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A Prefeitura do Recife entregou mais um lote dos novos quiosques da Orla de Boa Viagem nesta sexta-feira (28). Os novos equipamentos garantem maior qualidade, segurança, acessibilidade e conforto para comerciantes e clientes. Até a próxima semana, 50% das novas instalações já estarão em funcionamento com atendimento ao público, somando 30 unidades. 

Com recursos próprios, a Prefeitura licitou o valor de R$ 8,6 milhões para a construção das novas instalações. O gestor ainda conferiu o mutirão do Recife Limpa que foi realizado no local, na Avenida Boa Viagem. 

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“Vamos chegar ao início de novembro com a metade dos quiosques entregues. São 30 espaços requalificados. Uma ação da Prefeitura do Recife feita sempre com muito diálogo para a gente fazer o melhor uso desta área tão importante. Os quiosques estão muito mais organizados, com área maior, sem o pilar central que os permissionários reclamavam. Também há uma área coberta maior e um vão livre dentro do espaço”, explicou o prefeito João Campos. 

“Fizemos ouvindo os permissionários para ficar o melhor possível para todos e todas. E lembrando: surgiu fake news em relação aos quiosques falando que eram um valor absurdo, e não é. Essa foi uma informação errada, que divulgaram dizendo que eram menos quiosques, com uma área menor e com valor maior. Tentaram confundir tudo. O valor está dentro do padrão construtivo, de qualidade, com preço justo para a nossa cidade”, declarou. 

A intervenção para a realização das obras acontece em dez etapas com obras acontecendo, simultaneamente, em seis quiosques por vez. As obras dos primeiros conjuntos de quiosques foram iniciadas em março deste ano e até a primeira semana do próximo mês 50% das novas instalações serão entregues para funcionamento e atendimento ao público, somando a metade (30 unidades) dos quiosques de toda a orla finalizados. Isso totaliza quatro lotes entregues por completo e avançando nos serviços de todos os seis lotes restantes para a conclusão da intervenção. 

Com estrutura mais moderna e com dimensões maiores do que os antigos, o projeto dos novos quiosques traz uma leitura de transição entre o ambiente natural da praia e o construído - calçadão e avenida - mantendo aspectos de segurança, durabilidade, manutenção, funcionalidade e acessibilidade. Cada um deles conta com tamanho padrão de 39,8m² de área coberta, sendo 12,14m² de área interna.

Trabalhando como permissionário há mais de 15 anos, Rogério Jorge da Silva, 36 anos, sabe bem como eram os quiosques da orla, porque o pai dele também era permissionário. “Agora tem cerâmica, alvenaria e isso só reforça a segurança. Estamos muito felizes com a reforma, muito mesmo.

Agora é abrir e começar a trabalhar, porque o turismo do verão já começou”, acrescentou o vendedor que recebeu as chaves das mãos do prefeito. A acessibilidade está contemplada no projeto dos novos quiosques - os equipamentos têm balcão acessível para atendimento aos cadeirantes. O projeto tem forte identidade recifense, com a preservação da herança arquitetônica, da memória urbana e da cultura popular da cidade. A laje plana projetada dialoga com a linha do horizonte da praia.

O concreto pigmentado na cor areia confere originalidade e contemporaneidade ao conjunto dos quiosques, como encontrado no Museu Cais do Sertão, no Recife, no Paço das Artes, em São Paulo, no Museu Casa Paula Rego, em Portugal, ou mesmo no Museu Iberê Camargo, em Porto Alegre, com o concreto branco estrutural. 

O painel de azulejaria de tradição portuguesa e largamente utilizado na arquitetura moderna brasileira e pernambucana - a exemplo dos encontrados no Edifício Acaiaca em Boa Viagem, Edifício Barão de Rio Branco na Boa Vista, do arquiteto Delfim Amorim e nos volumes das cascas de cobertas pré-moldadas de Armando de Holanda no Parque dos Guararapes - foi incorporado ao projeto, com um redesenho das antigas velas e ondas das calçadas da Avenida Boa Viagem, se transformando num momento de resgate da memória urbana do Recife. 

Os azulejos revestem os depósitos que irão auxiliar na organização do novo layout interno. Os beirais amplos dos quiosques oferecem sombras mais generosas, dando o conforto ambiental tão necessário nas cidades tropicais.

Da assessoria

Com a entrega de 50 metros do Cais da Aurora, no trecho em frente à Assembleia Legislativa, nessa terça-feira (28), a Prefeitura do Recife inaugurou um balanço com o letreiro iluminado "Aqui Nasce o Atlântico". Em referência ao ‘Marco Zero’ do Oceano, uma rosa dos ventos foi fixada no chão do novo cartão postal, que também ganhou bancos, mesas e lixeiras.

De acordo com a gestão, a ideia do espaço de convivência partiu de uma antiga brincadeira sobre o encontro dos Rios Capibaribe e Beberibe formar o Oceano Atlântico.

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Durante a inauguração do primeiro trecho, o prefeito João Campos (PSB) destacou a irreverência em torno da lenda e apontou que local foi pensado os visitantes contemplarem a cidade.

Novo ponto turístico

"Aqui fizemos um espaço instagramável, onde você pode vir, tirar foto, postar. Estamos também conversando com as operadoras de turismo da cidade para aqui passar a ser um novo ponto, um novo destino turístico, que aqui a gente possa, além do recifense curtir, trazer pessoas de outras cidades para conhecer, curtir e celebrar o nosso Recife”, comentou.

Com a proposta de transformar o Cais da Aurora em um parque linear, outros trechos já estão em obras e devem ser entregues no primeiro trimestre do próximo ano. O projeto prevê sete varandas para os próximos quatro anos.

“Duas varandas que já estão em andamento serão entregues em março do ano que vem, e as demais varandas estão em fase de elaboração de projeto”, apontou a secretária de Infraestrutura do Recife, Marília Dantas.

Os monumentos do caranguejo e do Galo da Madrugada foram levados para outros pontos do novo parque.

Roda gigante solidária

Para movimentar o novo atrativo neste fim de ano, no último dia 21, a Secretaria de Turismo e Lazer colocou uma roda gigante de 12 metros com capacidade para 24 pessoas em frente ao Ginásio Pernambucano.

Para se divertir é preciso levar um quilo de alimento não perecível e o comprovante de vacinação com duas doses aos maiores de 12 anos. O brinquedo funciona das 16h às 20h, até esta quinta (30).

Uma das ruas mais bonitas do mundo fica instalada bem no coração da cidade do Recife. A Bom Jesus, via localizada no bairro que leva o mesmo nome que a capital pernambucana, foi eleita pela revista norte-americana Architectural Digest como a terceira mais linda do planeta - ficando atrás apenas da Setenil de Las Bodegas, na Espanha, e da Washington Street, de Nova York. O ponto de passeio para turistas e de orgulho para recifenses, a partir desta segunda (24), será de uso exclusivo  dos pedestres, que poderão desfrutar mais e melhor de toda a beleza e história da alameda. 

A Rua do Bom Jesus já teve vários nomes: do Comércio, dos Judues, do Bonde e da Cruz - mas, só em 1870 foi finalmente batizada como a conhecemos hoje. O nome veio de um   um arco que assim era chamado e que funcionava como porta da cidade No período holandês, esta era uma das mais importantes vias do Recife, pois era por ela que passava a maior parte do comércio local, por sua proximidade ao porto e seus armazéns. 

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Foto: Rafael Bandeira/LeiaJàImagens

Acredita-se ainda que na Bom Jesus existiu um mercado de escravos, tendo funcionado como um dos principais pontos de venda e quarentena de africanos escravizados que chegavam pelo porto da cidade, como é possível ver na tela do pintor Zacharias Wagener, pintada entre 1634 e 1641. Já em 1653 foi construída no logradouro a primeira sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel, onde hoje funciona o Centro Judaico Pernambucano. A história conta que de lá saíram,  fugidos da Coroa Portuguesa, 23 judeus que ajudaram a fundar a cidade de Nova Iorque, nos EUA.

Mais tarde, no começo do século 20, toda a área que hoje é conhecida como Bairro do Recife, popularmente chamada de Recife Antigo, passou por demolições e muito de sua paisagem original foi modificada. A muralha que cercava aquele espaço foi derrubada dando-lhe nova cara e usos. Hoje, parte desse muro pode ser visto em um museu a céu aberto na localidade.  

Já em meados da década de 1990, a Rua do Bom Jesus passou por um plano de revitalização e ganhou ares de ponto turístico.Com fiação embutida e o casario todo conservado para manter as características do período holandês, esse CEP tornou-se um dos mais procurados por turistas de toda parte. No entanto, a rua continua, até hoje, abrigando escritórios, empresas e moradias. Ainda restam alguns moradores na Bom Jesus e, eventualmente, imóveis residenciais disponíveis para aluguel.

Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Título internacional

No final de 2019, a revista norte-americana Architectural Digest elegeu a Bom Jesus como a terceira rua mais bonita do mundo. A recifense é a única representante brasileira da lista que traz 31 diferentes logradouros, e ficou atrás apenas das ruas Setenil de Las Bodegas, na Espanha, e da Washington Street, de Nova Iorque. 

A revista destaca a alameda pernambucana por suas altas palmeiras, o colorido de seu casario e a história que cada um deles contém. A rua conta com alguns pontos estratégicos, que agregam valor à sua beleza estética como a Embaixada dos Bonecos Gigantes de Olinda, a Sinagoga Kahal Zur Israel, a estátua do compositor Antônio Maria e a Feirinha do Bom Jesus, que funciona aos domingos com comércio de artesanato, comidas típicas e, eventualmente, artistas de rua que se apresentam ao vivo. 

Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Pedestrianização

Estima-se que 45 mil pessoas transitam diariamente pela Rua do Bom Jesus. Elas dividem espaço com os carros que, além de trafegar pela via, também fazem uso de ambos os lados da alameda para estacionarem. Pegando carona nas ações do Maio Amarelo, que tira o quinto mês do ano para alertar e orientar a população sobre segurança no trânsito, o prefeito do Recife, João Campos (PSB) anunciou, o projeto de pedestrianização da Bom Jesus, que passa a vigorar nesta segunda (24). 

O projeto pretende viabilizar a mobilidade na área dando mais segurança viária aos pedestres, e também humanizando o espaço, como explicou a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão (PDT), em entrevista exclusiva ao LeiaJá. “Com essa valorização dos passeios urbanos, ganham os moradores e também os turistas, com uma cidade mais humanizada. Não se trata de banir os carros, mas de promover uma integração entre os vários modais, com uma atenção especial para aqueles que mais contribuem para a sustentabilidade do planeta”.

Isabella de Roldão, vice-prefeita da cidade do Recife. Foto: Divulgação/Brenda Alcântara

A vice-prefeita reforçou, ainda, que a mudança na área será “mais um ganho para a mobilidade ativa da cidade”, e que esse é um processo que pode vir a se repetir em outros logradouros da região. “A terceira via mais bonita do mundo ficará ainda mais linda só para as pessoas, que poderão observar com calma cada detalhe da sua arquitetura e se apropriar do espaço que é delas. Esse deve ser o destino das nossas ruas históricas ou de grande circulação de pedestres em todas as áreas do Recife”. 

Como vai ficar

A pedestrianização da Bom Jesus contou com o apoio da NACTO-GDCI, organização de referência mundial em mobilidade sustentável que, por meio da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária, prestou consultorias e forneceu o mobiliário urbano para efetuar as mudanças, como as esferas de concreto para isolar e sinalizar os extremos das vias.

Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Para viabilizar o projeto, houve a inversão no sentido da circulação das ruas da Guia, Dona Maria Cesar e João Domingos Martins. Assim, os condutores que usavam a Rua do Bom Jesus, poderão utilizar a Rua da Guia e a Rua Dona Maria Cesar como rota alternativa. Além disso, os condutores que vêm do Cais do Apolo pela Avenida Barbosa Lima poderão acessar a Praça do Arsenal pela Rua João Domingos Martins. 


 

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