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Morreu neste sábado, 6, aos 84 anos, o ex-deputado estadual Antônio Carlos de Campos Machado. Ele era advogado criminalista e foi deputado estadual por São Paulo por oito mandatos consecutivos, de 1987 até o início de 2023. Nos últimos dias, ele vinha lutando contra o agravamento de um quadro de leucemia. Campos Machado será sepultado no Hall Monumental da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) na manhã deste sábado, a partir das 11:00.

Em nota divulgada nas redes sociais, a família lamentou o falecimento e aclamou a carreira do advogado. "Sua extraordinária trajetória pessoal, na advocacia e na política, que marcou gerações, não será esquecida", diz o texto, disponível na íntegra abaixo.

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Gilberto Kassab, secretário de Governo do Estado de São Paulo, lamentou no X a morte de Campos Machado. "Uma lenda da política paulista e brasileira", afirmou o secretário. Kassab é dirigente do Partido Social Democrático (PSD), sigla que abrigava Campos Machado desde 2023. "Político atuante e influente", disse Vinicius Camarinha, líder da Federação PSDB/Cidadania na Alesp. Para Felicio Ramuth, vice-governador de São Paulo, o ex-deputado estadual "trabalhou muito em prol de São Paulo e do Brasil."

Deputado estadual, Campos Machado disputou a Prefeitura de SP e trabalhou com Jânio Quadros

Antonio Carlos Campos Machado nasceu em Cerqueira César, no Interior de São Paulo, no dia 31 de outubro de 1939. Advogado, tornou-se conhecido ao trabalhar para o ex-presidente da República Jânio Quadros - seu padrinho político.

Campos Machado estreou como deputado estadual na 11ª Legislatura, em 1987, segundo dados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Depois, ele foi eleito nas eleições seguintes (1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018).

Em 1988, em uma chapa puro sangue, Campos Machado foi vice na chapa de Marco Antonio Mastrobuono na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Eles terminaram na sexta colocação com 35.225 (0,84%) votos. Já em 1996, o político foi candidato a prefeito da capital paulista e terminou na 7ª posição com 28.479 (0,54%) dos votos.

Em 2000, Campos Machado foi vice na chapa de Geraldo Alckmin. Eles terminaram na terceira posição com 952.890 votos (17,26%). Na ocasião, por pouco a dupla não foi ao segundo turno contra Marta Suplicy (à época no PT). O segundo colocado foi Paulo Maluf, com 960.581eleitores (17,40%).

A dupla Alckmin-Machado voltou a disputar a Prefeitura de São Paulo em 2008. Eles terminaram aquele pleito na terceira posição com 22,48% (1.431.670) dos votos válidos. O político foi filiado ao PTB (do fim da década de 1980 até 2020). Depois, tornou-se filiado do Avante e, desde agosto do ano passado, estava no PSD.

Campos Machado foi influente na política paulista enquanto ocupou cargo de deputado estadual. Articulado, ganhou respeito de figuras notáveis do mundo político, como o hoje vice-presidente Geraldo Alckmin e o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.

No ano passado, entre seus últimos atos na política, lançou a Frente Parlamentar "SP Frente Cidadã". A ideia de Campos Machado era formar novas lideranças políticas e fortalecer a democracia por meio de um movimento apartidário.

Em 2013, Campos Machado apresentou a Proposta de Emenda à Constituição do Estado de São Paulo 1/2013, que retirava poderes de investigação por parte de promotores de Justiça. A habilidade para articular fez com que a proposta tramitasse por meses na Alesp e recebesse parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça do Poder Legislativo.

À época, Campos Machado afirmava que muitos promotores cometiam "abusos" em suas investigações. A PEC de Campos Machado previa que as investigações sobre improbidade que envolvam secretários de Estado, prefeitos e deputados ficassem sob responsabilidade exclusiva do procurador-geral de Justiça, chefe do Ministério Público.

Com a pressão popular, a PEC foi deixada de lado por parlamentares da Alesp. À época, Campos Machado tentou manter a tramitação da proposta, mas sem apoio não foi adiante. Ele se referia ao projeto como "PEC da Dignidade", enquanto popularmente a proposta ficou conhecido como "PEC da Impunidade".

Veja a íntegra da nota da família

É com a alma partida que temos a dolorosa missão de informar e lamentar profundamente o falecimento, no início desta manhã, do nosso grande líder Campos Machado, que lutou bravamente nos últimos dias contra um quadro grave de leucemia.

Neste momento de grande dor, pedimos orações e boas vibrações à sua Família, aos incontáveis Amigos e aos milhares de correligionários e admiradores.

A sua extraordinária trajetória pessoal, na advocacia e na política, que marcou gerações, não será esquecida, ao contrário, servirá, de agora em diante, como luzeiro para todos que sonham com uma sociedade mais justa e fraterna.

Atendendo seu último desejo, vamos todos nos irmanar para levar adiante a nossa Frente Cidadã, em uma grande corrente de fé e de união, pois o legado de um dos maiores líderes político-partidários do país será, de agora em diante, nossa bandeira de luta!

Aguardamos todos para a cerimônia de homenagens, a partir das 11 horas deste sábado, no Hall Monumental da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Que Deus abençoe a todos.

O deputado estadual Campos Machado (Avante-SP) exonerou o assessor José Carlos Bernardi, após o jornalista sugerir que "matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico" seria uma das formas do Brasil enriquecer. As declarações de cunho antissemita de Bernardi foram feitas durante o programa Jornal da Manhã da Jovem Pan News.

"Sempre respeitei o direito de opinião de qualquer cidadão, inclusive meus funcionários. Mas não poderia deixar de repudiar o infeliz comentário do meu assessor, jornalista José Carlos Bernardi, ofensivo a toda comunidade judaica, que muito respeito e admiro", escreveu Machado em sua conta pessoal no Twitter, ao lembrar que é autor de uma lei estadual que estabelece o Dia da Lembrança do Holocausto.

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"Assim, não me coube outra decisão que não a de exonerar, hoje mesmo, o referido funcionário de meu gabinete", concluiu.

Na ocasião, Bernardi discutia com a comentarista do programa Amanda Klein sobre a recepção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita à França, em comparação à participação do presidente Jair Bolsonaro em eventos internacionais, como a última cúpula do G-20.

Quando Amanda Klein defendeu o desenvolvimento econômico alemão, Bernardi criticou o país europeu dizendo que "é só assaltar todos os judeus que a gente consegue chegar lá". Sugeriu ainda que a morte e apropriação do poder econômico da população judaica seria caminho para enriquecimento do Brasil, por ter sido assim que a Alemanha fez após a Segunda Guerra Mundial.

"Não dá para você defender isso. Essas ideias são ultrajantes, reacionárias e erradas e equivocadas", respondeu a apresentadora

No Twitter, Bernardi se apresenta como "cristão, jornalista e empreendedor social". Ele usou a conta pessoal na plataforma para dizer que é defensor do Brasil soberano e "seguidor dos valores judaico cristãos". "Não vão conseguir calar minha voz conservadora e de direita. As narrativas são desmontadas uma a uma com a mais pura verdade. Convoco minha Audiência para amplificar e manter a luta contra o mal ativa", concluiu.

O presidente estadual do PTB, Campos Machado, reforçou a importância do apoio da sigla ao candidato tucano à presidência, Aécio Neves, e disse que o partido não comporta "rebeliões", em relação à possibilidade da bancada petebista na Câmara apoiar a reeleição da petista Dilma Rousseff.

"Rebeliões acontecem em cadeia, em penitenciária", afirmou, após convenção do partido em São Paulo. Segundo ele, os estados estão liberados para declarar apoio a outras legendas, mas nacionalmente a decisão é uma só.

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Em entrevista na semana passada, o líder do PTB na Casa, Jovair Arantes (GO), disse que a bancada deve apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff. "A tendência é a bancada fechar apoio à Dilma", afirmou. Se isso se confirmar, os deputados vão repetir o gesto ocorrido em 2010.

Além do apoio à candidatura à presidência de Aécio Neves e ao governo de São Paulo de Geraldo Alckmin, o PTB estadual formalizou hoje, durante convenção realizada pela manhã, o nome de Marlene Campos Machado, esposa de Campos Machado, para a disputa ao Senado. A decisão acontece mesmo após a cúpula do partido ter indicado Marlene para ser vice de Aécio, durante a convenção nacional do partido, que ocorreu na última sexta-feira, em Salvador.

Questionada sobre a possibilidade de receber um convite do PSDB, Marlene desconversou. "É isso que conversaremos agora através do nosso presidente (do PTB de São Paulo), Campos Machado. Avaliaremos isso", disse. Marlene.

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