Tópicos | Câncer de Pênis

O Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira (11) um projeto piloto para o desenvolvimento de ações de cuidado integral à saúde do homem e prevenção do câncer de pênis no âmbito da Atenção Primária à Saúde. O projeto faz parte da campanha Novembro Azul, de prevenção ao câncer de próstata e em prol da saúde masculina.

Durante a cerimônia, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, assinou portaria que destina R$ 20 milhões ao projeto. Os recursos serão aplicados na qualificação das práticas de cuidado à saúde masculina em estados com taxa de mortalidade de câncer de pênis acima de 0,60 por 100 mil homens no período de 2014 a 2018. Os estados são: Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Sergipe. Também receberão o incentivo 370 municípios com população de até 100 mil habitantes com média de registro de, ao menos, um diagnóstico de câncer de pênis. 

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O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que ocorram 1.130 novos casos de câncer de pênis neste ano, os mais graves envolvem, inclusive, a amputação do membro masculino. Para o câncer de próstata, os dados apontam para 65.840 novos casos a cada ano, entre 2020 e 2022, e para o câncer de boca, 11.180 novos casos ao ano, no mesmo período.

O secretário da Atenção Primária à Saúde, Rafael Câmara, destacou que, apesar de menos prevalente, o câncer de próstata não deve ser esquecido, já que pode ser prevenido e ter diagnóstico precoce. “Muito se fala em câncer de próstata, e este é um foco grande do nosso ministério, mas o câncer de pênis também é um problema que durante muito tempo ficou deixado de lado. O foco da campanha deste ano também dá importância muito grande a isso”, disse.

O projeto também prevê ações educativas de higiene genital, de prevenção a infecções pelo papilomavírus humano (HPV), que são fatores de risco para o câncer de pênis, e de identificação precoce da doença. “O maior fator de risco é a falta de higiene, então é uma política que vai se manifestar daqui a alguns anos”, ressaltou Câmara.

No caso do câncer de próstata, homens com mais de 55 anos, com excesso de peso e obesidade, estão mais propensos à doença. É o tipo mais comum de câncer entre a população masculina. Já o câncer de boca é o quinto em incidência entre homens e, normalmente, acomete pessoas com mais de 40 anos. Tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição solar sem proteção, infecção pelo vírus HPV e imunossupressão estão entre os fatores de risco para a doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, o objetivo do Novembro Azul é sensibilizar a população masculina e profissionais de saúde quanto a ações de autocuidado e cuidado integral, considerando fatores socioculturais relacionados à masculinidade e ao adoecimento dos homens.

“A ação precoce e preventiva é o melhor caminho. O homem é diferente: a gente demora para buscar o médico, demora para realmente ceder a isso, e muitas gente acaba agravando a sua doença por essa característica masculina. Temos que tratar esse assunto, temos que trabalhar, sim, temos que buscar o médico antes de chegar a uma situação mais complicada”, disse o ministro Pazuello, ao comentar a destacou a importância da prevenção de doenças..

Após a cerimônia, um grupo de motociclistas fez um passeio pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para marcar o lançamento da campanha.

Outras ações

Nos próximos dias o Ministério da Saúde firmará um acordo de cooperação técnica com a Sociedade Brasileira de Urologia, buscando a qualificação de políticas públicas destinadas aos homens. Um grupo de trabalho será instituído para elaborar uma série de atividades para ampliar as práticas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de câncer de pênis, próstata e testículo no país. 

Além disso, o Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira, em parceria com o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), o Cartão de Saúde do Caminhoneiro e Caminhoneira. O documento será usado para registro e acompanhamento, pelos profissionais de saúde, de informações clínicas sobre os motoristas em qualquer estabelecimento da atenção primária do país, seja público ou privado. 

A ação prevê a impressão e distribuição inicial de 500 mil cartões para estados e municípios. O Cartão do Caminhoneiro e da Caminhoneira também estão disponíveis na página do Ministério da Saúde na internet.

O Brasil conta, desde 2009, com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, cujo objetivo é promover a melhoria das condições de saúde da população masculina brasileira. O documento é dividido em eixos prioritários, que englobam o acesso e o acolhimento na rede pública de saúde, o planejamento familiar, o incentivo ao acompanhamento da paternidade desde a gestação, a prevenção de violências e acidentes e o cuidado em relação às doenças prevalentes na população masculina. 

Nesse contexto, o Ministério da Saúde vem trabalhando para estimular a população masculina a buscar consultas e exames por meio da Estratégia do Pré-natal do Pai, um check-up que é feito antes do nascimento do bebê. Homens da faixa etária de 20 a 39 anos foram os mais atendidos pela estratégia entre os anos de 2018 a 2020, representando mais de 50% dos atendimentos na atenção primária.

Muitas pessoas não sabem, mas o preservativo é um dos métodos que ajudam a diminuir os riscos de câncer entre homens e mulheres. Isso porque a camisinha protege de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)e combate o surgimento de tumores no pênis, entre os homens.

Uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) aponta que 30% dos brasileiros não imaginam que o preservativo pode reduzir o risco de desenvolver um câncer. “O uso da camisinha é comumente relacionada a proteção contra o HIV, mas ela também combate tumores que têm relação com o HPV, como o colo do útero, vagina, vulva, ânus, boca, garganta e o câncer de pênis”, ressalta o oncologista do Centro Paulista de Oncologia/ Oncoclínicas Andrey Soares.

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O câncer de pênis é considerado raro, porém o diagnóstico precoce pode trazer ótimos resultados para o paciente. “Os homens, em geral, tendem a se preocupar menos com a saúde e com isso fazem menos exames. Informar sobre a importância do uso de camisinha também na prevenção do câncer masculino é fundamental e dever dos agentes públicos”, orienta Soares.

Os sintomas do câncer de pênis são lesões que podem parecer verrugas ou feridas. Em estágios mais avançado da doença costumam aparecer ínguas na região da virilha. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) mais da metade dos homens demora um ano para procurar um médico após o aparecimento das lesões, com isso, aumentam as chances de um tratamento com menos consequências físicas. “O tratamento pode ser desde procedimentos locais parciais, até a necessidade de amputação total do pênis. A radioterapia e a quimioterapia também podem fazer parte do tratamento. Quando diagnosticado precocemente, existem chances reais de cura”, explica Soares.

O oncologista lembra que pacientes com câncer de pênis que são tratados com procedimentos parciais podem manter uma vida sexual normalmente, porém, em casos graves, quando ocorre a amputação do membro, a atividade sexual se perde. “A vida sexual não se resume a penetração do pênis na companheira ou no companheiro, um casal pode manter a vida sexual de diversas maneiras. O mais importante é a prevenção”, conclui Soares.

 

 

A Campanha Nacional de Câncer de Pênis Zero começa nesta sexta-feira (27) e dura até sábado (28), no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, Rua dos Coelhos, 300, Boa Vista, Recife. Durante ação, haverá atendimento ambulatorial para exames de rotina e marcação de cirurgia preventiva de retirada de fimose. As cirurgias acontecem no sábado pela manhã.

A iniciativa contará também com cerca de 100 urologistas voluntários em todo o país que vão prestar atendimento urológico, clínico e cirúrgico em hospitais públicos e promover o esclarecimento sobre a doença. Além de Pernambuco, participam os estados do Ceará, Paraíba, Maranhão, e Bahia. No IMIP, na sexta (27), às 14 horas, haverá ainda palestras de capacitação para médicos generalistas do programa Saúde da Família. A campanha tem como padrinho o ex-jogador de futebol e atual técnico do Al-Gharafa (Qatar), Zico.

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A doença- De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste. A doença não possui uma causa específica, são fatores de risco como: fimose – pele que impede a exposição da glande (cabeça do pênis); acúmulo de esmegma (secreção branca resultante da descamação celular); higiene local precária; falta de informação sobre a doença e má situação socioeconômica e educacional das pessoas, em geral moradoras de regiões mais carentes, como o Norte e Nordeste. Segundo o Banco de dados do Sistema Único de Saúde, há cerca de mil amputações por ano do órgão

Veja abaixo sintomas, diagnóstico e tratamento segundo a Sociedade Brasileira de Urologia:

Sintomas

O autoexame do pênis é fundamental para detectar as características apresentadas abaixo:

•         Perda de pigmentação ou manchas esbranquiçadas;

•         Feridas e caroços no pênis que não desapareceram após tratamento médico e apresentem secreções e mau cheiro;

•         Tumoração no pênis e/ou na virilha (íngua);

•         Inflamações de longo período com vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de fimose.

Ao observar qualquer um desses sinais, é necessário procurar um médico imediatamente.

Diagnóstico

•         O paciente apresenta inicialmente lesão vegetante ou úlcero-vegetante, que acomete inicialmente a glande (80%), prepúcio (15%) ou sulco coronal (5%). Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta elevada taxa de cura. No entanto, de acordo com o INCA, mais da metade dos pacientes demoram até um ano após as primeiras lesões aparecem para procurar o médico.

Tratamento

•         O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha). Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser oferecidas. A cirurgia é o tratamento mais frequentemente realizado para controle local da doença. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento desse tipo de câncer e a posterior amputação do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem.

*Com informações da assessoria 

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