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Pela primeira vez no Estado, Pernambuco tem uma sala da aula escolar funcionando dentro de uma unidade hospitalar. Crianças com câncer, dos 4 aos 15 anos de idade, ganharam um espaço dedicado ao aprendizado no quinto andar do Centro de Onco-hematologia Pediátrica (CEONHPE) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. Ao todo, 25 pacientes poderão desfrutar dos conteúdos escolares sem se afastar do tratamento médico, dando continuidade a sua formação.
##RECOMENDA##Semear é o nome dado à sala de aula, fruto de uma parceria entre o Grupo de Ajudada à Criança Carente com Câncer (GAC-PE), Prefeitura do Recife e o Instituto Ronald McDonald. A solenidade de assinatura do convênio para instalação do espaço educacional foi realizada na tarde desta segunda-feira (2), no HUOC, e contou com representantes das instituições responsáveis pelo projeto.
De acordo com a presidente do GAC-PE, Vera Morais, oito alunos por vez são atendidos na sala, de segunda à sexta-feira, no turno da tarde. As manhãs ficam reservadas para que a professora responsável pelos encontros faça visita aos leitos de internamento para verificar o desempenho escolar dos pequenos. Vera também falou de como a instalação da sala de aula representa um marco para o GAC. “Representa um fato muito importante para o nosso grupo, crianças e famílias. Eles são a razão maior da assistência da nossa instituição. Nosso foco é na humanização do tratamento”, disse a presidente do Grupo, bastante emocionada. Haverá aulas de matemática, geografia, português, ciências e história, com assuntos que vão da educação infantil ao ensino fundamental I.
A professora responsável por conduzir as aulas, Cristiane Pedrosa, explicou que as provas e avaliações continuarão sendo preparadas pelas escolas de origem das crianças. “Nós mantemos o vínculo com as escolas de origem das crianças. A escola funciona uma hora e meia por dia, dependendo das condições de saúde de cada paciente. Pra mim, se eu conseguir passar meia hora com uma criança, é um tempo precioso para o aprendizado e tratamento dela”, completou. A docente também se mostrou realizada com o trabalho. “É um trabalho muito gratificante. Dentro da sala a gente consegue às vezes diminuir a dor pelo tratamento, quando estamos juntos estudando e pensando no futuro dessas crianças”, disse.
Uma das crianças que estuda na sala hospitalar, Maria Tatiane da Silva, de 14 anos, está no 5º ano do ensino fundamental. De voz baixa e com sorriso no rosto, a pequena revelou que a professora é legal e qual disciplina mais gosta: “português, porque é mais fácil”. O gerente geral do Instituto Ronald McDonald, Roberto Mack, acompanhou a alegria das crianças em receber a sala de aula e disse que esta experiência educacional ajuda, inclusive, no tratamento dos pequenos. “Já tive experiência com uma sala de aula hospitalar no Rio de Janeiro e o que a gente pode observar é que além da contribuição escolar, existe uma melhora no nível de energia e alegria dessas crianças”, comentou.
O prefeito Geraldo Julio também participou da assinatura do convênio e pediu que o trabalho seja feito da melhor maneira possível. “Vamos tentar fazer o melhor. A gente tem que olhar para a família e para o futuro dos meninos. É uma forma de garantir o direito à educação e ajuda a minimizar o atraso escolar e combate o abandono da escola”, falou o gestor. As aulas das discplinas tradicionais serão trabalhadas em conjunto com outras atividades, como jogos e brincadeiras pedagógicas. Os pequenos também terão 12 tablets com conteúdos inclusivos
Parceria - A ideia de instalação partiu do GAC e o investimento é do Instituto Ronald McDonald. A Secretaria de Educação do Recife ficou com a responsabilidade de ceder o material didático e pedagógico. Já o Hospital ofereceu o espaço para a instalação.