contrato com a nova empresa seja realizado no prazo de dois meses, com o funcionamento da unidade iniciando ainda no final do primeiro semestre de 2018. O custo estimado para a conclusão da URSA-2, que já está em mais de 60% das obras concluídas, é de aproximadamente R$ 15 milhões. 

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A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos destaca que o projeto inicial do CIR previa a construção de duas unidades de regime semiaberto e outras três de regime fechado. O projeto sofreu alterações e todas as unidades prisionais do complexo vão receber detentos em regime fechado. A modificação gerou aumento de vagas, passando de 650 para mil cada uma.

A URSA-1, primeira unidade do complexo, teve as obras retomadas em dezembro de 2016 e deve ser concluída no segundo semestre deste ano. Segundo a secretaria, os esforços da bancada pernambucana no Congresso Nacional são responsáveis por alocar recursos na ordem de R$ 60 milhões destinados ao CIR. "Os recursos deverão ser liberados com os esforços da bancada junto ao Ministério do Planejamento ainda este ano, para que sejam tocadas as obras das unidades três e quatro de Itaquitinga. A conclusão do CIR é prioridade para o Governo do Estado", afirmou o secretário.

Investimentos - A pasta lembra que em dezembro de 2016 foi registrado o repasse do Governo Federal à secretaria para a construção de unidades e modernização do sistema penitenciário, no valor de R$ 44,7 milhões. Do total, R$ 31,9 milhões serão destinados à conclusão das URSAs 1 e 2 e à construção de um novo presídio em Palmares, com capacidade para cerca de 600 presos. O valor restante, R$ 12,8 milhões, será voltado para a aquisição de equipamentos de segurança.

Um grupo de pequenos fornecedores da obra do Centro Integrado de Ressocialização (CIR) Itaquitinga, Mata Norte de Pernambuco, estão cobrando o pagamento de cerca de R$ 30 milhões pelos serviços prestados. Eles reforçaram a situação durante o seminário realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), na última terça-feira (10).

Segundo Antônio Carlos Condado, diretor da Maracatu Transportes e representante da comissão dos fornecedores,  302 empresas realizaram serviços como fornecimento de alimentos, transportes, materiais de construção, máquinas, equipamentos e aluguéis de casa para os engenheiros de fora de Pernambuco.

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A obra começou em 2010 através de uma Parceria-Público Privada (PPP). A empresa responsável era a Advance Construções e Participações LTDA. De acordo com Condado, os pagamentos eram feitos corretamente até aquele momento.

Em 2012, a Advance teve dificuldades financeiras, segundo o Governo do Estado, que transferiu a concessão para a DAG Engenheria. "Nesse processo de transferência, a DAG assumiu todo o passivo da obra, ônus e bônus, dívidas e impostos", alega o representante dos fornecedores. "A DAG chegou mentindo, negando que tinha assumido o passivo referente aos fornecedores", completementa.

Condado comenta que, em seguida, a DAG tentou devolver a concessão para a Advance, culminando em um processo judicial entre as duas e a intervenção do Governo de Pernambuco, responsável por assumir a obra do presídio. "Nessa intervenção do governo, ele foi insensível à demanda dos fornecedores porque não teve o cuidado de nos dar uma satisfação". 

Por fim, o representante dos fornecedores conta que em 2014 o então procurador geral do Estado, Thiago Norões, assumiu o compromisso de arrumar uma solução durante uma reunião na Secretaria de Planejamento. "Depois das eleições, passaram a nos ignorar", lamenta Condado, que pede a intervenção do Estado nas negociações do impasse. 

A obra do CIR de Itaquitinga já consumiu R$ 350 milhões. A empresa vencedora da licitação para a retomada das obras foi a Construtora Carajás, em outubro passado. Os fornecedores aproveitaram o evento do TCE para conversar com o prefeito de Itaquitinga porque a Carajás teria informado que não vai utilizar os fornecedores antigos e vai trazer mão de obra de fora.

O LeiaJá não conseguiu contato com a Advance. A DAG Engenharia também não deu retorno. Segundo o Gabinete de Projetos Estratégicos do Estado, o governo não possui relação jurídica com qualquer fornecedor ou contratado da Advance e por isso não dispõe de instrumento formal para interferir na situação. A nota do gabinete diz que a entrega de bens ou vantagens de natureza indenizatória se dará através da existência de decisão judicial específica. 

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sugeriu que seja criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a informação de que a Odebrecht articulou em nome do Governo de Pernambuco com a Advance Engenharia e a DAG Engenharia para resolver o impasse na construção do Complexo Prisional de Itaquitinga, no Agreste do estado. A sugestão foi feita pelo deputado estadual Romário Dias (PTB) após a repercussão de uma matéria publicada no site da Revista Veja denunciando o assunto. 

De acordo com a publicação, a construtora teria feito acordos financeiros que podem ter chegado a R$ 100 milhões. O empreiteiro Eduardo Fialho, dono da Advance Engenharia – primeira empresa a assumir a obra, teria gravado uma reunião que aconteceu no dia 11 de outubro de 2013 com ex-presidente da Copergás, Aldo Guedes; o então procurador-geral do Estado e atualmente secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões; e o diretor da Odebrecht, João Pacífico Ferreira; e o dono da DAG Engenharia, Demerval Gusmão. O grupo trataria com Fialho os termos da transferência do direito da obra para a DAG.

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O áudio, de acordo com a matéria, está transcrito em um documento produzido pelo Tabelionato do Quinto Ofício de Notas de Salvador e indica que assessores do ex-governador Eduardo Campos e os diretores das construtoras teriam falado da necessidade de depósitos secretos que seriam necessários para terminar os 20% restantes da obra. 

O governador Paulo Câmara (PSB) pontuou desconhecer os pagamentos feitos pela gestão, segundo a reportagem, para a obra. “A reportagem não tem nenhum fato que possa envolver o governo. Quando assumimos, em janeiro, decretamos intervenção. Agora estamos em um processo de caducidade. O governo em nenhum momento gastou recursos para conclusão dessa obra. Desconheço qualquer participação da Odebrecht com recursos nessa obra”, argumentou.

Através de nota encaminhada à imprensa, a Odebrecht negou ter assumido qualquer negociação para a construção do Complexo. “O governo de Pernambuco, diante de uma série de problemas com a implantação do CIR de Itaquitinga, convocou algumas empresas para reuniões no ano de 2013, nas quais se tratou da possibilidade de participação naquele projeto”, afirma o texto.

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