O balneário mexicano de Cancún ordenou o esvaziamento dos hotéis de seu famoso litoral caribenho nesta terça-feira (6) para se preparar para o que se prevê ser um impacto direto do furacão Delta, que se tornou uma tempestade de categoria 4 (de 1 a 5) "extremamente perigosa" durante a madrugada. O governo do México determinou o envio de 5 mil militares para a região.
O furacão estava a cerca de 200 quilômetros ao sul de Grand Cayman, no Caribe, com ventos contínuos máximos de 215 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC). "O Delta continua a ganhar força rapidamente", disse o NHC, citando dados de uma de suas aeronaves "caçadoras de furacão" e alertando que a tempestade deve estar extremamente perigosa quando tocar o solo.
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A possibilidade de uma tempestade tropical levou a retiradas em áreas costeiras de Cuba. Prevê-se que o Delta enfraquecerá sobre a península mexicana de Yucatán, mas voltará a se fortalecer no Golfo do México, onde petroleiras se preparam para o impacto em suas instalações.
Autoridades ordenaram retiradas na zona hoteleira de Cancún, assim como em outras áreas litorâneas. Os turistas, muitos deles estrangeiros, foram levados a refúgios estabelecidos pelas empresas hoteleiras, enquanto a população local foi enviada a abrigos públicos. Os abrigos foram higienizados para evitar a disseminação do coronavírus.
Um alerta de furacão está em vigor em uma área que se estende da cidade litorânea sofisticada de Tulum, a oeste de Cancún, até Cozumel, uma ilha que Jacques Cousteau tornou famosa em razão de seus mergulhos.
"Foi dada a instrução para mobilizar até 5 mil homens com todos os equipamentos necessários para proteger a população e, com sorte, o furacão Delta perderá força", disse o presidente Andrés Manuel López Obrador em sua habitual entrevista coletiva matutina.
O efetivo mobilizado, que pertence à Secretaria da Marinha, vai executar o protocolo para o atendimento de comunidades em situações de desastre. Vários oficiais, alguns com capas impermeáveis, se deslocaram para as cidades de Valladolid e Tizimín, no Estado de Yucatán.
Atividades suspensas
Enquanto isso, as autoridades do Estado de Quintana Roo, onde fica Cancún, ordenaram a suspensão das atividades não essenciais. O governador Carlos Joaquín González determinou o fechamento dos aeroportos de Cancún - um dos principais destinos turísticos do México - e de Cozumel a partir das 17h (hora local, 19h em Brasília). Nas ilhas de Punta Allen e Holbox, os turistas foram enviados às cidades mais próximas.
A companhia elétrica estatal cortou preventivamente a energia antes da passagem do fenômeno e, uma vez que a emergência terminar, fará a reparação dos potenciais danos.
Essa situação representa um novo golpe para Cancún e seus arredores, que já presenciaram uma redução drástica nas visitas como resultado da pandemia de covid-19.
O turismo representa mais de 8% do PIB do México, o quarto país do mundo em número de óbitos pelo coronavírus com 81.877 mortes, além de quase 800 mil casos confirmados.
Moradores se abastecem
Os balneários do Caribe mexicano não são atingidos por um grande furacão desde 2005, quando o Wilma, de categoria 4, chegou à terra também em outubro. Mas, em razão de seu deslocamento lento, ficou praticamente parado por quase 72 horas entre Cozumel e Cancún.
s moradores de Cancún se abasteceram nesta terça-feira com alimentos, água potável e tábuas de madeira, além de reunirem documentos importantes para sua proteção. Os pescadores, por sua vez, tomaram precauções para evitar que suas embarcações sejam varridas pelas ondas.
O Delta é a 26ª tempestade com nome, em uma temporada de furacões no Atlântico excepcionalmente ativa. Vários recordes já foram batidos este ano. A lista de nomes previstos para os ciclones se esgotou e os meteorologistas começaram a identificá-los com o alfabeto grego. (Com agências internacionais)