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Cerca de 14 mil hectares da região da Chapada dos Veadeiros, o equivalente a 14 campos de futebol, já foram afetados por focos de incêndio. O trabalho do Corpo de Bombeiros de Goiás e de brigadistas em combate ao fogo chegou hoje (18) ao sétimo dia. 

Nesta tarde, um grupo de aproximadamente 150 pessoas, incluindo voluntários, atuou para conter as chamas em uma área próxima ao povoado de São Jorge e no Rio dos Couros. O incêndio florestal começou no domingo (12) no local conhecido como Vale da Lua, atração turística vizinha ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. 

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Fumaça

O coordenador da força-tarefa, capitão Luiz Antônio Dias Araújo, informou que outra área está sendo monitorada na região da Cachoeira do Segredo. “Agora estamos avistando muita fumaça. É uma região de difícil acesso. A gente vai precisar de mais tempo para monitorar isso de forma adequada e verificar se é fumaça proveniente de braseiros na área queimada ou se trata de novo fogo”, apontou.

Servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também atuam no local em proteção ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. De acordo com João Paulo Morita, coordenador de Prevenção e Combate a Incêndios do ICMBio, a área está protegida e os focos ainda ativos estão a cerca de 20 km do parque.

O Corpo de Bombeiros relatou, na última quinta-feira (16), a presença de redemoinhos na região, o que leva fagulhas por longas distâncias, o que dificulta ainda mais o combate. A corporação acrescenta que o “clima seco, a topografia do local, as altas temperaturas e os ventos fortes dificultam o trabalho das equipes”.

O Corpo de Bombeiros de Goiás anunciou que o incêndio na região da Chapada dos Veadeiros foi extinto. As queimadas duraram cerca de duas semanas e também foram contidas por equipes de brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e voluntários. A chuva que atingiu a região no último fim de semana também ajudou a conter o fogo. A estimativa é de que 75 mil hectares tenham sido destruídos.

No Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, postou um vídeo anunciando o fim do incêndio e no qual a equipe do ICMBio é aplaudida pela realização do trabalho.

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No sábado (10), Salles sobrevoou a área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros para verificar o trabalho de combate aos incêndios na região. O trabalho contou com ajuda de cinco aeronaves do tipo Air Tractor, usadas para despejar agua com produto retardante de fogo em locais de difícil acesso.

O fogo teve início no dia 25 de setembro em uma propriedade rural no município de Cavalcante, no interior da Área de Proteção Ambienta (APA) do Pouso Alto. A baixa umidade e alta temperatura na região contribuíram para o fogo se espalhar.

Uma equipe de 21 militares do Corpo de Bombeiros de Goiás realiza desde as primeiras horas desta terça-feira (22) uma operação de busca para localizar cinco pessoas que estão desaparecidas na Chapada dos Veadeiros desde a última sexta-feira (18). Elas foram identificadas como: Maria de Cássia Ferreira Sanches, Gustavo Bacelar, Mauro César, Aline Ferreira e Juliana Silva.

O coronel Fernando Augusto Caramaschi de Mello, assessor de imprensa da corporação, ouvido pelo Programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília, disse que o grupo formado por turistas de Brasília planejou fazer uma caminhada de 50 quilômetros, através de uma trilha não catalogada, com previsão de retornar no domingo (20) à noite.

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Segundo o coronel, o Corpo de Bombeiros foi acionado ainda no domingo e, imediatamente, deu início à operação para localizar o grupo. Ele informou ainda que a equipe de busca manteve contato com um guia, identificado como Zezinho, que relatou ter visualizado as pessoas desaparecidas numa área chamada de Macacão, no sábado (19) pela manhã, chegou a conversar com elas e todos estavam bem. O militar disse que essa foi a última vez que o grupo foi visto.

A preocupação do coronel Caramaschi é com a previsão de chuva para hoje na região, que pode prejudicar as buscas. Mas que está otimista, pois com a intensificação dos trabalhos, inclusive com a ajuda de guias turísticos acostumados com a região, acredita poder localizar logo os desaparecidos.

Um incêndio de grandes proporções atinge a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, na região do Rio dos Couros, conforme informações do Corpo de Bombeiros do Estado. A corporação afirma que há uma linha de aproximadamente oito quilômetros de fogo. As autoridades trabalham com a possibilidade de que o incêndio tenha origem criminosa.

Desde sexta-feira, 27, os bombeiros, brigadistas e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) atuam no combate ao incêndio. Focos nas regiões de Sertãozem, Vale Dourado e Tocantizinho foram extintos. Houve chuva, mas não suficiente para o combate às chamas, segundo os bombeiros.

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Neste sábado, 28, o efetivo utilizado no combate contava com 24 bombeiros militares, nove viaturas, avião, helicóptero, drone, GPS, abafadores, bombas costais e sopradores, em conjunto com os Brigadistas do Parque. O ICMBIO utiliza quatro aviões Air Tractor. Alguns modelos têm capacidade para lançar três mil litros de água.

A principal dificuldade enfrentada pelos bombeiros no combate às chamas é a grande extensão das áreas atingidas e o terreno acidentado. A Delegacia Estadual do Meio Ambiente foi acionada para investigar as causas do incêndio e localizar possíveis autores.

Um jovem foi encontrado morto na manhã deste sábado (13) nas proximidades da Cachoeira dos Cristais, na Chapada do Veadeiros, em Alto Paraíso, Goiás. Segundo a Polícia Civil, o rapaz foi morto com ao menos quatro tiros. A perícia apontou que o homem teria idade entre 25 e 30 anos e teve perfurações de bala na nuca, bochecha, costela e nas costas.

Segundo a polícia, ao que tudo indica, o jovem estava em uma festa realizada no local na sexta-feira (12). Ele seria um turista. Durante a perícia, foram encontradas cápsulas de revólver calibre .32.

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Também foi encontrado um documento, mas, como o rosto da vítima estava desfigurado, ainda não dá para ter certeza se é do rapaz. “O IML fará essa confirmação”, explicou o delegado da Central de Flagrantes de Formosa (GO), Yasser Yassine, ao portal Metrópoles.

Oito meses depois do pior incêndio da sua história, que destruiu cerca de 30% de sua área, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, um dos maiores símbolos do Cerrado, dá sinais de recuperação e se prepara para lançar novos atrativos, ao mesmo tempo em que passa pela concessão de serviços a fim de incentivar o turismo.

Com suspeita de ter origem criminosa - apenas alguns meses depois de o parque ter passado por uma ampliação que triplicou a área -, o fogo acabou atraindo o apoio da sociedade. "O parque saiu fortalecido na sua relação com a sociedade. Recebemos um apoio muito grande durante o incêndio e isso continuou depois, inclusive com apoio financeiro que estamos usando até hoje", conta Fernando Tatagiba, diretor do local, gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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Esse apoio já se transformou em maior segurança. A equipe fixa de 36 brigadistas foi contratada em um regime de dois anos, renovável por mais um. E mais de cem pessoas das comunidades do entorno vêm passando por uma formação para atuarem na prevenção e no combate ao fogo. "É gente, que, ao receber o certificado do ICMBio de brigadista voluntário, poderá atuar na proteção do parque", diz. "Hoje contamos com mais gente preparada e da região."

Recuperação

A vegetação começa a dar sinais de recuperação. "A regeneração ocorre de maneiras diferentes. Nas fisionomias mais abertas, nos campos nativos do Cerrado, que são a paisagem predominante aqui, para um olhar leigo quase não se percebe a passagem do fogo. Está exuberante", diz. "Mas quando levamos o olhar para a beira dos rios, onde ficam as vegetações mais florestais - como as matas de galeria -, e para as veredas, ainda observamos a vegetação sofrendo."

O parque retomou a visitação normal e espera ampliá-la com a concessão. A ideia é oferecer para a iniciativa privada os serviços de venda de ingresso, loja de suvenires, lanchonete, quiosque de alimentação, área de camping e transporte interno.

Em julho, será aberta a área conhecida como carrossel, com cachoeira, parede de escalada, mirante e trilha suspensa. "E contará com uma interpretação geológica. Ali há rochas com 1,5 bilhão de anos que apresentam marca de ondinhas onde antes chegava o mar", conta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de 30 turistas ficou ilhado na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, devido às fortes chuvas. Ninguém ficou ferido.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os turistas atravessaram o rio pela manhã e quando tentaram retornar foram pegos de surpresa pela grande quantidade de água.

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Para realizar o resgate, os bombeiros utilizaram cabos, coletes e cintos de segurança. Não foi informado o local de origem dos turistas.

As portas do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros devem ser reabertas na próxima quarta-feira, dia 1. Na manhã deste domingo, 29, após sobrevoar toda a área do parque, agentes do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) constatou que o fogo, finalmente, acabou.

À reportagem, a assessoria do órgão federal confirmou que, não ocorrendo novas surpresas na mata, o parque será reaberto já na próxima quarta, para alívio das cidades do entorno, que têm suas economias baseadas, basicamente, no turismo. As informações preliminares dão conta de que apenas parte das três trilhas foi atingida pelo fogo. Diferentemente de outras atrações naturais da região da Chapada, localizadas em propriedades privadas, o parque nacional, que concentra as cachoeiras e passeios mais belos, tem entrada gratuita.

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O combate ao incêndio da Chapada foi realizado por cerca de 200 brigadistas, além de outras centenas de voluntários, mas também contou com o apoio fundamental das chuvas que atingem a região neste fim de semana, condição que já era considerada decisiva para extinguir de vez as chamas. "As chuvas são realmente fundamentais para extinguir o fogo", disse Fernando Tatagiba, chefe do Parque da Chapada. "Temos que agradecer muito ao trabalho dos voluntários, que também deram um apoio crucial todos esses dias."

Apesar de ter a situação sob controle, o ICMBio ainda manterá uma equipe na região, para monitoramento, caso surjam novos focos de incêndio. Além disso, a região conta com a presença de agentes da Polícia Federal, que investiga as origens da maior catástrofe ocorrida no Parque da Chapada, em Goiás.

Depois de duas semanas de chamas, 68 mil hectares do parque viraram cinzas, o equivalente a 28% de sua área total, que desde 5 de junho passou a ser de 240 mil hectares. Em termos de perdas de fauna e floram porém, trata-se de um estrago difícil de ser quantificado.

O fogo faz parte do processo de renovação do Cerrado e suas espécies são resistentes a incêndios, mas não nas proporções do que ocorreu em uma das áreas mais preservadas do País, na região de Alto Paraíso, São Jorge, Cavalcanti, Teresina de Goiás e Colinas. "Temos espécies que se recuperam mais rápido, mas com certeza perdemos espécies aqui que, em muitos, não teremos novamente", lamenta Tatagiba.

A reabertura do parque na próxima semana é a principal demanda das centenas de proprietários de pousadas, restaurantes e comércios que, nos últimos dias, viram o turismo desaparecer. Hotéis tiveram reservas canceladas. Nas ruas das cidades, o que se via até sexta-feira era a movimentação de agentes públicos e voluntários no combate ao incêndio.

Criado em 1961, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros nasceu com uma área de 650 mil hectares. Década após década, porém, essa área passou por sucessivos cortes, até chegar ao tamanho de 65 mil hectares. Em 2003, um decreto chegou a ampliar a área para 235 mil hectares, mas liminares dadas pela Justiça a produtores rurais conseguiram derrubar a ampliação do parque.

Há dois anos, o projeto de ampliação, que era uma demanda antiga de ambientalistas, voltou a ser discutido pelo governo. A decisão de ampliar a área veio finalmente em 5 de junho, no Dia Mundial do Meio Ambiente, às vésperas do presidente Michel Temer viajar para a Noruega, onde enfrentaria fortes críticas por conta da condução de pautas socioambientais no Brasil.

Um avistou uma moto parada na beira da estrada e, logo depois, as chamas se alastrando. Outro notou um carro suspeito em uma estrada de terra e, em seguida, o incêndio cresceu por todos os lados. Alguém chegou a ver o fogo "surgir do nada", no meio da mata. Pagaram R$ 2 mil para o peão queimar geral. Foi só um acidente. Ou é coisa da natureza.

As histórias que correm por Alto Paraíso, Vila de São Jorge, Cavalcante e Teresina de Goiás dão uma ideia da dificuldade que as investigações têm pela frente para encontrar os responsáveis pelo maior desastre ambiental do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

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Para especialistas em meio ambiente e combate ao incêndio, porém, não há dúvidas sobre a origem das queimadas: foram atos humanos e, portanto, criminosos. "O fogo atravessou estradas e aceiros de proteção (barreiras para conter o fogo) e chegou do outro lado, em áreas distintas. Nossas perícias já mostram isso. Todas as evidências físicas apontam que (o incêndio) é criminoso", diz Gabriel Constantino Zacharias, chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O que está evidente para Zacharias soa como teoria da conspiração para Pedro Sérgio Beskow, produtor rural em Cavalcante e presidente da Associação Cidadania, Transparência e Participação, que reúne pequenos e médios ruralistas da região. "Estão politizando o incêndio, querendo criminalizar os produtores, quando o responsável por isso é o tempo seco", diz. "Não há por que cometerem esse absurdo, principalmente quando pleiteiam a redução do parque na Justiça. Nosso pessoal não é burro."

Na troca de acusações, sobra suspeita até contra brigadistas, justamente aqueles que são enviados à mata para apagar o fogo e preservar a natureza. "Os brigadistas têm contratos só de seis meses. Já ouvimos relato de gente que fica parada, sem trabalho, e então toca fogo pra voltar a trabalhar", diz o produtor rural Jurani Francisco Maia. Anteontem, o Ministério Público Federal de Goiás instaurou inquérito civil para apurar o incêndio.

O acirramento dos conflitos ambientais tem sido marcado por violência. Nos últimos dias, órgãos ambientais foram atacados no Amazonas quando faziam operação contra o garimpo ilegal. "Vivemos uma guerra contra o ambiente. No caso da Chapada, se ficar comprovado que se trata de ato criminoso, será claramente uma retaliação ao aumento dos limites do parque", afirma Marcio Astrini, do Greenpeace.

Horley Teixeira Luzardo, dono de reserva ambiental privada ao lado do parque, a Fazenda Renascer, prefere hipótese mais natural. "Pode ter sido um acidente, combustão natural. As árvores do Cerrado desenvolveram, ao longo dos séculos, a capacidade de resistir ao fogo. Se o bioma tem essas características, é sinal de que ocorre fogo natural." Especialistas no assunto descartam a possibilidade, por não terem havido raios.

Efeitos. Após o incêndio, o resultado é devastador. No Jardim de Maytreia, uma das mais belas paisagens locais, só restou de pé uma fileira de buritis. No parque, trechos de trilhas foram engolidos pelo fogo.

A expectativa é de que, com a chuva, a vegetação renasça. Ou, ao menos, parte dela. Sobre os animais, resta o lamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O fogo ainda não desistiu de queimar o que resta do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Até a sexta-feira, 65 mil hectares - ou 27% dos 240 mil hectares - foram consumidos pelas chamas. O combate ao incêndio, porém, não é a única preocupação dos órgãos ambientais. Passado o controle das queimadas que devastaram uma das regiões mais sensíveis do Cerrado no País, os órgãos de fiscalização vão intensificar a aplicação de multas e de bloqueios de áreas onde haja ocupações irregulares que se espalham pelo entorno do parque.

Nos últimos 12 meses, o Ibama aplicou 37 multas relacionadas a crimes ambientais cometidas diretamente na Chapada dos Veadeiros, infrações que totalizaram R$ 15,1 milhões. Os autos foram registrados nos municípios de Cavalcante, Colinas do Sul e São João d’Aliança.

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O levantamento foi feito pelo jornal O Estado de S. Paulo entre as autuações dadas na região pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), órgãos do Ministério do Meio Ambiente.

Além das multas, foram feitos 22 bloqueios de áreas (embargos) na Chapada e nas chamadas "zona de amortecimento", num raio de 10 quilômetros da área de preservação, chegando a 1.192 hectares. Esses embargos estão relacionados a ações ilegais como desmatamento, exploração mineral, atividades com uso de fogo, construção de pontes e captação de água. Uma semana antes de o parque ser ampliado, três carvoarias que funcionavam ao redor do parque foram fechadas.

As autuações também mobilizam o ICMBio. Neste ano, o órgão responsável por cuidar das unidades de conservação federais fez 21 autuações na Chapada, mesmo número registrado em 2016. Nos últimos quatro anos, foram 132 multas.

As ocupações irregulares no entorno do parque foram automaticamente turbinadas com a ampliação da unidade de conservação, que em 5 de junho viu sua área total saltar de 65 mil hectares para 240 mil hectares. Boa parte deste novo entorno do parque é ocupada por pequenos e médios produtores rurais, donos de terras que sem regularização fundiária.

A situação pressiona os órgãos federais de fiscalização, que já não tinham condições de realizar todo o trabalho sobre a área anterior ao decreto de ampliação, dados os crescentes cortes de orçamento.

Contrários à ampliação do parque nacional por causa da interferência nas terras, produtores rurais passaram a ser vistos como suspeitos pelo incêndio que atingiu toda a região das duas últimas semanas. As causas das queimadas estão sendo investigadas pela Polícia Federal e por agentes de fiscalização do Ibama, além do ICMBio.

"Vamos intensificar a fiscalização na Chapada, aumentando a prevenção de combate a incêndio e a fiscalização sobre essas ocupações irregulares", disse Luciano Evaristo, diretor de proteção ambiental do Ibama.

Efeitos

O jornal O Estado de S. Paulo percorreu o entorno do parque. A maior parte do incêndio se concentrou sobre a área antiga de 65 mil hectares, onde estão localizadas as principais trilhas e atrações turísticas. As estimativas dão conta de que cerca de 80% dessa área foi atingida pelo fogo.

Na sexta, o Ministério Público Federal (MPF) em Luziânia (GO) instaurou inquérito civil para apurar a causa do incêndio. A suspeita da direção do parque é de ato criminoso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em turnos de 12 horas, brigadistas e bombeiros se revezam no combate  ao fogo no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e arreadores. Em situações mais críticas, o trabalho de alguns chegou a durar até 24 horas. Munidos de abafadores e bombas de água nas costas, eles estão na linha de frente de combate ao incêndio que já superou a queimada de 2010 e é o maior já registrado na história do parque.

Na manhã de quarta-feira (25), a equipe do chefe de esquadrão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Valdeci da Silva Carvalho, fazia uma observação próximo ao Vale da Lua, local onde o fogo já havia passado, mas retornava em alguns pontos. “Eu enfrentei os incêndios 2007, de 2010, estou há 10 anos no parque, mas esse ano é mais complicado de todos”, compara.

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O trabalho das equipes acontece dia e noite. Ao todo, a força-tarefa formada por profissionais do ICMBio, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de bombeiros do Distrito Federal e de Goiás, conta com 178 brigadistas e bombeiros.

Valdeci Carvalho está em contato constante por rádio com a central que organiza as operações. “A gente primeiramente avalia os locais de risco, a presença de estruturas, propriedades”, diz.

Pelas características do clima - seco e com ventos -, as chamas se espalham rapidamente. Focos já controlados podem reacender com o aumento das temperaturas. Muitos locais são de difícil ou impossível acesso por terra e os brigadistas têm que ser levados de helicóptero.

 

Segundo o coordenador de Prevenção e Combate a Incêndios do ICMBio, Christian Berlinck, houve situações em que o helicóptero buscava uma equipe que já tinha trabalhado 12 horas, mas um novo foco reacendia e não havia tempo para retornar. Por isso, eles trabalhavam 24 horas no combate.

Somadas às condições naturais, focos têm surgido em pontos afastados um do outro e em condições não naturais, o que levou ao próprio ICMBio a afirmar que o fogo foi colocado propositalmente.

Brigadistas

A maior parte é de brigadistas do ICMBio, com 74 em campo e do Ibama, 63. Atuam também no combate diversos voluntários. Os brigadistas têm regime de contratação temporária, por seis meses. Eles precisam fazer um curso de capacitação antes de começarem a trabalhar. “Agora estamos com muita gente aqui, mas é muito esforço, muito fogo. Nunca tinha trabalhado assim. Eu começo o dia, fico direto, depois à noite eu descanso e volto no dia seguinte”, diz o brigadista do ICMBio Adaílson Santos Costa, que é de Campos Belos (GO).

Valdeci Carvalho e Adaílson Costa entraram na brigada em busca de trabalho. “Primeiro foi a busca por trabalho, para manter o sustento, mas depois, ao longo de tempos trabalhando, a gente vê que não é só o dinheiro. Claro, é importante, mas a natureza precisa da gente. A gente começa a se apaixonar pela coisa. Eu trabalho para proteger a natureza e a biodiversidade, é isso que me motiva”, diz Carvalho que é natural de de Juazeiro (BA) e logo precisa deixar o local e seguir para um novo foco de incêndio.

Voluntariado

Mesmo sem a expertise dos brigadistas, voluntários contribuem da maneira que podem no combate às chamas. Vinícius Leoni, comerciante de 26 anos, é um dos voluntários. “A gente sabe que tem brigada especializada em alguns lugares, dentro do parque, mas em outros não tem. A gente está indo com a nossa camisa, nossa calça. Minha calça está toda preta, meu tênis está queimado”, diz.

Sem equipamentos, Leoni, que é morador da Vila de São Jorge, diz que possível atuar em outras frentes, como fazendo aceros para que o fogo não chegue próximo às residências dos fazendeiros. Trata-se do corte da vegetação, retirando a mata rasteira que é mais inflamável, para evitar que o fogo se espalhe.

“A galera está caindo para dentro do mato e você vê que cada um age de um jeito, quando chega perto da terra dos nativos, você vê que cada um tem uma técnica. O que estamos podendo fazer, estamos fazendo”. Segundo ele, os voluntários de São Jorge estão em contato direto com as brigadas e muitas vezes ajudam os profissionais.

A orientação do ICMBio é que somente cheguem próximo aos focos aqueles que estão capacitados para isso e sob a orientação da central de comandos, para evitar acidentes. As equipes de brigadistas estão integradas e desenvolvem um trabalho coordenado - uma ação desorientada pode inclusive prejudicar as equipes.

Empresários e operadores de turismo que trabalham na Chapada dos Veadeiros estimam que até 90% do movimento tenha sido reduzido com o incêndio. Apesar da gravidade, eles apostam numa recuperação rápida. Segundo os agentes, a maior parte das atrações turísticas está fora do perímetro do parque e, portanto, não foi diretamente afetada. No parque, a área aberta ao turismo tem quatro trilhas abertas - dessas, duas são as mais visitadas: a dos Saltos e a dos Cânions.

"As pessoas estão com medo de vir, mas só o parque nacional está fechado", diz Hare Sol, sócio da agência de receptivo local Travessia Ecoturismo. Atrações como o Cânion Raizama e a Morada do Sol, em propriedades particulares, não foram atingidas.

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Sol explica que, na região, os incêndios são comuns e a vegetação do Cerrado tem a capacidade de se regenerar rapidamente. "Com o incêndio controlado, em oito ou dez dias ela começa a rebrotar", conta.

Jota Marincek, diretor da operadora Venturas, de São Paulo, também está otimista. "Há uns dois anos, a Chapada Diamantina (na Bahia) passou por algo parecido. O impacto no turismo é pontual", diz. "O Cerrado tem o fogo no seu ciclo. Na Diamantina, após o incêndio, surgiram muitas flores."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um cheiro de mato queimado se espalha pelas ruas de terra da pequena Vila de São Jorge, reduto ambiental e porta de entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. A fuligem da mata - que desde o dia 17 tem sido engolida pelo fogo - dificulta a respiração. À noite, os moradores têm espalhado toalhas molhadas pela casa para aliviar a situação.

A cinco quilômetros da vila, o Vale da Lua, conhecido pelas formações rochosas criadas pelo Rio São Miguel, foi tomado pelas chamas. "Só sobrou pedra e a água do rio", conta José Francisco da Silva Pereira, o Zezinho, responsável por cuidar do local. "Levantamos desesperados pra tentar controlar o fogo, mas não deu tempo de fazer muita coisa."

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Tem sido assim há mais de uma semana, quando um dos principais patrimônios do Cerrado passou a ser destruído pelo fogo, no pior incêndio de que se tem notícia na região. Queimadas já atingiram mais de 62 mil hectares do parque (25,8% da área total), que em junho foi ampliado de 65 mil para 240 mil hectares e recebe cerca de 60 mil visitantes por ano.

Por onde se anda na região, se veem nuvens de fumaça. O pequeno aeroporto de Alto Paraíso, município conhecido por sua vocação para supostos pousos de óvnis, foi transformado em centro de gerenciamento das queimadas. Um sobe e desce constante de aviões e helicópteros desloca água, moradores, parafernálias contra incêndio e brigadistas.

O alvo das operações tem sido as regiões mais sensíveis, onde há moradores por perto. Nas contas dos agentes do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão do parque, cerca de 80% da área original do parque, aquela que ele tinha até junho, antes da ampliação, foi dragada pelo fogo. As trilhas do parque também foram atingidas. O local está fechado, sem data para reabrir. O aumento da área atendeu a uma demanda de ambientalistas e cientistas.

"Para nós, isso é uma tragédia não só ambiental, mas também de nosso meio de vida. O turismo já fugiu daqui. Algumas pessoas cancelaram reservas", diz Leonilton Francisco Ferreira, gerente da pousada Trilha Violeta, em São Jorge. "Se Deus quiser, a chuva virá e vai amenizar esse drama."

Fauna. Não há estimativas precisas sobre a mortandade de animais e aves na área afetada pelas chamas. Mas nada calou mais fundo a população do entorno que os cantos desesperados de milhares de araras azuis, ao verem as chamas se aproximarem de seus filhotes e ninhos.

"As araras voavam doidas, desesperadas, e faziam um barulho muito alto", diz Leonilton. "Triste demais. É uma dessas coisas que a gente nunca vai esquecer na vida." A região abriga ao menos 34 espécies da fauna e 17 da flora ameaçadas de extinção. Ali, também vivem o pato-mergulhão, a onça-pintada e o lobo-guará.

Há uma semana à frente de uma das brigadas que enfrentam o avanço do fogo, Valdeci Ceravalo afirma que boa parte das chamas já está controlada no parque, mas é preciso permanecer atento às cinzas. Isso porque muitas chamas têm ressurgido da terra, após avançarem pelas raízes, chão adentro.

Ao ver as equipes de combate ao fogo correrem até o helicóptero para acessar um novo foco de incêndio nas imediações, o agricultor orgânico Zizo Simion não resiste e bate palmas. Dos seus quase dois metros de altura, chora feito menino, em meio à poeira que sobe. "Parabéns! Vocês são guerreiros", grita ele, sem ser ouvido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O trabalho realizado de forma intensiva por voluntários e a força-tarefa de brigadistas, bombeiros, policiais e agentes públicos na região tem conseguido controlar o avanço do fogo que consome a Chapada dos Veadeiros. O fim efetivo das chamas na área atingida, porém, só deve vir mesmo com o aguardado início das chuvas na região, diz o chefe do Parque Nacional da Chapada, Fernando Tatagiba.

Se há dúvidas sobre quando as chuvas chegarão, já não existem muitas sobre as causas do acidente. É consenso entre os que atuam no combate ao fogo que se trata de um incêndio intencional e, portanto, criminoso. Por ser um parque nacional, a Polícia Federal já foi acionada para investigar o caso.

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À reportagem, o diretor Tatagiba já havia dito que as suspeitas apontam para uma atuação criminosa. "O fato de o incêndio ter surgido no interior do aceiro (barreira para contenção do fogo) me leva a crer que alguém adentrou no parque e botou fogo. Não temos elementos para dizer quem é o responsável, mas podemos dizer, com certeza, que é criminoso", enfatizou.

Na quarta-feira (25) o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, esteve na região do parque e sobrevoou a área. Ele pediu ao Ministério da Justiça que a PF dê prioridade às investigações, o que só deverá ocorrer depois de concluído o controle total do incêndio, que agora avança em áreas mais isoladas e de difícil acesso.

As suspeitas da comunidade e de ambientalistas são de que os incêndios teriam origem na ampliação da área do parque, em junho, saltando de 65 mil para 240 mil hectares. A decisão incomodou produtores que já estavam no entorno. Parte deles foi multada pelo Ibama por estarem produzindo em áreas do parque. Criado em 1961, a unidade tinha originalmente 625 mil hectares mas teve suas dimensões reduzidas nas últimas décadas.

Perícias serão realizadas para identificar como as chamas começaram e quais são as causas do incêndio. Acidental ou dolosamente, por fogo em mata é enquadrado na lei de crimes ambientais e tem punição prevista de dois a quatro de prisão. A situação na Chapada ajuda a puxar o número de incêndios, que é recorde em áreas de florestas nacionais neste ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A estimativa é de o incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros ser controlado até este final de semana. Nesta quarta-feira (25), representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de bombeiros do Distrito Federal e de Goiás e voluntários receberam a visita dos ministros do Meio Ambiente, Marcelo Cruz e da Defesa, Raul Jungmann.

O combate ao fogo no local é dificultado pela chamada reignação. Mesmo após as chamas desaparecerem, as altas temperaturas e o vento fazem com o que o fogo retorne em várias localidades e as equipes precisam refazer o trabalho. Questionado se há previsão para o total controle das chamas, o coordenador de Prevenção e Combate a Incêndios do ICMBio, Christian Berlinck, disse as equipes trabalham com a possibilidade de até o próximo final de semana, apesar das condições imprevisíveis. 

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Berlinck esclarece também que controlado não siginfica extinto e que é necessário ainda um trabalho pós-fogo para que ele não retorne. Segundo o coordenador, os equipamentos e o pessoal que hoje está atuando no combate direto, cerca de 200 pessoas, são suficientes. "Não adianta ter 40 pessoas atuando no mesmo local, elas ficarão muito próximas e terão a eficiência de 20 pessoas".

Um avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) reforça o combate às chamas. A aeronave é equipada com um sistema de combate a incêndio constituído de dois tubos em sua porta traseira que, a uma altitude de cerca de 45 metros, podem despejar água nas áreas em chamas.

Segundo a força-tarefa, é importante que os esforços empregados continuem mesmo após o controle e extinção do fogo, quando serão necessário também recursos para a recuperação, atendimento de animais, entre outras ações.

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, uma das mais importantes unidades de conservação do Cerrado, está sendo consumido pelas chamas, no que já é considerado o pior incêndio de sua história recente. Em uma semana, o fogo, classificado pela direção do parque como criminoso, já devastou mais de 54 mil hectares - ou 22% da área total. E, até a noite de desta terça-feira (24) não dava sinais de que estava controlado.

Com uma visitação de cerca de 60 mil pessoas por ano, o parque teve seus limites triplicados em junho pelo governo federal, passando de 65 mil hectares para 240 mil hectares. A comunidade do entorno e pesquisadores que atuam na região suspeitam que o fogo possa ter sido uma forma de retaliação contra a ampliação do parque.

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O crescimento atendia a uma demanda de ambientalistas e cientistas de se criar uma proteção maior a uma área riquíssima do Cerrado - que abriga ao menos 34 espécies da fauna e 17 da flora ameaçadas de extinção. Ali têm abrigo os icônicos pato-mergulhão e onça-pintada.

Além disso, o bioma, apesar de ser o segundo maior do País (perdendo em tamanho só para a Amazônia), tem apenas 8% de sua área protegida em unidades de conservação, ante 27% da floresta tropical. Por outro lado, tem taxa de desmatamento cinco vezes maior que a da Amazônia. Uma área protegida maior na chapada poderia conter, por exemplo, o avanço da soja.

A expansão, porém, levou vários anos para se concretizar por enfrentar resistência do governo estadual e de algumas famílias de produtores rurais que vivem em áreas para onde o parque cresceu. "Durante as consultas públicas, pessoas se manifestaram dizendo que iam queimar se fosse ampliado. Teve uma declaração de guerra", afirma o biólogo Reuber Brandão, da Universidade de Brasília (UnB), que acompanhou o processo.

Perícias serão realizadas para identificar a origem e as causas do incêndio que teve início na terça-feira da semana passada, mas há indícios de premeditação. Um dos focos está nas áreas posteriores àquelas onde o aceiro (barreira para contenção do fogo) já havia sido feito, e teria começado entre as 10 horas e as 15 horas, facilitando a propagação.

"O fato de o incêndio ter surgido no interior do aceiro, me leva a crer que alguém adentrou no parque e botou fogo. Não temos elementos para dizer quem é o responsável, mas podemos dizer, com certeza, que é criminoso", disse ao Estado o diretor do parque, Fernando Tatagiba. Ele explica que botar fogo na mata, de modo acidental ou intencional, é enquadrado na lei de crimes ambientais. A punição prevista é de dois a quatro anos de prisão.

Natural x crime

O Cerrado é um bioma que convive com o fogo. "Mas isso não tem nada a ver com o incêndio que estamos testemunhando", diz Ane Alencar, especialista em Cerrado do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (Ipam). "O fogo natural ocorre em períodos com raios, quando a chuva vai começar. Não é tão intenso, não se alastra muito nem é tão catastrófico. Não é o caso agora, gravíssimo."

Para se ter uma noção da dimensão, um grande incêndio que atingiu o parque em novembro de 2015 destruiu cerca de 15 mil hectares, segundo os Bombeiros, o que correspondia à época a 25% da vegetação. A situação crítica levou as prefeituras de Alto Paraíso e Cavalcante, cidades da região, a decretarem emergência. Esta última chegou a ter 80% de seu território atingido pelo fogo.

Para Tatagiba, isso mostra que esse cenário só pode ter sido criado por humanos. E foi piorado pela intensa seca no Centro-Oeste, a mesma que levou à crise hídrica em Brasília. "Está mais seco que o normal este ano, as temperaturas estão altas e os ventos, fortes. Isso favorece grandes incêndios."

Tempo quente

A situação de calamidade vivida pela Chapada dos Veadeiros ajuda a puxar o número recorde de incêndios que estão derrubando as florestas nacionais neste ano.

O sistema de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) identificou 237 mil focos de incêndio no País entre 1.º de janeiro 23 de outubro. O total é 54% maior do que o identificado no mesmo período de 2016, que contabilizou 154 mil focos de queimadas. É um recorde desde que o órgão passou a monitorar esse dado, em 1998. /

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O incêndio que atinge o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros continua "crítico e fora de controle", informou o chefe da unidade, Fernando Tatagiba. O fogo atinge a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, desde a última terça-feira (17). O Parque Nacional continua fechado à visitação. O incêndio chegou também a propriedades privadas.

Segundo Tatagiba, brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tentam impedir que o fogo atinja estruturas administrativas e alojamentos do parque.  O incêndio chegou também a propriedades privadas, cujos donos procuraram o ICMBio para pedir ajuda. De acordo com o ICMBio, nem todos essesfocos tiveram origem do incêndio no parque.   

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De acordo com o boletim do ICMBio de hoje (22), as principais frentes de combate ao incêndio se localizam perto do Córrego dos Ingleses, onde, se não tivesse combate, o incêndio teria ameaçado estruturas administrativas do parque e no Jardim de Maytreia, importante ponto turístico da região. O fogo atravessou a rodovia GO-239, que liga Alto Paraíso a São Jorge, provocando problemas de visibilidade e colocando a vida dos motoristas em risco.

O ICMBio diz que, até agora, 35 mil hectares (14,6%) foram atingidos. Na semana passada, outro foco de incêndio, logo controlado, destruiu cerca de 3 mil hectares. Ao todo, mais de 200 pessoas estão envolvidas na operação, que é conduzida pela Coordenação de Combate e Prevenção de Incêndios do ICMBio. Neste fim de semana, o combate foi reforçado com a chegada de mais brigadistas do Parque Nacional do Itatiaia (RJ), do Grupo Ambiental do Torto (GAT), da Estação Ecológica da Serra Geral (TO), bombeiros de Goiás e do Distrito Federal e por mais uma aeronave.

Sem sinal de chuva, as condições climáticas estão desfavoráveis para o combate, com vento forte, temperatura de 37 graus Celsius e sensação térmica de 41 graus, o que contribui ainda mais para a expansão das chamas.

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi criado em 1961 e, em 2001, declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O limite de visitação diária do parque é de 500 pessoas.

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