O plenário da Câmara dos Deputados decidiu, por 353 votos a 26, aprovar o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que suspende por 90 dias o mandato do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). A punição é devido às relações do parlamentar com o bicheiro goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Durante o período de suspensão, Leréia não receberá salário, cota parlamentar ou verba de gabinete. Todos os funcionários do gabinete dele perderão o cargo assim que a medida for publicada no Diário da Câmara. Nenhum suplente assumirá a vaga. Isso aconteceria apenas se a suspensão fosse por mais de 120 dias.
##RECOMENDA##Ao se defender, Leréia disse que não cometeu nenhum crime. "Não mereço ser punido. Fui presidente de comissões, todos conviveram comigo e nunca me viram armar nada para fazer qualquer tipo de negócio ou negociata", disse. Ele assumiu ser amigo de Cachoeira e ter pedido dinheiro emprestado. "Eu pedi, mas já paguei, e isso está demonstrado no meu Imposto de Renda", disse.
O relatório do deputado Sérgio Brito (PSD-BA) não pede a cassação, mas frisa que o comportamento de Leréia é censurável. Para ele, para ter o mandato cassado não é preciso comprovar que o deputado tenha cometido crime, mas "basta a existência de sério dano à respeitabilidade do Parlamento".
Votos
Dos 19 deputados pernambucanos presentes na sessão, apenas Fernando Ferro (PT) votou contra a suspensão. A favor votaram André de Paula (PSD), Bruno Araújo (PSDB), Cadoca (PCdoB), Danilo Cabral (PSB), Eduardo da Fonte (PP), Fernando Coelho Filho (PSB), Inocêncio Oliveira (PR), João Paulo (PT), José Chaves (PTB), Luciana Santos (PCdoB), Mendonça Filho (DEM), Pastor Eurico (PSB), Paulo Rubem (PDT), Raul Henry (PMDB), Roberto Teixeira (PP), Sívio Costa (PSC), Vilalba (PP) e Wolney Queiroz (PDT).