A ministra do Turismo indicada por Lula (PT) acumula uma série de acusações envolvendo irregularidades eleitorais, nepotismo, envolvimento com milicianos e uma assessora na folha de pagamento secreta da Fundação Ceperj. Daniela Carneiro, conhecida como Daniela do Waguinho (União Brasil), votou em Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e mostrou alinhamento com a ideologia bolsonarista em seu mandato na Câmara.
Formada em Pedagogia, Daniela Carneiro atuou na Secretaria de Educação da Prefeitura do Rio de Janeiro e foi nomeada em 2017 para a Secretaria de Assistência e Cidadania de Belford Roxo. Na ocasião, o prefeito do município já era Wagner Carneiro, o Waguinho, seu marido e responsável pelo apadrinhamento político que batizou suas candidaturas. O Ministério Público do Rio (MPRJ) chegou a ajuizar uma reclamação a nomeação feita pelo marido.
##RECOMENDA##Nas eleições de 2018, Daniela fez campanha ao lado do miliciano Juracy Alves Prudêncio, o "Jura". Na época, ele cumpria regime semiaberto, mas conseguiu autorização da Justiça para sair da prisão e foi nomeado Diretor do Departamento de Ordem Urbana na Prefeitura comandada por Waguinho.
Após a Prefeitura de Belford Roxo ser alvo de uma operação do MPRJ que resultou no afastamento de Waguinho por 40 dias, a então secretária se elegeu como a deputada federal mais votada do estado em 2022. Mais da metade dos votos foram do município comandado pelo marido. Seus opositores chegaram acusar Waguinho de dificultar a realização de comícios.
Depois de eleita, ela foi condenada pelo Tribunal Regional Eleitoral a pagar uma multa por propaganda irregular e derramamento de santinhos no dia da votação, próximo a zonas eleitorais. Daniela Carneiro também se envolveu no escândalo da lista de funcionários fantasmas da Fundação Ceperj. Uma das suas assessoras teria sido contratada pelo centro no mesmo mês que começou a receber na Câmara dos Deputados. O Globo publicou uma matéria sobre o caso de dupla remuneração e, no mesmo dia, a deputada exonerou a funcionária do seu gabinete.