Tópicos | Carol Pimentel

Se engana quem pensa que quadrinhos são coisas só para meninos. É grande o número de mulheres que produzem HQ’s no Brasil e, sobretudo, grande é o número de meninas que os consomem. E, para derrubar uma cultura ainda machista que ronda esse mercado, e produzir conteúdo com o qual elas possam se identificar, muitas são aquelas que trabalham a favor desse movimento. A editora da Marvel, Carol Pimentel, é uma delas. Ela esteve na 11ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco neste sábado (14) e falou ao LeiaJá.com sobre mudança de paradigmas e abertura de nichos.

Trabalhando há quatro anos na editoria da Marvel, Carol é a única mulher numa equipe de 16 homens. Ela garante não ter problemas em seu local de trabalho mas revela que o mercado dos quadrinhos ainda é muito machista. “A gente precisa abrir esse mercado para as mulheres. Eu carrego essa bandeira. Quero que venham mais meninas, que abram a quantidade de títulos pra que a gente possa publicar”, diz. Ela comenta que a visibilidade do mercado feminino ainda é pouca e que é necessário aumentá-la para que este ganhe mais força e fala da alegria em ver o crescimento do público feminino: “Quando a gente descobre que elas não estão indo só acompanhar o namorado, que elas estão indo buscar independente e que têm títulos sendo feitos só pra elas, isso é maravilhoso”.

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E é pensando em somar esforços que vários coletivos de mulheres quadrinistas têm se formado por todo o país com muito conteúdo sendo produzido. Esse aumento de produção e de consumo por parte das garotas está começando a chamar atenção das grandes editoras: “Está abrindo o nicho e as grandes editoras também estão tentando. Ainda é ínfimo, mas está havendo um movimento”. Ela lista alguns títulos da editora em que trabalha que têm feito sucesso como a Capitã Marvel, que vem encabeçando a Guerra Civil 2, e a  A Mulher Aranha que, inclusive, apareceu grávida e, depois, tendo de lidar com as tarefas da maternidade e da super-heroína ao mesmo tempo. “Quantas mulheres fazem isso o tempo todo?”, observa Carol demonstrando o quão importante é a representatividade.

Independente

Trabalhando de forma independente, várias meninas, através de coletivos, têm conseguido espaço no meio e, também, leitoras. A própria Carol prepara um projeto pessoal chamado Point of View. Em parceria com a Lady’s Comics, site de quadrinhos feitos por mulheres, ela pretende lançar, semanalmente, uma tira: “É um guia de visita para quem vai pra São Paulo meio sem grana. É  um olhar feminino de como ver a cidade”, conta. O projeto conta com o roteiro de Carol e ilustrações de Germana Viana.

 

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Com o tema 'Literatura, Democracia e Liberdade', a 11ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco começa nesta sexta-feira (6) e vai até 15 de outubro no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Em 2017, o evento faz uma homenagem aos escritores Lima Barreto e Fernando Monteiro. Os ingressos custam R$ 5 (meia), R$ 7 (social com 1kg de alimento não perecível) e R$ 10 (inteira).

A programação ainda conta com palestras, apresentações culturais e bate-papos. Nomes como o filósofo Vladmir Safatle, os escritores Ronaldo Correia de Brito, Maria Valéria Rezende, Allan da Rosa e a historiadora Lilia Schwarcz marcam presença no evento.  

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A 11ª edição também terá um espaço dedicado à cultura geek, que contará com exposições, jogos, concurso de cosplay, workshops e sala temática de Harry Potter. Estão confirmadas as participações dos idealizadores do projeto ‘O Recife Assombrado’, André Balaio e Roberto Beltrão,o ilustrador Tony Silas, a editora da Marvel Comics Carol Pimentel e o blogueiro Carlos Ruas. Confira a programação completa

Serviço

11ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco

Sexta-feira (6) a Domingo (15) | 10h

Centro de Convenções de Pernambuco (Avenida Professor Andrade Bezerra, S/n, Complexo de Salgadinho, Olinda)

R$ 5 (meia) R$ 7 (social) R$ 10 (inteira)

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