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O "capitão Tom", um veterano britânico da Segunda Guerra Mundial que morreu no início de fevereiro aos 100 anos, famoso por ter arrecadado uma quantia recorde para o serviço de saúde pública durante a pandemia, recebeu honras militares em seu funeral neste sábado na Inglaterra.

O caixão de Tom Moore, envolvido na bandeira britânica, foi carregado por seis soldados de infantaria até o crematório de Bedford (centro).

Antes do início da cerimônia, que foi exibida ao vivo pela televisão, um avião da Segunda Guerra Mundial sobrevoou o local e 14 soldados dispararam três salvas de honra.

Mas devido ao confinamento no Reino Unido desde o início de janeiro para lutar contra o coronavírus apenas oito parentes compareceram à cerimônia privada: suas duas filhas, os dois genros e quatro netos.

"Minha irmã e eu organizamos o funeral que meu pai queria", afirmou a filha Lucy Teixeira, 52 anos, em um comunicado divulgado antes do funeral.

A família pediu ao público que ficasse em casa, de acordo com as instruções oficiais. Milhares de pessoas escreveram mensagens em um livro de condolências publicado na internet.

Moore, que tinha 99 anos durante o primeiro confinamento - no segundo trimestre de 2020-, havia estabelecido inicialmente o objetivo modesto de arrecadar 1.000 libras (1.400 dólares) para ajudar o Serviço Nacional de Saúde, que estava saturado pelo grande número de pacientes do coronavírus.

Para alcançar a meta, ele se comprometeu a percorrer 100 vezes os 25 metros do jardim de sua residência antes de completar 100 anos.

A imagem do veterano inclinado sobre seu andador e caminhando com dificuldade comoveu a população britânica, por seu sentimento de gratidão aos profissionais de saúde.

As doações dispararam e Moore arrecadou quase 33 milhões de libras esterlinas (42 milhões de dólares no câmbio da época), a maior quantia já obtida por apenas uma pessoa em uma causa benéfica.

Suas proezas o transformaram em uma celebridade.

O capitão Tom faleceu no hospital em 2 de fevereiro, depois de contrair pneumonia em consequência do coronavírus.

Convertido em herói dos britânicos após arrecadar 30 milhões de libras para a saúde pública em plena pandemia, o veterano militar Thomas Moore completou cem anos nesta quinta-feira (30), uma celebração quase transformada em festa nacional.

Na manhã desta quinta-feira, dois aviões da Royal Air Force, geralmente utilizados em atos comemorativos da Segunda Guerra Mundial, voaram em sua homenagem no céu de Bedfordshire, norte de Londres.

Moore, nomeado coronel honorário, acenou emocionado: "lembro-me de quando voavam, não em paz mas com raiva", afirmou à BBC. "Nunca esperaria algo assim em minha vida", acrescentou diante da avalanche de mensagens de felicitações.

"Sei que falo pelo país como um todo ao desejar-lhe um centésimo aniversário muito feliz", afirmou o primeiro-ministro Boris Johnson.

E as honras não acabam aí: seu nome foi dado a um trem de alta velocidade, foi nomeado membro honorário da equipe inglesa de críquete e o serviço de correios carimbou esta semana todas as suas cartas com um timbre especial que lhe deseja "feliz 100º aniversário".

Além disso, o aposentado recebeu mais de 140.000 cartões de todo o mundo, suficientes para cobrir a ampla entrada da escola de seu neto Benjie.

Os remetentes incluem o príncipe William e o capitão da seleção inglesa de futebol Harry Kane, assim como milhares de crianças que lhe enviaram seus desenhos.

- Número um do ranking musical -

Em 6 de abril, "Capitão Tom" se propôs a fazer o desafio de arrecadar 1.000 libras (1.245 dólares, 1.145 euros) para associações vinculadas ao serviço de saúde público britânico NHS.

Estabeleceu o objetivo de correr, com a ajuda de seu andador, cem vezes os 25 metros de seu jardim, para prestar homenagem à equipe de saúde que o curou do câncer e de uma fratura no quadril.

O Guinness lhe concedeu o "recorde mundial da pessoa que sozinha arrecadou mais dinheiro em uma marcha de caridade", homenageando um "homem indomável (...) que merece um lugar nos livros de História".

Mas Tom não parou por aí e buscou um novo meio para arrecadar fundos para os funcionários da saúde.

Junto ao artista britânico Michael Ball e os coros do NHS, interpretou uma versão de "You'll never walk alone" ("Nunca andarás sozinho"), tema de um musical pós-guerra que se tornou um hino dos fãs de futebol e agora símbolo da solidariedade em tempos de pandemia.

A canção ficou em primeiro lugar no ranking britânico de singles.

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