A chimpanzé Cecília, que vivia no zoológico de Mendoza, na Argentina, vai para o Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba, em São Paulo, na próxima quarta-feira (5), após conseguir o direito através de instrumento jurídico humano. Esta é a primeira vez que um chimpanzé usufrui o direito de viver em santuário por concessão de um habeas corpus, segundo o Projeto Gap, movimento de defesa dos grandes primatas.
O pedido de habeas corpus foi feito por uma ONG argentina de direitos dos animais. O argumento utilizado foi de que a chimpanzé é um sujeito de direito e não um objeto. Além disso, foi alegado que o animal se encontrava em condições de cativeiro muito ruins no zoológico. O processo correu por mais de um ano na Justiça argentina até a juíza Maria Alejandra Maurício conceder o pedido.
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Ainda segundo o Projeto Gap, outras tentativas através de habeas corpus de libertação de grandes primatas de cativeiros inadequados já foram e vêm sendo feitas no Brasil, Estados Unidos e Europa, mas até o momento não tiveram sucesso.
Cecília tem 19 anos e é a única sobrevivente de um grupo de chimpanzés que morava no zoológico. De acordo com o Projeto Gap, ela ficou sozinha e depressiva depois da morte inesperada em um curto espaço de tempo de seus companheiros Charly e Xuxa. No Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba, ela passará por um período de quarentena e depois será introduzida em um dos grupos de mais de 50 chimpanzés que hoje vivem no local.